A Organização Mundial da Saúde declarou como evento epidêmico a doença causada pelo coronavírus SARS-CoV2 (COVID-19) em 11/03/2020. Trata-se de um vírus novo e com alto poder de transmissão e letalidade que impactou os serviços de saúde e a vida social e, por conseguinte, no momento, o distanciamento social é a forma de prevenção mais eficaz. A previsão de interiorização e o alarde da propagação da doença moveu a gestão municipal de Quissamã para adotar medidas de restrição de circulação da população, implantar o Centro de Triagem Respiratória e construir um Hospital de Campanha com 10 leitos, criar o Disque Saúde e o Teleatendimento de apoio psicológico a fim de concentrar os atendimentos de casos suspeitos e diagnosticados para reduzir a transmissão e preservar a vida. No entanto, avaliava a importância de garantir o cuidado em saúde para os usuários acometidos por outras patologias, com menor exposição de risco para os mesmos e para os profissionais de saúde. Além disso, identificava a necessidade de conhecer o comportamento da doença no município. Por outro lado, a avalanche de informações oriundas dos meios de comunicação, algumas delas contraditórias, exigia um filtro técnico-científico. Portanto, a questão sobre como enfrentar a pandemia a partir das melhores evidências científicas e da defesa da vida motivou a cooperação técnica estabelecida entre a prefeitura e a UFRJ. Essa prática visa apresentar as ações realizadas e os produtos gerados em decorrência dessa parceria com a universidade.
A pandemia covid-19 gerou uma grande tensão, em diversos aspectos e intensidades, para a gestão municipal, para os profissionais de saúde e para a população, sobretudo, porque não existe, ainda, vacina para induzir a imunidade. Reorganizar os serviços de saúde de modo a garantir à assistência com menor exposição de riscos para a população e profissionais de saúde tem exigido uma atuação da gestão municipal com base em evidências científicas.
Para um problema com tal nível de gravidade recomendamos a condução das ações por técnicos qualificados e a tomada de decisões baseadas em evidências científicas. Ter uma vigilância em saúde atuante, dar visibilidade sobre as medidas adotadas para a população e para os órgãos de controle interno e externo, divulgar os indicadores relativos ao problema enfrentado, estabelecer parceria com instituições acadêmicas e de pesquisa, promover a educação permanente em saúde são outros aspectos relevantes.
R. Conde de Araruama, 425 - Centro, Quissamã - RJ, 28735-000, Brasil
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