Autor
Diego da Rosa Leal
Enfermeiro (COREN 98607), Terapeuta Sistêmico e Integrativo, Presidente do NPICS Brasil, servidor cedido ao CEJUSC Cabrália (Extensão Terra Máter). Facilitador e Autor da Abordagem AQRIS.
José Serapião dos Santos – Líder comunitário de Coroa Vermelha e eclesiástico de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Adriana Costa – Professora do Colégio Indígena de Coroa Vermelha e Líder da Sociedade de Socorro da Unidade de Coroa Vermelha de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Instituição Vinculada
NPICS Brasil – Núcleo de Práticas Integrativas e Culturais de Saúde
Parcerias com CEJUSC Cabrália, Prefeitura Municipal de Santa Cruz Cabrália, CAPS Cabrália, Escolas da Rede Pública, Organizações de Apoio da Unidade de Coroa Vermelha de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
Resumo
Este artigo apresenta um relato de experiência sobre a implementação e expansão do uso das essências florais em articulação com princípios da inteligência sistêmica, no município de Santa Cruz Cabrália (BA), desde o projeto “SOS Florais”, iniciado em 2023. A prática integrou-se às ações de saúde, educação e justiça restaurativa, sendo desenvolvida em unidades básicas de saúde, escolas, CAPS, lares de idosos e espaços comunitários, a partir de rodas de conversa, cursos de formação e atendimentos individuais e coletivos. Com base na Abordagem AQRIS – Quântica, Restaurativa, Integrativa e Sistêmica –, a proposta dialoga com autores como Julian Barnard, Masaru Emoto, Amit Goswami, Bert Hellinger e Rupert Sheldrake, articulando saberes científicos, espirituais e populares. O trabalho reforça o papel das práticas integrativas como tecnologias relacionais e comunitárias de cuidado.
Palavras-chave: Essências florais. Relato de experiência. Inteligência sistêmica. Práticas integrativas. Terapia comunitária. Saúde integral.
Abstract
This article presents an experience report on the implementation and expansion of flower essences use integrated with systemic intelligence principles in Santa Cruz Cabrália, Bahia, Brazil, starting with the “SOS Florais” project in 2023. The practice was developed in health units, schools, CAPS, long-term care institutions for the elderly, and community spaces, involving dialogue circles, training courses, and collective care. Based on the AQRIS Approach – Quantum, Restorative, Integrative, and Systemic –, the work draws on authors such as Julian Barnard, Masaru Emoto, Amit Goswami, Bert Hellinger, and Rupert Sheldrake, connecting scientific, spiritual, and traditional knowledge. The experience strengthens the role of integrative practices as relational and community-based health technologies.
Keywords: Flower essences. Experience report. Systemic intelligence. Integrative practices. Community therapy. Holistic health.
Epígrafe
“As flores não curam. Elas nos convidam a voltar à nossa essência.”
— Julian Barnard
CAPÍTULO 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA
A experiência aqui relatada teve início no município de Santa Cruz Cabrália, extremo sul da Bahia, no ano de 2023, com o surgimento do projeto SOS Florais. Em um contexto marcado por vulnerabilidades sociais e emocionais agravadas no período pós-pandêmico, o uso das essências florais foi resgatado como instrumento terapêutico, acessível, comunitário e profundamente conectado aos saberes da natureza e à saúde integral.
A proposta nasceu da escuta atenta às demandas do território, especialmente nos espaços de convivência como unidades básicas de saúde, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), escolas públicas e instituições de longa permanência para idosos. Observava-se um aumento expressivo nos relatos de ansiedade, luto, abandono, conflitos familiares e sintomas emocionais difusos, muitas vezes medicalizados sem escuta profunda.
Foi nesse cenário que a prática com os florais começou a ser compartilhada em rodas de conversa, atendimentos espontâneos e encontros formativos. A iniciativa contou desde o início com a colaboração direta de José e Marilene Santos, casal com longa trajetória em espiritualidade e educação popular, da comunitária, Valmira Conceição, praticante de práticas integrativas e complementares em saúde e da voluntária, Jucélia Novais, profunda conhecedora da realidade local e mediadora popular entre as famílias e os serviços de saúde.
