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O Impacto da Busca Ativa e o Papel da Coordenação de Vacinação no Alcance da Meta da Campanha Nacional Contra a Poliomielite em Coruripe/Al

O Programa Nacional de Imunização (PNI), desde sua criação em 1973, vem sendo marcado por histórias de sucesso e desafios. No âmbito da Pesquisa Imuniza SUS, nos últimos anos, a queda da cobertura vacinal vem ocorrendo em todo o mundo e é considerado um fenômeno multifatorial. O modelo tecnológico adotado pelo PNI no controle das doenças imunopreveníveis combina uma série de elementos: vacinação de rotina, dias nacionais de vacinação, campanhas periódicas e vigilância epidemiológica. As Campanhas Nacionais de Vacinação consistem em uma ação de interesse nacional, sendo os grupos prioritários atores sociais importantes no processo de prevenção e controle da doença. Nesse sentido, são estipuladas metas vacinais para que se alcancem os objetivos. Não diferentemente do que vem acontecendo, o município de Coruripe, em sua série histórica, sempre apresentou dificuldades em alcançar metas de Campanhas Nacionais de vacinação infantil, sejam contra o Sarampo, a Influenza ou a Poliomielite. O município, localizado no leste do estado de Alagoas, é o 2º maior em extensão territorial, com uma população estimada em 57.647 habitantes, dos quais. 4.706 são menores de 5 anos, representando 8% do total da população. Em 2022, as Campanhas Nacionais iniciais foram a da Influenza e de Sarampo, e as metas alcançadas foram de 89,9% e 85,5% respectivamente, abaixo da meta preconizada. Em agosto, iniciou a Campanha Contra a Poliomielite, e o município adotou as estratégias de realização do dia D e a vacinação pela Equipe de Saúde de suas crianças cadastradas. Apesar da articulação da Campanha ter envolvido diversos atores, como a comunicação social, profissionais da Atenção Primária, entre outros, o avanço nos resultados estava lento. Diante disso, a Coordenação, junto aos profissionais, realizou busca ativa de crianças faltosas, diferentemente das duas campanhas iniciais. A priorização foi dada às equipes que ainda não tinham alcançado a meta, identificadas através do monitoramento feito pela Coordenação do número de crianças vacináveis, atualizada semanalmente, por meio do informe da Campanha, tendo como resultado a cobertura (%). Foi realizada busca ativa de casa em casa, segundo um cronograma de visita, além de busca ativa nas escolas, articulada com a Educação. Nas equipes, a ação foi realizada com o agente comunitário de Saúde (ACS) e técnico de enfermagem, que contou também com as apoiadoras da Coordenação de Vacinação. O resultado foi o alcance de 95,93% de crianças vacinadas. Esta experiência mostrou a importância do engajamento da coordenação no planejamento, na implementação de ações extramuros e apoio junto aos profissionais. Ficou evidenciado, também, a importância de adoção de estratégias complementares, como uma busca ativa efetiva nas escolas. A iniciativa reforça a necessidade de fortalecer o trabalho junto à ESF. O monitoramento dos resultados por equipe, pela Coordenação, também se mostrou eficaz, pois possibilitou a atuação em áreas com maior dificuldade. Além disso, foi um momento de reflexão sobre as práticas dos profissionais de saúde e o papel da coordenação para o alcance de coberturas vacinais.

Em 2022, aconteceram as seguintes campanhas: a 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, com a meta de vacinar pelo menos 90% dos grupos elegíveis, a 8ª Campanha Nacional de Seguimento contra o Sarampo e a Campanha Nacional contra a Poliomielite com a meta de vacinar no mínimo 95% das crianças, respectivamente. As Campanhas Nacionais foram iniciadas com a da Influenza e de Sarampo, no mês de abril, e as metas alcançadas foram de 89,9% e 85,5% respectivamente, ou seja, abaixo da meta preconizada. Em sua série histórica, Coruripe nunca alcançou as metas das Campanhas Nacionais de Vacinação do público infantil, apresentando dificuldades em alcançar resultados satisfatórios. Algumas dificuldades encontradas por essa Coordenação foi a prática profissional das equipes de saúde ser mais passiva, aguardando os responsáveis irem até a unidade para vacinar as crianças, pouca articulação dos profissionais com a comunidade e pouco envolvimento de todos os profissionais da equipe na campanha. Outro agravante encontrado é que o número de crianças que residem na área cadastradas pelos agentes comunitários de saúde não condiz com os números disponibilizados pelo PNI, dificultando o alcance da meta preconizada.

