Saúde e cartografia social das entidades da sociedade civil em São Gonçalo(RJ)

Entendemos por saúde integral uma abordagem que considera a saúde como uma condição que abrange todos os aspectos da vida: biológicos, mentais, afetivos, sociais, económicos, relacionais, políticos e, também espiritual, considerando a tolerância e a convivência comunitária na diversidade.
Nas inquietações que provocaram a elaboração do projeto a promoção da saúde foi uma orientação como tema proposto, e até, em seu título original (que teve que se ajustar depois aos caracteres da ficha de inscrição) onde a promoção da saúde está explicita como chamamento à reflexão. Na assembleia do OPSG, com instituições sociais, muitas questões foram explicitadas na dinâmica desenvolvida na roda de conversa. A saúde aparece deficitária como qualidade de vida dos moradores do território do “Complexo do Salgueiro”; e do Jardim Catarina, tendo como consequência adoecimentos e preponderância do ato médico em detrimento da visão ampliada de saúde.
OBJETIVO GERAL
Desenvolver ações integradas, através das organizações da sociedade civil, promovendo um diagnóstico das vulnerabilidades territoriais em saúde, mapeando através da cartografia social o conjunto de agentes que desenvolvem atendimento primário/básico à população dos bairros de Itaoca, Palmeiras, Fazenda dos Mineiros, Recanto das Acácias, Luiz Caçador, Itaúna e Salgueiro, conhecidos na abrangência do “Complexo do Salgueiro” e o bairro do Jardim Catarina no Município de São Gonçalo.
OBJETIVO ESPECÍFICO
1- Viabilizar encontros temáticos sobre saúde integral entre agentes da sociedade civil, membros de conselhos de direitos (crianças, mulheres, saúde) com pesquisadores que tenham pesquisas que abordem questões sobre vulnerabilidade territorial e promoção de saúde integral, considerando a especificidade dos territórios de favela e periferia urbana.
2- Promover rodas de conversa com responsáveis por crianças (mulheres/mães, avós, pais solo, cuidadores/as) que frequentam as instituições parceiras para verificação de vacinação e acesso aos espaços de saúde pública;
3. Articular encontros participativos com as instituições da sociedade civil local objetivando a construção de uma cartografia social dos aparelhos de saúde e educação locais;
4. Viabilizar a construção de uma cartilha com o mapeamento das instituições da sociedade civil e dos aparelhos de saúde locais, como produto dos encontros articulados e participativos.
5. Promover um seminário para divulgação da cartilha com foco no mapeamento das vulnerabilidades territoriais. Desenvolver em conjunto ações de apoio social no combate a insegurança alimentar e garantias de direitos básicos.

TRABALHO EM REDE, é a gênese do Observatório das Periferias. Que já explica a importância do trabalho, pois o seu surgimento priorizou as ações desenvolvidas pelas entidades da sociedade civil atuantes nos territórios periféricos. As resistências e resiliências de cada entidade, sobretudo durante e após pandemia da covid 19, refletem o reconhecimento do esforço de cada entidade e da rede solidária na manutenção das instituições, minimizando, assim, os sofrimentos das populações periféricas. Através desse projeto, em especial, pelo foco na promoção integral da saúde, cujo objetivo é priorizar a intersetorialidade os aspectos interseccionais, durante as ações desenvolvidas pelo projeto, a metodologia adotada compreenderá a participação cidadã, conjunta dos agentes, envolvendo as entidades da sociedade civil, universidades e população, sem hierarquias. As atividades serão deliberada na comissão executiva de forma participativa e contará com representantes da locais e parceiros.
A população que será atingida pelo Projeto em questão é do território de cobertura do Observatório das Periferias em São Gonçalo, “Complexo do Salgueiro” e Jardim Catarina, e tem como característica um cotidiano em espaços marcados pelo esquecimento no atendimento das políticas públicas em benefício da vida, consequentemente vulneráveis às desigualdades sociais.
São em torno de 127 mil habitantes, 12% da população do município, sendo 52% mulheres.
Como característica do território se atesta que:
*A maioria das casas sem esgotamento sanitário e fornecimento de água potável (dependem de pipas compradas),
*Com uma enorme população infantil que sem acesso à creche, dependendo das poucas as vagas nas creches comunitárias, que “lutam”; para manter os atendimentos diante do poucos recursos.
*O acesso ao trabalho na localidade é limitado, considerando que o comércio local é basicamente de pequenos comerciantes e são poucas as possibilidades nas empresas que estão no território, como grandes supermercados, empresas de ônibus, entre outras.
*O território conflagrado a um “poder paralelo”;, promove situações limitantes aos moradores, principalmente aos jovens em suas possibilidades futuras.
As áreas temáticas do projeto giram entorno dos temas:
Apoio social; Apoio à comunicação e informação; Apoio aos bens coletivos relacionados à saúde; Apoio à educação.

Os objetivos específicos contemplam as áreas temáticas, considerando que cada um deles articula a saúde integral de maneira interdisciplinar com a educação (5) e a ação social (1), interseccionando marcadores sociais na abordagem em rede das instituições nos encontros temáticos participativos. As rodas de conversa serão temáticas, porém ampliadas, pois a transversalidade da educação, da ação social, a utilização dos aparelhos públicos de saúde (4 – apoio aos bens coletivos relacionados à saúde) e a participação nos Conselhos de Direitos serão tema na composição da cartografia social. O apoio à comunicação e informação (2) apresenta-se como uma condição indispensável para execução do projeto, considerando a metodologia participativa das rodas de conversa e a construção da cartografia social das instituições da sociedade civil deste território que é proposta central a ser executada e divulgada como resultado do projeto. Assim, as áreas estarão em conexão na execução de todo projeto, considerando que os encontros com as rodas de conversa contemplarão as áreas temáticas.

Os resultados esperados devem ser coerentes com os objetivos a maior articulação entre os agentes (públicos e comunitários) que atuam no atendimento à população vulnerável nestes territórios gerando procedimentos eficazes de atendimento e também maior participação da população local, através da compreensão e vigilância/articulação, nos processos decisórios em relação aos direitos básicos que afetam a saúde integral.

Para atingir os objetivos elencados e foco em seus resultados, teremos uma metodologia participativa através de rodas de conversa, cartografia social e seminário devolutivos, para tanto faremos o seguinte caminho:
1. Reuniões de planejamento e avaliação com o coletivo e parceiros durante todo processo produzindo instrumentos de monitoramento (registro de campo, lista de presença, planejamento de dinâmicas, registros imagéticos).
2. Diário de campo das visitas às instituições.
3. Ampla divulgação em espaços públicos e redes sociais dos encontros temáticos.
4. Rodas de conversa.
5. Relatório/registros das rodas de conversa.
6. Dinâmicas para construção da cartografia social com as instituições locais.
7. Realizar a devolutiva dos resultados através de seminário com a participação de todos os envolvidos, com ampla divulgação.
8. Construção coletiva da “cartilha” com a socialização da cartografia social.
9 – Sistematização da experiência enquanto tecnologia social a ser replicada em outros territórios.

Principal

Marisa Chaves e Mônica Rocha

marisachaves.socialrj@gmail.com

Fundadora do Movimento de mulheres

Coautores

Marisa Chaves, Mônica Rocha

A prática foi aplicada em

São Gonçalo

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Rua Rodrigues da Fonseca, 201 - Ze Garoto, São Gonçalo - Rio de Janeiro, 24440-110, Brasil

Uma organização do tipo

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Tahís Passos

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20 jan 2025

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20 jan 2025

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