O projeto não se limitou à prescrição de essências. Ele se enraizou na proposta de promover escuta ativa, reconexão espiritual e cuidado sistêmico, baseando-se na Abordagem Quântica, Restaurativa, Integrativa e Sistêmica (AQRIS), já em construção pelo NPICS Brasil. A terapia floral foi utilizada como ponto de equilíbrio para a integração com constelações familiares, rodas de terapia comunitária, práticas meditativas, técnicas da medicina tradicional chinesa e evangelho no lar.
Durante esse percurso, diversos registros em fotos foram realizados com autorização dos participantes, tanto em contextos clínicos quanto comunitários. O material foi compartilhado, em partes, em redes sociais e plataformas institucionais, fortalecendo a visibilidade e a credibilidade do trabalho.
O aprofundamento do curso de cuidado com terapia floral e outras PICs, aconteceu ao longo do ano de 2024, reunindo profissionais da atenção básica, terapeutas populares, cuidadores e membros da comunidade religiosa. Esse processo de desenvolvimento, tornou-se espaço de integração de saberes: a ciência das essências, a sabedoria das Escrituras e as vivências coletivas de transformação pessoal e familiar.
Esse movimento espontâneo e orgânico contribuiu diretamente para a ampliação do escopo das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no município, em diálogo com a Política Nacional de Saúde Mental e com os princípios da Justiça Restaurativa já aplicados pelo CEJUSC local.
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTOS FILOSÓFICO-ESPIRITUAIS E CIENTÍFICOS
A experiência vivida no projeto SOS Florais e nas ações subsequentes do NPICS Brasil é sustentada por um corpo teórico-espiritual que transcende os limites da medicina tradicional e da psicologia clássica, integrando contribuições de diferentes campos do saber. A terapêutica com essências florais, nesse contexto, é entendida como tecnologia sutil de cuidado, fundamentada na relação entre consciência, natureza e campos informacionais.
LJulian Barnard e a função espiritual da flor
Julian Barnard, um dos maiores estudiosos da obra de Edward Bach, entende que as flores operam como portadoras de mensagens da alma, capazes de reorganizar os estados vibracionais do ser. Em sua obra The Healing Herbs of Edward Bach, Barnard afirma:
“As flores não são meros objetos botânicos; elas são expressões vivas dos padrões de cura disponíveis na alma humana. Sua linguagem é silenciosa, mas profunda. Elas nos falam de retorno, de reconexão com a nossa verdadeira natureza.” (Barnard, 1994, p. 21)
A flor, portanto, não atua sobre a doença, mas sobre a desarmonia entre alma e personalidade, princípio esse diretamente relacionado à prática observada em Santa Cruz Cabrália, onde os relatos de melhora emocional após o uso de florais frequentemente vinham acompanhados de sentimentos de clareza espiritual, resolução de conflitos internos e reintegração familiar.
Masaru Emoto e a ressonância da água
O pesquisador japonês Masaru Emoto revelou, por meio de seus experimentos com cristais de água, que a vibração das palavras, das intenções e das emoções tem capacidade de alterar a estrutura molecular da água. Suas imagens de cristais formados a partir de palavras como “amor” ou “ódio” revelam que o campo vibracional humano tem impacto direto sobre a matéria.
Considerando que as essências florais são preparadas por infusão solar em água pura, e que o corpo humano é composto majoritariamente por água, os princípios de Emoto dão base científica complementar ao funcionamento das essências enquanto portadoras de informação.
Amit Goswami e a consciência como base do ser
Na perspectiva da física quântica de Amit Goswami, a consciência não é produto da matéria, mas sua origem. Para o autor, a cura não é apenas bioquímica, mas colapso quântico de uma nova realidade. A intenção, a fé, a visualização e a meditação são recursos legítimos de reorganização da realidade física.
Essa visão dialoga diretamente com o uso dos florais em contexto espiritual, como foi observado nas rodas de evangelho no lar e nos atendimentos a pessoas em sofrimento emocional no CAPS e nas escolas. A essência não é aplicada como fármaco, mas como chave de acesso ao campo da consciência.
