O lado oculto da Ilha Grande

Contextualização: Durante a pandemia de COVID-19, a Ilha Grande, cuja principal economia é o turismo, sofreu um grande impacto com o fechamento da ilha. Centenas de famílias ficaram sem sustento, e a fome se alastrou pelo paraíso. Além disso, a interrupção dos barcos que abasteciam a ilha com legumes, verduras e frutas agravou a situação, prejudicando a imunidade da população local e aumentando a vulnerabilidade a várias doenças.
Objetivos: O projeto O Lado Oculto da Ilha Grande, liderado pelo Coletivo de Mulheres da Ilha Grande, e financiado pela Fiocruz teve como principais objetivos:
Fornecer alimentos para famílias necessitadas durante a pandemia.
Fortalecer a economia dos quilombos e pequenos produtores da Costa Verde.
Melhorar a imunidade da população local através de uma alimentação rica em vitaminas.
Levar informação de saúde e fomentar campanhas de vacinação e prevenção de doenças.
Justificativas: A pandemia evidenciou a vulnerabilidade das comunidades que dependem do turismo. A falta de turistas não só afetou a economia local, mas também a saúde e bem-estar da população. As famílias, principalmente chefiadas por mulheres negras, enfrentaram um aumento significativo da insegurança alimentar. Além disso, os quilombos e pequenos produtores da região ficaram sem meios de escoar seus produtos. A iniciativa do projeto visou não apenas enfrentar a fome imediata, mas também criar um sistema de apoio sustentável para as comunidades tradicionais e fortalecer a resiliência da população contra futuras crises.
Implementação e Desenvolvimento:
Campanhas de Doação: O Coletivo de Mulheres da Ilha Grande, composto por mais de 100 mulheres, organizou campanhas para arrecadar fundos e doações. Parcerias com instituições como a FIOCRUZ foram fundamentais para o sucesso da iniciativa.
Compra de Produtos Locais: O projeto comprou produtos diretamente dos quilombos e pequenos produtores da Costa Verde, garantindo que esses segmentos pudessem continuar suas atividades e gerando renda para essas comunidades.
Distribuição de Alimentos: Foram distribuídas 732 cestas contendo cerca de 6 mil quilos de legumes, frutas e hortaliças, além de 4.400 máscaras descartáveis e 70 litros de álcool em gel.
Acompanhamento de Saúde: Foram realizadas avaliações participativas e acompanhamento de saúde para detectar aumento da imunidade e a efetividade das campanhas de vacinação e prevenção de doenças.
Divulgação e Educação: O projeto utilizou faixas, cartazes e mídias sociais para divulgar a iniciativa e fornecer informações de saúde à comunidade. A conscientização sobre a importância da vacinação e de uma alimentação balanceada foi uma prioridade.
Impacto e Resultados: O projeto beneficiou diretamente mulheres chefes de família, principalmente negras, e outras comunidades vulneráveis, como quilombolas e LGBTQIAPN+. Além de combater a fome, a iniciativa ajudou a aumentar a imunidade da população e a combater a COVID-19 e outras doenças. A compra de produtos de pequenos produtores locais não só aliviou a crise econômica imediata, mas também promoveu a sustentabilidade e a valorização da produção agroecológica. A abordagem participativa do projeto garantiu que as necessidades da comunidade fossem atendidas de maneira eficaz e inclusiva.

Oportunidade ou Problema
Problema Identificado: Durante a pandemia de COVID-19, a Ilha Grande, cuja economia depende fortemente do turismo, foi gravemente afetada. O fechamento da ilha resultou na perda de sustento para centenas de famílias, causando um aumento significativo na fome. A interrupção dos barcos que abasteciam a ilha com produtos frescos, devido à queda na demanda de restaurantes, hotéis e pousadas, agravou ainda mais a situação. Sem esses produtos essenciais, a imunidade da população local foi comprometida, expondo-os a uma série de doenças, além da própria COVID-19.
Esse cenário trouxe à tona a fragilidade da segurança alimentar e a dependência econômica das comunidades da Ilha Grande. A situação se tornou crítica, especialmente para as famílias chefiadas por mulheres negras, que enfrentavam não apenas a fome, mas também a falta de recursos básicos para a sobrevivência. Os quilombos e pequenos produtores da Costa Verde, que já lutavam contra a falta de acesso a mercados e políticas públicas, viram sua renda desaparecer, criando uma crise em múltiplos níveis.
Oportunidade de Aperfeiçoamento: Diante desse cenário desafiador, o Coletivo de Mulheres da Ilha Grande identificou a oportunidade de não apenas mitigar os impactos imediatos da pandemia, mas também de criar soluções sustentáveis e resilientes para o futuro. A principal oportunidade foi a implementação de um projeto que:
Fortalecesse a Segurança Alimentar: Através da compra e distribuição de alimentos frescos dos quilombos e pequenos produtores, o projeto garantiu que as famílias tivessem acesso a uma dieta nutritiva, essencial para aumentar a imunidade e combater doenças.
Fomentasse a Economia Local: Ao adquirir produtos diretamente dos pequenos agricultores e quilombolas, o projeto não só ajudou a escoar a produção excedente, mas também gerou renda para essas comunidades tradicionais, fortalecendo a economia local.
Promovesse a Saúde e a Educação: Parcerias com instituições como a FIOCRUZ permitiram levar informações de saúde vitais e promover campanhas de vacinação, aumentando a conscientização sobre a importância da imunidade e prevenção de doenças.
Empoderasse Mulheres e Comunidades Tradicionais: Ao fortalecer o protagonismo das mulheres do Coletivo e valorizar a produção dos quilombos, o projeto promoveu a liderança feminina e a preservação cultural.
Desenvolvimento da Experiência: A implementação do projeto começou com a mobilização do Coletivo de Mulheres da Ilha Grande, que organizou campanhas de arrecadação de fundos e parcerias estratégicas. A compra de produtos diretamente dos quilombos e pequenos produtores foi fundamental para manter a economia em movimento e garantir alimentos frescos para a comunidade. A distribuição de 732 cestas com cerca de 6 mil quilos de alimentos, além de máscaras descartáveis e álcool em gel, foi realizada de forma organizada e eficiente, abrangendo as famílias mais necessitadas.
Impacto e Resultados: A iniciativa teve um impacto profundo e positivo na comunidade. Não só garantiu a segurança alimentar e melhorou a imunidade das famílias, como também promoveu a solidariedade e o apoio mútuo em tempos de crise. As avaliações participativas permitiram ajustar as ações conforme necessário, garantindo a eficácia e a relevância do projeto. A divulgação nas comunidades e nas mídias sociais aumentou a visibilidade e a adesão às campanhas de saúde.
Em resumo, o projeto O Lado Oculto da Ilha Grande transformou um momento de crise em uma oportunidade de fortalecimento comunitário, promovendo a saúde, a segurança alimentar e a sustentabilidade econômica, enquanto valorizava e empoderava as mulheres e comunidades tradicionais da região.

