A experiência relatada teve seu desenvolvimento no âmbito da Organização Social Associação Comunitária Monte Azul, com o objetivo central de otimizar o Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde (PLAMEP) para o ano de 2025. O PLAMEP, conforme o documento orientador, é um instrumento essencial de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) que tem a função de articular o planejamento das ações de Educação Permanente em Saúde (EPS) no contexto municipal. A experiência está em andamento, com o planejamento para 2025 já consolidado. As ações planejadas para o primeiro, segundo e terceiro quadrimestres de 2025 já foram iniciadas, abrangendo todas as temáticas citadas anteriormente, como a capacitação em cultura de paz, a construção do perfil epidemiológico com recorte racial, o fortalecimento da promoção da saúde com projetos ambientais, a preparação para emergências e aprimoramento da comunicação efetiva, e as supervisões clínicas institucionais para as equipes especializadas. Essas ações deverão ser analisadas no ano de 2026 para verificar se houve alguma mudança nos indicadores dos documentos norteadores e no território. Não existe uma data de encerramento para a atividade do PLAMEP no território, pois trata-se de um processo contínuo de Educação Permanente. As ações são avaliadas quanto à sua realização em quadrimestres, e são utilizados indicadores específicos de acordo com a proposta e realidade do objetivo de cada ação, em curto, médio e longo prazo, além dos indicadores das diretrizes do Plano Municipal de Saúde (PMS) e da Programação Anual de Saúde (PAS). A cada 12 meses, há a entrega do PLAMEP construído e aprovado em conjunto com a Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS-Sul) e a Secretaria Técnica de Saúde (STS), em parceria com as Organizações Sociais (OS). Experiência é implementada no território da Organização Social Associação Comunitária Monte Azul, abrangendo as peculiaridades sociais, culturais e epidemiológicas da comunidade. Sua atuação se estende às Unidades Básicas de Saúde, serviços especializados, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a todos os territórios de abrangência das unidades. Quais eram os principais objetivos com a implementação da experiência?
Capacitar profissionais para a promoção da cultura de paz e resolução não violenta de conflitos (Justiça Restaurativa).
Construir o perfil epidemiológico da população atendida na rede pública, considerando o recorte racial para formular políticas equitativas.
Fortalecer a promoção da saúde com o desenvolvimento de projetos ambientais e saudáveis. Estimular a participação de diversos atores (trabalhadores, gestores, população, conselheiros e alunos) na identificação de problemas e na formulação de propostas de intervenção.
Preparar os profissionais de saúde para reconhecerem emergências potencialmente fatais, realizarem reanimação cardiopulmonar (RCP) e manobras de desobstrução das vias aéreas de modo seguro, oportuno e eficaz, incluindo o atendimento às urgências e emergências e a formação de times de resposta rápida.
Aprimorar a Comunicação Efetiva, otimizando a troca de informações entre os profissionais.
Propiciar supervisões clínicas institucionais para os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e para as EEVs (Equipes de Estratégia de Saúde da Família), favorecendo a reflexão sobre o processo de trabalho que envolve a clínica em saúde mental, o acolhimento aos profissionais e a contribuição com instrumentais técnicos.
O objetivo central é garantir que o PLAMEP seja um processo dinâmico e vivo, partindo das necessidades e problemas de saúde identificados no cotidiano do trabalho, e que a EPS seja, de fato, uma estratégia para a transformação e o aprimoramento das práticas de atenção, gestão, formulação de políticas e formação no SUS.
Em consonância com as diretrizes e metas estabelecidas no Plano Municipal de Saúde (PMS) e detalhadas na Programação Anual de Saúde (PAS), e em conformidade com o arcabouço normativo que inclui regulamentações como a Resolução nº 11/2016. Para combater esse reducionismo e garantir que o PLAMEP seja um processo dinâmico e vivo, partindo das necessidades e problemas de saúde identificados no cotidiano do trabalho, a experiência visa enfrentar diversas problematizações no território. Estas incluem a necessidade de qualificação profissional para gerir conflitos e responder a emergências, a superação de lacunas na formulação de políticas equitativas e na promoção da saúde, especialmente no que tange a recortes raciais e fatores ambientais. Adicionalmente, busca-se fortalecer a participação social e oferecer suporte adequado às equipes especializadas, como as equipes especializadas e serviços secundários, que enfrentam desafios como a violência infantil e a complexidade dos casos em saúde mental.
A experiência demonstrou resultados positivos e um alto nível de engajamento, impactando diversas áreas. Observou-se um avanço substancial na promoção da equidade, na qualificação da escuta e na abordagem integral do paciente. Isso fortaleceu a capacidade de diálogo e a resolução não violenta de conflitos, capacitando os colaboradores a atuarem como agentes de transformação e a disseminarem práticas de reparação e fortalecimento de vínculos na comunidade. Adicionalmente, obteve-se reconhecimento externo para projetos estratégicos voltados à qualificação do atendimento e à atenção à saúde da população negra, bem como para iniciativas de promoção da saúde ambiental. A capacitação em resposta a emergências demonstrou elevada eficácia, e aprimoramentos nos protocolos de comunicação resultaram em otimização do atendimento, acolhimento e interação interprofissional. Para complementar, a experiência salientou a imperatividade da supervisão clínico-institucional contínua para as equipes especializadas, visando assegurar a excelência na prestação de serviços e no acolhimento aos usuários, e englobou ações estratégicas para o fortalecimento e a participação qualificada dos conselhos gestores na governança setorial.
A implementação da experiência enfrentou desafios multifacetados, incluindo a complexidade de alinhar as metas do PLAMEP com o contrato de gestão, a dificuldade em conciliar cronogramas e carga horária dos colaboradores, e a necessidade de aprimorar metodologias de ensino e avaliação do impacto da educação permanente. Adicionalmente, a alta rotatividade de profissionais impôs uma pressão contínua na qualificação e nos processos de gestão. Para contornar essas dificuldades, os desafios são ajustados continuamente às necessidades das atividades. Os resultados de curto e médio prazo de cada ação serão avaliados em reunião de gerentes em dezembro, com a gestão, visando reavaliar o PLAMEP e adaptar as diretrizes à realidade do território para o ano de 2027.
A experiência ressalta a imperatividade da colaboração e do fortalecimento de parcerias com áreas técnicas e organizações sociais, garantindo a qualificação constante dos profissionais de saúde. É fundamental alinhar estrategicamente o PLAMEP com o Plano Municipal de Saúde, considerando as competências e as especificidades de cada território.
Outro ponto crucial é a análise aprofundada das ações educativas, que deve incorporar as perspectivas dos profissionais, as necessidades locais e os apontamentos dos conselhos gestores para aprimorar o planejamento futuro. A eficácia do monitoramento e da avaliação contínuos — utilizando ferramentas digitais e físicas — é essencial, assim como a realização de avaliações iniciais e de longo prazo para medir o impacto e assegurar a replicação do conhecimento.
Por fim, a experiência sublinha a valorização de princípios humanizados como o respeito, a escuta qualificada e a compreensão integral do paciente, conforme preconizado pela Justiça Restaurativa, aplicáveis ao cuidado em saúde. É vital garantir a replicação integral do conteúdo pelas equipes e a avaliação qualitativa mensal para acompanhar a evolução e coletar evidências no território.
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