Rupert Sheldrake e o campo mórfico
Sheldrake introduz o conceito de campos morfogenéticos como estruturas invisíveis que organizam formas e comportamentos no universo. Tais campos contêm memória coletiva e são atualizados por ressonância mórfica. Ao utilizar uma essência floral para trabalhar um padrão emocional, não se atua apenas sobre o indivíduo, mas sobre todo o campo ao qual ele pertence.
Esse entendimento foi validado em vivências com grupos familiares e escolares em Cabrália, onde o uso dos florais por uma pessoa impactava positivamente o ambiente ao seu redor – pais, filhos, professores e vizinhos relatavam mudanças que não se explicavam por fatores lineares.
Bert Hellinger e as ordens do amor
Na ciência sistêmica de Bert Hellinger, o sofrimento é frequentemente resultado de exclusões, inversões hierárquicas e lealdades inconscientes dentro do sistema familiar. O trabalho com constelações familiares revela que a cura acontece quando se reconhece o pertencimento, a ordem e o equilíbrio.
Na experiência relatada, os florais passaram a ser utilizados não apenas como ferramenta individual, mas como parte de processos de constelação comunitária e reconciliação familiar. Com frequência, era possível observar que determinadas essências despertavam memórias transgeracionais e facilitavam movimentos de reconexão com pais, avós ou filhos excluídos do sistema.
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA E ITINERÁRIO PRÁTICO
A metodologia adotada neste trabalho emerge diretamente da vivência nos territórios e da escuta profunda das pessoas, instituições e contextos sociais afetados por sofrimento psicoespiritual. Por tratar-se de um relato de experiência com base em práticas integrativas, optou-se por um percurso metodológico qualitativo, fenomenológico e espiritual, alinhado aos princípios da Abordagem Quântica, Restaurativa, Integrativa e Sistêmica (AQRIS).
Não foram utilizados instrumentos estatísticos ou entrevistas estruturadas, mas sim diários reflexivos, fotos, relatos de escuta sensível, registros em áudio do prontuário sistêmico (modelo próprio do NPICS Brasil) e a sistematização de falas e movimentos observados durante as rodas, atendimentos e atividades formativas.
Itinerário das ações
O percurso metodológico se desdobrou em cinco espaços principais:
CAPS Cabrália:
Realização de rodas de escuta na sala de espera e atendimento individual a pacientes em sofrimento psíquico.
Aplicação de florais como coadjuvante aos cuidados da equipe multiprofissional.
Uso da técnica da flor chave, onde o paciente escolhia intuitivamente a flor que representava seu estado interior.
Escolas públicas municipais:
Rodas com professores e alunos do ensino fundamental, com abordagem lúdica e reflexiva.
Apresentação das essências como recurso emocional em contextos de bullying, tristeza, isolamento e conflitos familiares.
Participação de professores em formação complementar sobre o uso sistêmico dos florais.
Unidades básicas de saúde (UBS):
Atendimentos em dias de mutirão, especialmente com públicos vulneráveis.
Intervenções curtas com uso de floral de emergência, associado à técnica de respiração e meditação espontânea.
Inserção do protocolo SOS Florais na rotina da UBS com apoio dos agentes comunitários de saúde.
Instituições de longa permanência para idosos (ILPIs):
Visitas esporádicas às casas de repouso e lares de acolhimento.
Aplicação de essências florais com base nos sintomas comportamentais (irritabilidade, isolamento, desorientação, apego a memórias do passado).
Observação de melhora na interação social e relatos espontâneos de reconciliações familiares.
Espaços comunitários e religiosos:
Encontros com casais, líderes comunitários e famílias em situação de vulnerabilidade.
Uso de florais associado à leitura das Escrituras, pensamento sistêmico e partilha de testemunhos.
Ações articuladas com a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sem institucionalização do cuidado, mas com livre inspiração espiritual.
Instrumentos utilizados
Kit floral básico com diversos dos 38 florais de Bach, preparados artesanalmente segundo a metodologia tradicional e florais doados por outros fornecedores brasileiros de impacto.
Registros de escuta sistêmica, onde se ouvia a queixa, o sistema familiar, os sintomas, as falas espirituais e o floral prescrito.
Fotos capturadas com consentimento, como recurso de educação em saúde.
