Pré-natal sem malária: plantando a prevenção e colhendo gotas de amor

O município de Mazagão, localizado na região sul do estado do Amapá, possui um histórico significativo em relação aos casos de malária. Por esse motivo, é considerado prioritário pelo Ministério da Saúde no desenvolvimento de estratégias voltadas à eliminação da doença. Segundo o censo de 2010, a população feminina de Mazagão era de 8.058 mulheres, um dado relevante para a formulação de estratégias preventivas direcionadas a grupos de risco, como crianças, idosos, pessoas imunodeprimidas e, especialmente, gestantes. A malária durante a gestação pode trazer diversas complicações para a mãe e o bebê, como baixo peso ao nascer, restrição do crescimento intrauterino, redução do perímetro cefálico, aborto espontâneo e natimortalidade. Diante desse cenário, a consulta de pré-natal surge como um momento crucial de comunicação entre o profissional de saúde e a gestante.
A estratégia “Pré-Natal Sem Malária” foi implementada em 2021, aproveitando esse momento de interação para potencializar tanto a disseminação de ações preventivas quanto o fortalecimento do diagnóstico precoce. Dentro da rotina de consultas de pré-natal, foi introduzida a testagem para malária e o fornecimento de orientações tanto para a futura mãe quanto para seu parceiro e familiares próximos. Essa abordagem visa não só proteger a gestante e o bebê, mas também engajar a comunidade na prevenção da malária, reforçando a importância do diagnóstico e tratamento precoces para a saúde pública local.

• Treinar as equipes de saúde da família para diagnosticar da malária.
• Aumentar o número anual de exames de malária em gestantes.
• Fornecer repelente para as gestantes que residem em áreas com histórico de casos.
• Garantir a instalação do MILD (mosquiteiro) nas residências de gestantes que morem em áreas com casos.
• Organizar uma roda de conversa com os parceiros das gestantes para abordar a temática de malária.
• Criar um fluxo de sala de espera durante as consultas de pré-natal para instruir as gestantes sobre a prevenção e diagnostico da malária.
• Confeccionar material educativo sobre prevenção e correlação da malária a outras temáticas pertinentes ao período da gestação.
• Sinalizar as UBSs com placas que informem a oferta do diagnóstico da malária.
• Fortalecer o protagonismo feminino através da inserção das profissionais da vigilância ambiental no processo de coleta da gota espessa.
• Criar o cartão do pré-natal sem malária para monitorar mensalmente a realização do exame.

• Treinamento dos 7 enfermeiros da Estratégia Saúde da Família para a realização do teste rápido de diagnóstico da malária.
• Contratação de três técnicas para coleta de lâminas nas UBSs.
• Criação de um fluxo de trabalho integrado entre a Vigilância Ambiental e a Atenção Básica para a realização dos exames.
• Confecção de 2.000 carteiras de acompanhamento do pré-natal sem malária.
• Aquisição e distribuição de 200 frascos de repelente para gestantes que residem em áreas de risco para malária.
• Criação da “Roda de Conversa do Pré-Natal do Parceiro Sem Malária”, envolvendo parceiros das gestantes no processo de conscientização.
• Aquisição de material educativo por parte do município para a abordagem do tema nas unidades de saúde.
• Sinalização de todas as UBSs que oferecem diagnóstico de malária durante a consulta de pré-natal.

A experiência “Pré-Natal Sem Malária” vai além das recomendações técnicas do Ministério da Saúde para o diagnóstico de malária em gestantes. O projeto tem como foco o protagonismo feminino e a regionalização da comunicação e educação em saúde. Ele oferece um olhar específico para a mulher nortista, que pode ser oriunda de comunidades quilombolas, extrativistas ou ribeirinhas. A iniciativa também considera a realidade de mulheres donas de casa, professoras e trabalhadoras domésticas, cujas vidas são marcadas pela cultura do marabaixo. Unir mulheres tão diversas, mas que compartilham um momento único como a gestação, transforma essa ação em algo mais profundo que uma simples intervenção educativa em saúde; ela se torna uma expressão de cuidado com uma futura geração.

Principal

Tiago José de Souza

tiagopse@outlook.com

Apoiador municipal de combate à malária

Coautores

Tiago José de Souza, Aline Cristina Texeira

A prática foi aplicada em

Mazagão

Amapá

Norte

Esta prática está vinculada a

Rua Presidente Getúlio Vargas - Mazagão, Mazagão - AP, 68940-000, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Monique Melo Gomes

Conta vinculada

03 set 2024

CADASTRO

20 set 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

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