Realizar exames para investigação de casos de Tuberculose ativa em 100% dos detentos do presídio de Ubá (MG), em um curto período de tempo, possibilitando a interrupção da transmissão da doença mediante tratamento adequado dos casos, contribuindo com estudo epidemiológico descritivo no Presídio de Ubá, por meio do rastreamento de massa para diagnóstico de casos de tuberculose, utilizando instrumentos recomendados pelo Ministério da Saúde: RX do tórax e Teste Rápido Molecular para TB (TRM-TB), sendo estes viabilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Ubá. Cela a cela, os detentos foram examinados no período de setembro a dezembro de 2018.
Público alvo: população privada de liberdade (PPL) do presídio de Ubá, provisórios e regime fechado, que, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça, do período somavam 314 indivíduos. o rastreamento de massa é uma estratégia de controle, obtendo assim uma linha de base para planejar futuras intervenções.
A tuberculose (TB) continua sendo um grave problema de saúde pública. Anualmente são mais de 10 milhões de casos da doença no mundo inteiro. Contudo, existe outra face dessa doença que passa despercebida pelo poder público que é a população privada de liberdade (PPL). Entre estes, o risco de adoecimento é 29 vezes maior do que da população em geral. A partir deste dado, verifica-se que o controle da TB na sociedade vai depender de seu controle nos presídios, uma vez que existe uma grande rotatividade nestas instituições, colocando em situação de risco as comunidades de origem dos internos e, por extensão, toda a sociedade. em 2017 foram identificados apenas 4 casos de TB no Presídio de Ubá, um número claramente incompatível com a realidade prisional de uma população de mais de trezentos indivíduos. Diante desse quadro, o município realizou o primeiro screening de massa no presídio, no sentido de promover o diagnóstico, o tratamento e a prevenção da TB.
Neste primeiro screening, em 2018, foram examinados não somente 314, mas 342 indivíduos, devido à rotatividade no sistema prisional. Este acréscimo se deve à rotatividade inerente ao sistema prisional, onde novos presos estão entrando ou saindo a qualquer momento. Foram realizados 298 exames RX, 46 exames TRM, diagnosticados 10 casos de TB e identificados 96 SR (que no sistema carcerário é o indivíduo que apresenta tosse por qualquer período de duração). Enquanto em 2017 foram realizados 41 exames de RX, 4 exames TRM, diagnosticados 4 casos de TB e identificados 4 SR. Foram implantados o Livro de Sintomático Respiratório e o Livro de Registro de Pacientes de Tuberculose. Graças a tais providências novos casos estão sendo diagnosticados.Toda a PPL do Presídio de Ubá foi investigada, consistindo numa medida concreta para interromper a cadeia de transmissão da doença entre os presos e seus contatos. Os resultados foram possíveis devido à parceria do município (cotas extras de exames), presídio (estratégias para transporte de toda a PPL) e hospital (disponibilização de horários específicos).
As ações de saúde no sistema prisional devem ser vistas como direito e não como um favor ao preso, conforme diretrizes do SUS.
Rua Djalma Barbosa de Freitas, 91 Centro, Ubá -MG
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