Cadernos de campo e diário reflexivo do facilitador, arquivados no FamilySearch com acesso restrito.
Roda de cuidado comunitário, uma prática integradora que unia florais, pensamento integrativo e sistêmico, CNV (Comunicação Não Violenta), princípios do Evangelho e oração.
Formação e multiplicação
A prática deu origem ao aprofundamento do Curso de Autocuidado com Terapia Floral Integrada com outras Pics, facilitado pelo próprio autor com apoio de parceiros locais. A formação incluiu:
Módulos ou oficinas presenciais e online sobre espiritualidade, campo mórfico, escuta ativa e ciência vibracional.
Participação de profissionais da saúde, cuidadores, conselheiros tutelares, professores e mães de famílias atendidas.
A certificação foi simbólica, baseada mais na vivência do que na carga horária. Os participantes eram encorajados a aplicar o conhecimento em suas comunidades com responsabilidade e oração.
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE E IMPACTOS OBSERVADOS
Ao longo da jornada desenvolvida em Santa Cruz Cabrália, os impactos da prática com essências florais aliadas à abordagem sistêmica e espiritual foram percebidos em diversos níveis: individual, familiar, comunitário e institucional. Embora não se trate de um estudo com critérios quantitativos, os relatos colhidos, as mudanças percebidas no comportamento das pessoas atendidas e as reações das instituições demonstram a potência da prática como tecnologia relacional de cuidado.
Mudanças subjetivas e espirituais
Em muitos atendimentos, observou-se uma profunda conexão emocional e espiritual durante o uso das essências florais. Em situações de angústia intensa, crises familiares ou sintomas recorrentes de tristeza e ansiedade, o uso de compostos florais foi acompanhado por sensações de alívio, reconexão com a fé e restauração do vínculo com os pais ou com a própria criança interior.
Uma das participantes relatou após o uso do floral Walnut (para transições e proteção de influências externas):
“Senti como se tivesse uma luzinha acesa dentro de mim, e voltei a ter coragem de falar com a minha filha depois de tempos sem nos vermos.”
(Relato colhido durante sala de espera no CAPS Cabrália, maio de 2024)
Em idosos institucionalizados, essências como as contidas no Rescue Remedy favoreceram expressões emocionais antes inibidas. Um cuidador do lar dos idosos comentou:
“Ele nunca falava nada, só ficava olhando distante. Depois que começou o floral, falou dos familiares que morreram, e se emocionou pela primeira vez desde que está aqui.”
Esses depoimentos apontam para uma abertura dos campos de memória afetiva, alinhada à hipótese dos campos mórficos de Rupert Sheldrake e às ordens do amor de Bert Hellinger.
Transformações sistêmicas e relacionais
Em famílias acompanhadas por agentes comunitários e pelos serviços do CAPS, o uso dos florais foi progressivamente associado à reorganização do sistema familiar: reconciliações, cessação de conflitos e retomada da comunicação entre gerações. Uma das mães atendidas nas UBS e Caps relatou, após o uso de floral com o filho de 10 anos:
“Ele mudou o comportamento e ficou muito mais tranquilo.”
Além disso, ao integrar os florais às rodas nas escolas, foi possível observar melhora na convivência entre professores e alunos. Os docentes relataram que os florais serviam como “apoio emocional discreto”, especialmente em dias de tensão, prova ou conflitos entre colegas.
Fortalecimento comunitário e reconhecimento institucional
Com o tempo, o trabalho realizado com florais e práticas integrativas passou a ser espontaneamente reconhecido por gestores de saúde, educação e líderes comunitários. O curso aprofundado de terapia floral possibilitou que multiplicadores locais passassem a usar os florais com responsabilidade e fé, respeitando os princípios da escuta sistêmica.
No CEJUSC Cabrália, as práticas foram integradas ao acolhimento de casais em conflito, com relatos de maior disposição para o diálogo e abertura para a constelação familiar. A juíza da comarca e demais servidores do Cejusc manifestaram apoio à continuidade dessas ações, entendendo que os florais atuam como instrumentos de pacificação interior e social, o que fortalece os princípios da justiça restaurativa.
