Política estadual para ampliação do acesso à profilaxia pré-exposição ao HIV em Minas Gerais

A experiência em questão é a Política Estadual para Ampliação do Acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV em Minas Gerais, iniciada em junho de 2025 e desenvolvida até o momento atual. Esta política é executada pela Coordenação Estadual de IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (CISTAHV-SES/MG), contando com a parceria da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (SEPLAG). O principal objetivo desta política é ampliar o acesso às ações de promoção, prevenção combinada, educação e comunicação em saúde para populações em situação de maior vulnerabilidade ao HIV e à aids. Em um nível mais amplo, a meta é reduzir a transmissão do HIV, especialmente em populações vulneráveis. Para tal, a estratégia detalha objetivos específicos que buscam: reduzir as desigualdades de acesso à PrEP ; promover o acesso de populações-chave aos serviços de saúde; implantar estratégias de teleatendimento para oferta de PrEP; ampliar a oferta de PrEP na rede de saúde, incluindo Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) e teleatendimento; aumentar a oferta de métodos preventivos ; ampliar o acesso a informações sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); e fortalecer o atendimento de IST nas UAPS. O público prioritário da ação abrange: Pessoas transexuais e travestis, Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), Trabalhadoras(es) sexuais, Pessoas que usam álcool e outras drogas (PUD), Jovens e Pessoas com baixa escolaridade. Atualmente atendimento presencial está focado em 12 municípios estratégicos que, juntos, somam mais de 150 UAPS habilitadas para a prescrição de PrEP. Adicionalmente, a implementação do teleatendimento garante a cobertura de 396 municípios pertencentes às macrorregiões de saúde que contam com um Serviço de Atendimento Especializado (SAE) Ampliado de referência em Minas Gerais.

A epidemia de HIV/Aids no Brasil se concentra em populações-chave, como gays, outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas transgênero e profissionais do sexo, que representam a maior parte dos novos casos de infecção quando comparados à população geral. Além de um risco maior de adquirir o HIV, esses grupos frequentemente sofrem discriminação, estigma e preconceito, o que agrava sua vulnerabilidade e é acrescido por processos históricos de estigmatização e marginalização social. Tais realidades sociais criam barreiras para o acesso a serviços de saúde, dificultando a prevenção, testagem e tratamento e, consequentemente, excluindo esses grupos do direito à saúde. Para enfrentar esse problema e diminuir a incidência do HIV, é essencial expandir a oferta e as opções de estratégias de prevenção combinada, focando na redução das barreiras de acesso e na promoção de um atendimento mais equitativo e universal.

A experiência demonstrou expressivo potencial de expansão e impacto, com a condução de um projeto piloto robusto no SAE Ampliado de Montes Claros, consolidado como modelo de validação e replicação da estratégia. O principal resultado foi a pactuação e publicação da resolução estadual na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que formaliza e aprova a proposta, conferindo-lhe legitimidade e sustentabilidade. Para além, a experiência gerou crescente interesse e engajamento de outros serviços de saúde em Minas Gerais, garantindo condições para a implementação em larga escala, ampliando o acesso à prevenção combinada ao HIV. A iniciativa fortalece a prevenção combinada ao ampliar o acesso à PrEP, integrando-a a outros serviços de saúde. A expansão da PrEP ocorre em duas frentes: expansão para a Atenção Primária à Saúde (APS) e a implementação do teleatendimento. O teleatendimento, realizado por equipes dos SAEs, é uma modalidade inovadora que supera barreiras geográficas. Além disso, municípios elegíveis sem SAE/Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) podem solicitar a abertura de uma Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM) PrEP, facilitando o acesso local aos medicamentos. A telessaúde também impacta positivamente na adesão da população-chave à PrEP, como pessoas trans, travestis e jovens, e supera barreiras estruturais em locais remotos.

É fundamental reconhecer que, embora a expansão da PrEP para a Rede de Atenção à Saúde (RAS) seja fundamental para ampliar o acesso à prevenção do HIV, sua implementação enfrenta desafios e tem a necessidade de superar estigmas e barreiras culturais. Para lidar com a descontinuidade no uso da PrEP por parte dos usuários, é essencial o monitoramento contínuo dos casos e a busca ativa. A telessaúde é uma ferramenta fundamental que deve ser adotada, pois supera barreiras estruturais em locais remotos ou com escassez de profissionais, além de facilitar o acesso para populações vulneráveis (como pessoas trans, travestis e jovens), impactando positivamente na adesão à estratégia de prevenção.

autor Principal

Maíra de Assis Pena Veloso

maira.veloso@saude.mg.gov.br

Diretora de Vigilância de Condições Crônicas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (DVCC-SES/MG)

Coautores

Aline Lara Cavalcante Oliva; Cecilia Helena de Oliveira; Eduardo Campos Prosdocimi; Eleonora Assunção Morad Arantes; Luísa Filizzola Costa Lima; Mayara Cristina Marques de Almeida; Talane Alcântara de Oliveira; Thayane Fraga de Paula.

A prática foi aplicada em

Todos os Municípios (MG)

Minas Gerais

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Edifício Minas - Rodovia Papa João Paulo II - Serra Verde, Belo Horizonte - MG, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Thayane Fraga de Paula

Conta vinculada

12 nov 2025

CADASTRO

12 nov 2025

ATUALIZAÇÃO

02 jun 2025

inicio

Condição da prática

Andamento

Situação da Prática

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