A teledermatologia utiliza dermatoscopia para visualização da pele ou lesão, que é um método não invasivo que permite a avaliação de estruturas morfológicas da pele não acessíveis a olho nu, aumentando a acurácia do exame clínico de 60 para 90%1. Com uma oferta de 100 consultas de dermatologia por mês e mais de 1600 pacientes aguardando para atendimento com um tempo de espera que chegava há 20 meses, a gestão entendeu que além de aumentar a oferta de consultas se fazia necessário buscar conhecimento e tecnologia para o diagnóstico rápido de lesões de pele e assim garantir o devido encaminhando do paciente após o primeiro laudo. Nesse sentido, o projeto de Teledermatologia no Município de Sorriso começou a ser pensado em 2017 e se consolidou pela parceria da Secretaria de Saúde e Saneamento com o Núcleo Telessaúde (MT) e Instituto Assistencial de Desenvolvimento (IAD) e culminou com a implantação do projeto piloto em outubro de 2018.
O objetivo principal é regular o acesso do usuário ao serviço de dermatologia, ofertando um serviço de qualidade em tempo adequado, com isso, diminuir a fila e em especial o tempo de espera pelo especialista. Na prática, os pacientes atendidos nas Unidades de Saúde com lesões de pele suspeitas, são encaminhados para a realização de um exame, onde a lesão é fotografada, com tecnologia apropriada – dermatoscópio, e essa imagem encaminhada junto com um questionário de avaliação do paciente para que especialistas avaliem a lesão. Em um tempo curto, o laudo dessa imagem é devolvido para o médico da unidade, que de posse dessa informação define a continuidade do tratamento. Quando necessário a realização de exames complementares o paciente é encaminhado para avaliação presencial do dermatologista. Para essa atividade foi necessária aquisição de dois conjuntos de dermatoscópios e máquina fotográfica e a capacitação da equipe.
No projeto piloto, de livre adesão dos profissionais, 11 médicos, representando 47% dos profissionais das USF, referenciaram 46 usuários para o projeto. Foram examinadas 83 lesões e gerados 63 exames, cada exame pode conter até três diferentes lesões do paciente. Os laudos, realizados por dermatologistas seguem protocolos clínicos . Os primeiros resultados nos apontam que 56% dos pacientes não precisaram passar por consulta presencial com especialista, tendo seu problema resolvido na atenção primária com apoio diagnóstico e quando necessária sugestão de tratamento no próprio laudo. E os pacientes com indicações de consulta presencial forma priorizados de acordo com a indicação contida no laudo. Com avaliação positiva do projeto piloto, em março de 2019 os encaminhamentos para dermatologia passaram a ser vinculados à prévia inserção do paciente no programa de teledermalogia, garantindo, assim, acesso ao especialista a todos os pacientes e de forma presencial a quem precisa em tempo efetivo. O telessáude (MT) é pioneiro na adesão a oferta nacional de telediagnóstico em dermatologia, e Sorriso é o primeiro município não catarinense a aderir a esse serviço.
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