Aprendizados e desafios
A experiência também evidenciou alguns limites e tensões:
A necessidade de formação ética e espiritual continuada, para evitar banalização do uso das essências;
Resistência inicial de parte da equipe técnica, vencida com testemunhos e partilhas de usuários;
Dificuldade em manter estoque regular de florais, o que foi solucionado com parcerias solidárias e doações.
O principal aprendizado foi que a cura não é um protocolo, mas um movimento que começa na alma, e que os florais, quando usados com consciência e reverência, são catalisadores de restauração, reconexão e pertencimento.
CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONTRIBUIÇÕES PARA O SUS, A JUSTIÇA RESTAURATIVA E A EDUCAÇÃO POPULAR
A experiência com o uso das essências florais integradas à inteligência sistêmica e aos saberes espirituais em Santa Cruz Cabrália demonstra que é possível construir caminhos de cuidado profundamente humanos, enraizados na escuta, na fé e na comunidade. Longe de ser uma prática alternativa ou periférica, o uso dos florais se mostrou uma ferramenta restaurativa, capaz de atuar tanto no plano emocional e energético quanto nas dimensões pedagógicas, jurídicas e sociais da vida cotidiana.
Ao longo do processo, foi possível perceber que:
A escuta sensível associada à terapia floral cria espaços de confiança e pertencimento, especialmente em contextos de sofrimento psíquico e exclusão social;
A articulação entre os florais e práticas como constelação familiar, CNV, evangelho no lar, meditação e roda de cuidado potencializa o processo terapêutico e o enraiza na cultura local;
O conhecimento ancestral das flores, da água e do campo familiar encontra respaldo em pesquisas contemporâneas e amplia a legitimidade das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).
A Abordagem Quântica, Restaurativa, Integrativa e Sistêmica (AQRIS), aplicada na prática deste relato, representa um modelo possível de cuidado transdisciplinar, inspirado tanto nas Escrituras quanto na ciência vibracional, nos direitos humanos, na justiça restaurativa e nos princípios constitucionais do SUS: universalidade, integralidade e equidade.
O trabalho realizado também revela o valor da Educação Popular em Saúde, pois toda a experiência se construiu não com base em recursos financeiros externos ou estruturas formais, mas sim com saberes compartilhados, afetos sinceros, fé coletiva e práticas solidárias. Cada flor escolhida, cada frasco preparado, cada escuta realizada foi, na verdade, um ato político e espiritual de reconstrução de vínculos.
Como legado, fica a proposta de que:
Os florais sejam integrados oficialmente ao escopo das PICS nos municípios, com apoio de gestores e formação ética de multiplicadores;
Os espaços como CEJUSCs, escolas e ILPIs reconheçam a importância das tecnologias sutis como ferramentas restaurativas e educativas;
A espiritualidade, respeitada em sua diversidade, seja reintegrada ao campo da saúde pública e comunitária como dimensão essencial da cura.
“Aquele que acha que consegue viver sem tecnologia é porque não sabe, desconhece, ignora o que é tecnologia.”
— Diego da Rosa Leal
“O que permanece, não são os números, mas os vínculos que foram curados.”
Este relato não pretende concluir uma experiência, mas abençoar sua continuidade. Que outras flores brotem, que outros vínculos se curem, e que a saúde integral floresça onde houver alguém disposto a escutar.
REFERÊNCIAS
BARNARD, Julian. As Essências Florais de Bach – Forma e Função. São Paulo: Pensamento, 1999.
BARNARD, Julian. The Healing Herbs of Edward Bach: An Illustrated Guide to the Flower Remedies. London: C.W. Daniel Company, 1994.
BARNARD, Julian. Os Florais de Bach e os Padrões Inscritos na Água. São Paulo: Blossom, 2017.
EMOTO, Masaru. A Mensagem da Água. São Paulo: Cultrix, 2006.
EMOTO, Masaru. A Forma Oculta da Água. São Paulo: Cultrix, 2011.
GOSWAMI, Amit. O Médico Quântico: A Cura com a Física da Alma. São Paulo: Aleph, 2012.
GOSWAMI, Amit. A Física da Alma. São Paulo: Aleph, 2004.