Em agosto foi iniciada a Campanha Contra a Poliomielite. Inicialmente, as estratégias adotadas foram a realização do dia D e a vacinação pela Equipe de Saúde de suas crianças cadastradas. Apesar da articulação da Campanha ter envolvido vários atores, como: comunicação social, mobilização da população, articulação com as equipes da atenção primária (AP), foi observado que o avanço nos resultados estava lento. Era necessário que a coordenação adotasse outra estratégia para o alcance de resultados satisfatórios, diferentemente das duas campanhas iniciais. Antes de iniciar a Campanha, foi solicitado o quantitativo de crianças menores de 5 anos por equipe. Em seguida, foi criada e alimentada, pela coordenação, uma planilha em Excel com o quantitativo por equipe e atualizada semanalmente, através do formulário de informe da Campanha, o número de vacinados, tendo como resultado a cobertura (%) por equipe. Semanalmente, as equipes eram sinalizadas, individualmente, sobre a cobertura e a necessidade de realizar a busca ativa para alcance da meta. Mesmo assim, no decorrer da Campanha, foi observado que a meta ainda estava longe de ser alcançada. Diante da problemática, a Coordenação de Vacinação e Doenças Imunopreveníveis teve que se engajar na adoção de outras estratégias para o alcance da meta. Dessa forma, foi realizada busca ativa na comunidade, juntamente com os profissionais das equipes de saúde da AP, seguindo um cronograma de visita in loco e priorizando as UBS que ainda não tinham alcançado a meta. Nas UBS, a busca ativa se dava através de uma relação nominal das crianças, e com a participação do agente comunitário de Saúde (ACS) e técnico de enfermagem, de casa em casa, dos faltosos. As visitas contaram, também, com o apoio das apoiadoras da Coordenação de Vacinação. Além disso, as buscas ativas aconteceram nas escolas, mediante articulação com a Educação. Em 2018, o resultado da Campanha Nacional contra a Poliomielite foi de 87,15%. Em 2020, o resultado alcançado foi de 94,70%. Já em 2022, o município alcançou a meta da campanha, tendo como resultado 95,93% de suas crianças vacinadas. A atuação da Coordenação junto aos profissionais fez com que eles participassem mais ativamente da campanha, mostrando a importância deles no alcance da meta e adoção de estratégias mais ativas e participativas. Dessa forma foi possível, além de atualizar a situação vacinal, proteger as crianças contra a poliomielite e reduzir os bolsões de não vacinados. Além disso, foi um momento de reflexão sobre as práticas dos profissionais de saúde e o papel da coordenação para o alcance de coberturas vacinais.

A experiência em Coruripe mostrou que, além de vacinação em pontos fixos, os esforços devem ser voltados para a busca ativa de crianças não vacinadas para o alcance de metas estabelecidas. As campanhas realizadas no município somente em pontos fixos, sejam na UBS ou em outros pontos estratégicos, como foi a de sarampo e influenza, sem utilizar estratégias complementares, como uma busca ativa efetiva nas escolas ou na população, junto com os profissionais da AP, mostrou-se ineficaz no alcance de metas. Esta experiência, também, evidenciou a importância do engajamento da coordenação no planejamento, na implementação de ações extramuros e apoio mais próximo aos profissionais. A iniciativa reforça a necessidade de fortalecer o trabalho junto à Estratégia Saúde da Família (PSF), aproximando a equipe profissional, população e coordenação. O monitoramento dos resultados por Equipe de Saúde, pela coordenação, também se mostra eficaz pois possibilitou a atuação em áreas que apresentavam maior dificuldade. O aumento na cobertura vacinal é o resultado de um conjunto de ações estratégicas que perpassam pela melhoria na ambiência das unidades de saúde, maior aporte tecnológico, treinamento de profissionais, educação em saúde para familiares e pacientes, busca ativa de pessoas com doses em atraso, integração da Vigilância e Atenção Primária, monitoramento de resultados e apoio da gestão municipal.

Principal

DANIELLY CARNEIRO CUNEGUNDES CRUZ

Coautores

GILVANA MARIA VIEIRA XAVIER , NATHALLYA MATOS COSTA DE AZEVEDO

A prática foi aplicada em

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Esta prática está vinculada a

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Uma organização do tipo

Instituição Privada

Foi cadastrada por

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ideiasus@gmail.com

A prática foi cadastrada em

23 dez 2023

e atualizada em

23 dez 2023

Início da Execução

Fim da Execução

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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