Resultados Alcançados: A implementação do projeto O Lado Oculto da Ilha Grande teve resultados significativos e impactantes para a comunidade local. Entre os principais resultados alcançados estão:
Distribuição de Alimentos:
Foram distribuídas 732 cestas básicas, totalizando cerca de 6 mil quilos de legumes, frutas e hortaliças.
A distribuição de 4.400 máscaras descartáveis e 70 litros de álcool em gel contribuiu para a prevenção da COVID-19.
Beneficiários Diretos:
As principais beneficiárias foram mulheres chefes de família, em sua maioria negras, que receberam apoio alimentar e produtos de higiene essenciais.
A iniciativa também beneficiou pequenos produtores e quilombolas, gerando renda e valorizando a produção local e agroecológica.
Aumento da Imunidade:
A alimentação rica em vitaminas e nutrientes ajudou a melhorar a imunidade da população, não só contra a COVID-19, mas também contra outras doenças.
Engajamento e Educação:
Através de campanhas de informação e vacinação, a população foi educada sobre a importância da saúde e prevenção de doenças.
A parceria com a FIOCRUZ foi crucial para levar informações de saúde e promover campanhas de conscientização.
Benefícios:
Segurança Alimentar: Garantiu que famílias em situação de vulnerabilidade tivessem acesso a alimentos nutritivos, melhorando a segurança alimentar durante a pandemia.
Fortalecimento da Economia Local: A compra de produtos dos quilombos e pequenos produtores ajudou a sustentar a economia local, gerando renda para comunidades tradicionalmente marginalizadas.
Saúde e Bem-Estar: A melhora na alimentação e as campanhas de saúde contribuíram para aumentar a imunidade da população, reduzindo a incidência de doenças.
Empoderamento Feminino: Fortaleceu o protagonismo das mulheres do Coletivo de Mulheres da Ilha Grande, promovendo liderança e resiliência comunitária.
Inovações:
Uso de Parcerias Estratégicas: A colaboração com a FIOCRUZ e outras instituições trouxe um diferencial na abordagem de saúde, combinando distribuição de alimentos com campanhas de conscientização.
Distribuição Eficiente: A implementação de um sistema organizado para distribuição de cestas básicas e produtos de higiene foi inovadora em garantir que os recursos chegassem efetivamente a quem mais precisava.
Ações Participativas: Envolvimento direto da comunidade na avaliação e feedback do projeto garantiu que as ações fossem ajustadas conforme necessário, aumentando a eficácia e relevância das iniciativas.
Lições da Implementação:
Importância da Cooperação Comunitária: O sucesso do projeto demonstrou que a cooperação entre diferentes segmentos da comunidade (mulheres, pequenos produtores, quilombolas) é essencial para enfrentar crises.
Flexibilidade e Adaptabilidade: A necessidade de ajustar continuamente as ações com base no feedback da comunidade foi uma lição valiosa, mostrando a importância de ser flexível e responsivo às mudanças.
Educação Continuada: A conscientização e educação contínuas sobre saúde e nutrição foram fundamentais para alcançar resultados duradouros. Informar a população sobre boas práticas de saúde teve um impacto positivo na imunidade e bem-estar geral.
Empoderamento de Grupos Vulneráveis: O projeto destacou a importância de empoderar grupos vulneráveis, como mulheres negras e comunidades tradicionais, para liderar e organizar iniciativas que beneficiam toda a comunidade.
Resultados Esperados: O projeto visou criar um modelo sustentável e replicável de apoio comunitário que pode ser utilizado em crises futuras. Espera-se que:
A prática de comprar de pequenos produtores e distribuir para as comunidades continue, fortalecendo a economia local.
As campanhas de conscientização e educação de saúde tenham um impacto duradouro na qualidade de vida e na prevenção de doenças.
O empoderamento das mulheres e das comunidades tradicionais sirva de exemplo para outras regiões, promovendo a liderança e resiliência em tempos de crise.

Principal

dinhadiasig@gmail.com

PRESIDENTE

Coautores

COLETIVO DE MULHERES A ILHA GRANDE

A prática foi aplicada em

Angra dos Reis

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Rua do Bicão - Vila do Abraão, Angra dos Reis - RJ, Brasil

Uma organização do tipo

Terceiro Setor

Foi cadastrada por

MARIA APARECIDA DIAS FREITAS DOS SANTOS

Conta vinculada

16 dez 2024

CADASTRO

16 dez 2024

ATUALIZAÇÃO

27 ago 2021

inicio

25 mar 2022

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

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