HELLINGER, Bert. Ordens do Amor: Um Guia para o Trabalho com Constelações Familiares. São Paulo: Cultrix, 2001.
HELLINGER, Bert. A Simetria Oculta do Amor: O Que Afasta e o Que Aproxima nas Relações. São Paulo: Cultrix, 2007.
SHELDRAKE, Rupert. Ressonância Mórfica: Os Hábitos da Natureza. São Paulo: Cultrix, 2010.
SHELDRAKE, Rupert. A Redescoberta da Vida. São Paulo: Cultrix, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
LEAL, Diego da Rosa. Florais, fé e equidade: Relato de experiência sobre educação popular em saúde e Práticas Integrativas em Santa Cruz Cabrália/ Bahia. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2024. Disponível em:
https://ideiasus.fiocruz.br/praticas/florais-fe-e-equidade-relato-de-experiencia-sobre-educacao-popular-em-saude-e-praticas-integrativas-em-santa-cruz-cabralia-ba/
LEAL, Diego da Rosa. Florais, Fitoterapia e Aromaterapia: Práticas Integrativas em Santa Cruz Cabrália (BA) com Ênfase na Educação Popular em Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2024. Disponível em:
https://ideiasus.fiocruz.br/praticas/florais-fitoterapia-e-aromaterapia-praticas-integrativas-em-santa-cruz-cabralia-ba-com-enfase-na-educacao-popular-em-saude/
LEAL, Diego da Rosa. Florais no Manejo de Crises Psiquiátricas: Experiência Comunitária em Santa Cruz Cabrália (BA). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2024. Disponível em:
https://ideiasus.fiocruz.br/praticas/florais-no-manejo-de-crises-psiquiatricas-experiencia-comunitaria-em-santa-cruz-cabralia-ba/
LEAL, Diego da Rosa. Terapia Floral como Prática Integrativa e Sistêmica: Relato de Experiência em Santa Cruz Cabrália – BA. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2024. Disponível em:
https://ideiasus.fiocruz.br/praticas/terapia-floral-como-pratica-integrativa-e-sistemica-relato-de-experiencia-em-santa-cruz-cabralia-ba/
LEAL, Diego da Rosa. Transcrição da Live: “A Constelação Sistêmica enquanto Solução Interdisciplinar no SUS”. Arquivo FamilySearch, 2024. Disponível em:
https://www.familysearch.org/photos/artifacts/221944580
AGRADECIMENTOS
Ao concluir este relato de experiência, registro minha gratidão a todos que participaram desta caminhada com coragem, fé e disposição para servir.
Agradeço especialmente a José e Marilene Santos, pela sabedoria e presença constante; à Jucélia Novais, pelo zelo espiritual; à Valmira Conceição, pela ponte afetiva com as famílias e comunidades.
Estendo meu reconhecimento à equipe do NPICS Brasil, à Prefeitura Municipal de Santa Cruz Cabrália, ao CAPS Cabrália, aos profissionais das UBS e escolas envolvidas, aos cuidadores e residentes das ILPIs, e à rede de apoio da Associação Brasileira de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Agradeço também à equipe da Fiocruz/IDEIASUS pela validação institucional das experiências relatadas e ao FamilySearch, que acolhe e preserva a memória documental e espiritual deste movimento.
Por fim, expresso profundo respeito às flores e às suas mensagens silenciosas de cura, à fé que sustenta os vínculos, e ao povo de Cabrália, guardião de uma história sagrada e viva.
ANEXOS
Anexo A – Álbum do Movimento Floral no SUS Cabrália/Bahia/Brasil
Disponível em: https://www.familysearch.org/memories/gallery/album/1242168?cid=mem_copy
Anexo B – Álbum do Espaço Flor de Lótus – Luceni Ransolin (MTC)
Disponível em: https://www.familysearch.org/memories/gallery/album/1491021?cid=mem_copy
Anexo C – Álbum “História de Santa Cruz Cabrália”: A verdadeira história do Brasil, por Sidrach Carvalho Neto
Disponível em: https://www.familysearch.org/memories/gallery/album/1497107?cid=mem_copy
Forum Jutahy Fonseca, Santa Cruz Cabrália - BA, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO