A Secretaria Municipal de Saúde de Mangaratiba (SMS), implantou em 2008 o SINAN, para a vigilância das violências interpessoais e autoprovocadas. Em 2017, foi criado o ARTE VIVA (AV), núcleo responsável pela articulação de estratégias de prevenção e enfrentamento às violências, que lidou com os desafios da subnotificação das situações de violência
1-Subnotificação das violências.2- Naturalização da violência contra as mulheres e a cristalização da vulnerabilidade.3- Inexistência de fluxo de atendimento para as situações de violência e descontinuidade do cuidado.4- Falta de serviços especializados para atendimento de pessoas em situação de violência no âmbito da saúde.
A SLM utiliza algumas tecnologias da Sala Lilás do TJ, que funciona nos IML para atendimento humanizado de mulheres em exames periciais, no entanto, o fato da SLM ser da saúde distingue a dinâmica de acolhimento e encaminhamentos do setor. As enfermeiras que atuam na SLM apresentam competências, que lhes asseguram lidar com as situações de violência, de forma ética e livre de preconceitos, tratando as situações demandadas com o sigilo que os casos requerem. Tais enfermeiras estão em constante processo de formação para identificar as motivações e tipos de violências, avaliar risco de feminicídio, risco de suicídio e vulnerabilidade social, realizar os protocolos de profilaxia nos casos de violência sexual, realizar testes rápidos e fazer os aconselhamentos. Ainda serem capazes de acolher a pessoa em situação de violência, oferecer apoio emocional e orientações sobre direitos, acesso à assistência, equipamentos da saúde, justiça e o uso do Boletim de Atendimento Médico, que pode ser empregado como prova em caso de denúncia para que seja feito Corpo de delito Indireto. Deve também conhecer o campo de trabalho da urgência e emergência para atuar junto à Equipe do Trauma nos casos de violência que chegam pela emergência do Hospital, dominar os Protocolos Operacionais Padrão (POP): da SLM e dos que fazem interface com o hospital, e por fim, conhecer a rede de atenção primária em saúde e os fluxos de encaminhamento, que viabilizam a continuidade do cuidado no território.CONCLUSÃOO trabalho objetivou apresentar o serviço da SLM no Hospital Municipal, que é realizado por enfermeiras instrumentalizadas para responder de forma competente e humanizada às pessoas e a complexidade das demandas das situações de violência interpessoal e autoprovocada. Todo o projeto é desenvolvido com o suporte técnico multidisciplinar, que faz parte da estrutura do trabalho, onde contamos com a parceria da rede de apoio do próprio hospital, como também com a rede de enfrentamento às violências do município, que é acionada por meio de protocolos e fluxos de atendimento pactuados com os serviços especializados e não especializados. A SLM demostrou eficiência nos acolhimentos e orientações realizadas para garantir que às mulheres, crianças, adolescentes, idosos, negros e LGBTQIA+ tenham acesso à saúde, assistência e justiça, que possam se resguardar após denúncia e ver os autores de agressão responsabilizados. Acreditamos que a organização do serviço, tal como descrito, foi capaz de visibilizar a violência, estreitar o diálogo intersetorial e promover a assistência integral dos usuários do serviço.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO