A experiência de atuação em rede, desenvolvendo ações de saúde integral em favelas da Ilha do Governador. Ampliação do quantitativo de refeições diárias, produzidas por cozinha comunitária, às pessoas em situação de vulnerabilidade do território, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional desses indivíduos. Além disso, a rede amplia a distribuição mensal de cestas básicas para diversas favelas na Ilha do Governador. Ações em diálogo com os serviços públicos (trabalho e renda, saúde, assistência social), consolida a rede proponente, pelo acompanhamento por equipe multidisciplinar e encaminhamento a serviços socioassistenciais que contribuem na construção da autonomia, inserção social e na proteção à saúde e a situações de violência.
Estimula intervenções socioeconômicas, oportunizando certificações por Curso de Auxiliar de Cozinha(100h/teóricas e práticas), apoiando a reinserção no mercado de trabalho, especialmente das beneficiárias mulheres/mães/matriarcas,favorecendo geração de renda e criação de atividades autônomas nas próprias comunidades,fomentando o protagonismo, autonomia e pertencimento dos indivíduos. Enquanto as mulheres realizam o curso, caso necessário, seus filhos eram acolhidos por equipe pedagógica em atividades direcionadas pelo Núcleo de Aprendizagem em Valores Humanos.
As favelas ainda não se recuperaram dos impactos da pandemia, que ampliaram anseios relacionados à manutenção da vida
Relatório técnico da Fiocruz,em 2019,já apontava milhões de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social. 1/4 da população vivia abaixo da linha de pobreza, 13,5 milhões em condições de extrema pobreza, com renda mensal per capita inferior a
U$S 1,9/dia. Pesquisa de 2021/22 da Rede de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional demonstrou que 33 milhões de brasileiros passavam fome e 6 em cada 10 conviviam com algum grau de insegurança alimentar A esta realidade soma-se dados econômicos impactantes em relação ao custo da alimentação e a precarização do emprego.De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica 2022 no RJ o valor chegou a 67% do salário mínimo.Após a pandemia o desemprego no RJ foi 32% maior que o índice geral do Brasil(IBGE 2022) e temos o menor rendimento domiciliar per capita em 10 anos Favelas exibem indicadores que as tornam mais vulneráveis.
As comunidades de todo o território de favelas da Ilha sofreram consideravelmente com os efeitos socioeconômicos
da crise sanitária, destacando a necessidade de medidas abrangentes de proteção social, especialmente voltadas ao direito à alimentação e ao emprego/renda. Diante deste cenário, justificam-se ações que contribuam para a promoção de saúde integral em favelas da Ilha do Governador. Articula, em rede, organizações sociais e equipamentos públicos, visando fortalecer a capacidade de sobrevivência e resistência
de população vulnerabilizada.Temos experiência anterior que confirma que, com o apoio do poder público e da sociedade civil organizada, as favelas têm potencial para se organizar de forma autônoma, demonstrando criatividade, solidariedade, transparência e controle social.Têm habilidade de implementar tecnologias sociais em saúde, alinhadas com a atenção primária do território, e outros equipamentos públicos, como os que atuam na assistência social, trabalho e renda
Acolhimento de 100 famílias pelas instituições que compõem a rede proponente, com registro e monitoramento do número de famílias atendidas pelo Serviço Social das instituições e do número de encaminhamentos realizados aos serviços públicos parceiros
Foi possível articular pelo menos uma ação social por mês em parceria com os equipamentos públicos de saúde, assistência social e secretaria municipal de trabalho e renda
Promoção e manutenção da segurança alimentar e nutricional das famílias moradoras de favelas na Ilha do Governador, em duas frentes:
*ampliação no quantitativo mensal total de Cestas Básicas distribuídas pelas instituições que compõem a rede
*ampliação na produção e distribuição de refeições pelas cozinhas comunitárias da rede
Oportunidade de reinserção no mercado, geração de renda, atuação como autônomos na comunidade, diminuindo os impactos econômicos nas famílias: Formação em Auxiliar de Cozinha
Oportunidade de vivência e aprendizado às crianças, filhos ou dependentes das beneficiárias enquanto estas realizaram o curso oficinas temáticas conduzidas por equipe pedagógica do Núcleo de Aprendizado em Valores Humanos.
A iniciativa combate à insegurança alimentar em interlocução com formação profissional/empreendedora.Pode ser replicada em outras favelas,no contexto de alta demanda por assistência social/alimentar.Replicada de forma semelhante, em parceria com instituições locais, empresas e órgãos governamentais amplia-se o alcance e efetividade das ações.Parcerias com empresas do ramo alimentício favorecem a implantação, especialmente se a empresa puder proporcionar oficinas e compartilhar experiências junto ao público beneficiário, por meio de seus instrutores/profissionais, visando o processo formativo com vistas a empregabilidade ou até mesmo atividades autônomas.Importante planejar e adaptar às especificidades de cada contexto,garantindo sustentabilidade e eficácia das ações.Esta iniciativa é um excelente exemplo de como ações integradas em diferentes eixos podem gerar impactos significativos na vida das comunidades em situação de vulnerabilidade.A combinação de ações que visam a geração de trabalho e renda, a qualificação profissional, a promoção da alimentação saudável e a distribuição de alimentos para famílias em situação de insegurança alimentar, aliada ao acompanhamento multidisciplinar, demonstra a importância de pensar em soluções integradas e holísticas para lidar com problemas sociais complexos.Essa abordagem, replicada em outras favelas com demandas semelhantes, fomenta a cultura de colaboração e solidariedade e pode ter impactos positivos em diversos setores da sociedade.
Rua do Romancista, 96 - Freguesia (Ilha), Rio de Janeiro - RJ, Brasil
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