Prevenção do câncer de colo de útero e seguimento dos resultados alterados: uma experiência exitosa no município de São Félix

No Brasil, o câncer de colo de útero é um importante problema de saúde pública, sendo o terceiro tipo que mais acomete mulheres e a quarta causa de morte por câncer. A região nordeste é a segunda mais incidente. Quando diagnosticado precocemente, essa doença tem grande possibilidade de cura e redução da morbimortalidade. A atenção básica deve coordenar os cuidados primários, dentre esses, o exame Papanicolau configura como forma efetiva no rastreamento e detecção precoce do câncer de colo de útero. São Félix está situado no Recôncavo Baiano com uma população feminina estimada em 3.490 (25 a 59 anos), com cobertura de 100% pela Atenção Básica, sendo essa responsável pela ampliação da cobertura de serviços ofertados, estruturação do processo de trabalho e encaminhamento para outros níveis de atenção. Esse relato se justifica por apresentar a experiência de uma estratégia alternativa na realização do Papanicolau na AB, possibilitando maior adesão ao exame e efetivo seguimento dos casos alterados.

Apresentar a experiência de implementação de uma estratégia inovadora na realização da coleta do exame Papanicolau e seguimento dos casos alterados na atenção básica. Trata-se de um relato de experiência realizado em São Félix (BA), onde a partir de março de 2018, foi adotada como estratégia a desvinculação da realização do exame Papanicolau pela Unidade de Saúde da Família (USF), ficando uma enfermeira responsável pela coleta nas unidades, com agendamento prévio, bem como pelos direcionamentos e seguimento dos resultados alterados. Os dados foram coletados dos registros das unidades e do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) referentes aos atendimentos realizados em 2018.

De acordo com dados do SISCAN, em 2017 foram coletados 1067 exames e em 2018 houve um aumento de 41,7% (1512). Os resultados apresentados nas lâminas coletadas em 2018 foram: 1 adeno carcinoma invasor, 17 lesões intraepiteliais de alto grau (II e III), 36 ASC-H (não se pode afastar lesão de alto grau), 29 lesões intraepiteliais de baixo grau (HPV e grau I), 42 ASC-US (possivelmente não neoplásicas) e 29 reatividade celular intensa/controle citológico. Dentre os 153 exames alterados (10% do total) foram gerados como seguimento 41 biópsias, 21 leeps e 21 cauterizações. Dos resultados dos anatomopatológicos, 2 apresentaram lesões com margens comprometidas e 3 foram encaminhados ao serviço de referência de oncologia (CICAN). Por meio dessa estratégia, que oportunizou oferta regular e interlocução com a da rede de atenção à saúde, foi possível identificar um aumento significativo no número de exames realizados e, mais relevante ainda, houve o seguimento adequado e resolutivo para os casos alterados. A implementação desse serviço proporcionou um acompanhamento integral às mulheres atendidas, resultando em diagnóstico precoce das lesões em seus variados estágios, encaminhamentos necessários e tratamento oportuno.

Principal

Patricia Dolis Malatesta

pdmfonseca20@gmail.com

Coautores

Rita de Cássia Melo dos Santos, Paula Paulina Costa Tavares, Karla Kele Castro Sampaio, Patricia Dolis Malatesta

A prática foi aplicada em

São Félix

São Félix

São Félix

São Félix

São Félix

São Félix

São Félix

São Félix

São Félix

Bahia

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Odilon Cunha Rocha

Conta vinculada

23 set 2023

CADASTRO

12 set 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

Práticas Relacionadas