A compulsão por jogos de azar tem se tornado uma preocupação crescente no campo da saúde mental, impulsionada pelo fácil acesso às apostas, tanto presenciais quanto online. O aumento expressivo da busca por atendimento psicológico evidencia a necessidade de abordagens terapêuticas eficazes para tratar esse transtorno, que impacta não apenas os indivíduos acometidos, mas também seus familiares e o convívio social. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o transtorno do jogo como uma condição psiquiátrica, destacando a necessidade de estratégias de prevenção, tratamento e reinserção social. Nesse contexto, este relato de experiência descreve a implementação de um modelo interdisciplinar de atendimento psicológico e psiquiátrico no Ambulatório de Psicologia/Psiquiatria e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), voltado para indivíduos com transtornos relacionados ao jogo. O principal objetivo deste projeto é analisar a ampliação dos atendimentos psicológicos para indivíduos com compulsão por jogos de azar, identificando fatores de risco e estratégias terapêuticas eficazes. Entre os objetivos específicos, busca-se compreender os fatores psicológicos, sociais e econômicos que contribuem para o desenvolvimento da compulsão, avaliar o impacto da crescente acessibilidade dos jogos online na incidência de novos casos, examinar as abordagens terapêuticas mais eficazes, como a terapia cognitivo-comportamental e intervenções em grupo, investigar o papel das políticas públicas e das instituições no suporte e tratamento desses indivíduos e relatar a experiência prática no atendimento psicológico a essa população, destacando desafios, avanços e impactos do tratamento. O crescimento do número de indivíduos diagnosticados com transtorno do jogo reforça a necessidade de ampliar e qualificar as estratégias de tratamento. Muitos pacientes apresentam comorbidades associadas, como ansiedade, depressão e dificuldades financeiras, o que torna essencial uma abordagem multidisciplinar. A falta de informação sobre os impactos do jogo compulsivo e a dificuldade de acesso ao tratamento adequado contribuem para a manutenção do problema. Diante desse cenário, o desenvolvimento de um modelo de atendimento estruturado, que envolva triagem, psicoterapia e suporte psiquiátrico, torna-se uma estratégia fundamental para garantir assistência eficaz e acessível a essa população. A experiência relatada foi desenvolvida no Ambulatório de Psicologia/Psiquiatria e no CAPS I, locais de referência no atendimento a indivíduos com transtornos mentais. O processo de acolhimento dos pacientes inicia-se com uma triagem detalhada, na qual se avalia o perfil do indivíduo e se define a melhor abordagem terapêutica. Os pacientes podem ser encaminhados para atendimento individual ou grupal, conforme suas necessidades específicas. Além disso, quando indicado, realizam-se avaliações psiquiátricas para verificar a necessidade de suporte medicamentoso, garantindo um acompanhamento integrado. Os atendimentos ocorrem semanalmente, proporcionando um suporte contínuo e permitindo o monitoramento dos avanços terapêuticos. Para potencializar os efeitos do tratamento, utilizam-se instrumentos terapêuticos diversos, como dinâmicas de grupo, rodas de conversa e técnicas psicológicas específicas, que favorecem a conscientização sobre o transtorno e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. O impacto dessas intervenções é avaliado ao longo do processo, considerando a melhora na qualidade de vida dos pacientes, a redução da reincidência da compulsão e a reinserção social dos indivíduos atendidos. A experiência demonstrou que o atendimento psicológico estruturado e a abordagem interdisciplinar são fundamentais para o sucesso terapêutico. A colaboração entre psicólogos e psiquiatras permitiu intervenções mais completas, combinando psicoterapia e suporte medicamentoso quando necessário. Além disso, a participação dos pacientes em grupos terapêuticos proporcionou um espaço de troca e acolhimento, fortalecendo o vínculo social e auxiliando no processo de recuperação. A partir dos resultados observados, destaca-se a importância de políticas públicas que ampliem o acesso ao tratamento e promovam campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos da compulsão por jogos de azar. O fortalecimento das redes de apoio e a capacitação contínua das equipes de saúde mental são aspectos essenciais para garantir a continuidade e a eficácia do atendimento a essa população.
A compulsão por jogos de azar exigiu a ampliação das estratégias terapêuticas, fortalecendo o atendimento interdisciplinar para melhor assistência.
Os resultados indicaram melhora emocional, redução da compulsão e maior adesão ao tratamento com suporte interdisciplinar.
Organize equipe interdisciplinar, faça triagem criteriosa, ofereça atendimentos regulares e combine terapias individuais, grupais e suporte familiar.
RUA EUZÉBIO FERREIRA DANTAS, S/N - BAIRRO NOVO HORIZONTE - QUEIMADAS- PB
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