Olá,

Visitante

Geotecnologias e Saúde: uma Experiência de Gestão e Políticas Públicas no Programa Médico De Família de Niterói

O uso das chamadas geotecnologias na saúde é conhecido por suas experiências exitosas,que proporcionam a todos os atores sociais envolvidos uma nova percepção do espaçogeográfico e de diversas formas de com ele interagir. Nesse sentido, o Programa Médico deFamília (PMF) de Niterói, segue, conforme o direcionamento da estratégia da saúde dafamília (ESF), uma abrangência territorial, o que significa dizer (a) a delimitação espacial daárea atendida pela unidade, (b) homogeneidade socioeconômica, (c) estudo de mobilidade,dentre outros. Desse modo, o uso do geoprocessamento se fez fundamental para que se pudessem realizar estudos mais detalhados das áreas atendidas, o que compreende dizermesclar variáveis diversas e correlacioná-las conforme a demanda em curso.Nossa proposta consistiu primeiramente em mapear toda a área atendida por uma unidade,de modo a desenvolver uma metodologia consistente com a indicada pela ESF, bem comoverificando nossas limitações técnicas e as possibilidades de replicabilidade do projeto paratodo o município.Assim, através de equipe técnica composta por uma geógrafa, agentes comunitários desaúde, supervisão de saúde coletiva e demais membros da unidade, pudemos mapear emescala micro, vale dizer telhado a telhado, a área compreendida pela unidade piloto. Issosignifica dizer que todas as famílias atendidas nessa unidade são localizadas em um mapadetalhado, seguindo o rigor técnico exigido nas geotecnologias, de modo que são utilizadasimagens de satélite que por sua vez proporcionam a espacialização com coordenadasgeográficas e dimensão aproximada dos domicílios.Desse modo, em face da cobertura do PMF se direcionar, sobretudo, às classes maisvulneráveis socioeconomicamente, falamos de um padrão de uso do solo muito específico àalgumas cidades brasileiras, que é a ocupação de morros, as favelas. Desse modo, em geral,são populações deveras expostas a riscos diversos, já que alijadas de muitos serviços públicos,como acesso à captação do esgotamento sanitário, coleta de lixo e abastecimento de água,dentre muitos outros processos característicos às áreas favelizadas.Nosso mapeamento, desse modo, resulta na identificação da moradia de toda a populaçãoda área adscrita, bem como no arruamento, além de informações outras como (a) riscogeotécnico, (b) focos informais de lixo, (c) criação de animais, (d) uso do solo (identificarcomércios, instituições, uso misto), (e) pontos informais de captação de esgoto (fossasrudimentares), dentre outros, já que as demandas podem variar conforme as particularidadesda área.Somado ao mapeamento, o PMF coleta um cadastramento detalhados dos usuários e desuas residências, que por sua vez transformam-se em mapas temáticos, tal como acesso ounão a esgotamento sanitário, a abastecimento de água, coleta de lixo, grupos prioritários(idosos, crianças, grávidas, doentes crônicos).Para além do nível micro, vimos realizando mapeamentos em nível meso e macro, que sedesdobram em mecanismo de gestão, como (a) identificação das áreas cobertas e expansãodestas, (b) análises de potenciais áreas a cobrir, além de nos permitir refletir no (c)direcionamento da divisão interna das unidades – os setores, dentre tantas outras utilizaçõespossíveis.b) Objetivos e metas:Os objetivos se dividem basicamente em duas dimensões:i) Consolidar o geoprocessamento como uma ferramenta de gestão, proporcionandoanálises mais minuciosas do espaço municipal, portanto, oferecendo uma releiturado espaço geográfico, logo, da rede de saúde.ii) Contribuir na elaboração de políticas públicas diversas, já que o mapeamentodetalhado resulta desde o reconhecimento do arruamento informal às mais diversascarências sociais, como apontado acima.c) Dinâmica do funcionamento e recursos empregados.O uso do geoprocessamento demanda pessoal qualificado para operar os softwares, bemcomo operacionalizar os trabalhos de campo. Desse modo, no que tange a material, énecessário o uso de softwares específicos (plataformas GIS e CAD), impressão de imagens desatélite e algum material de papelaria. No que se refere a recursos humanos, a parte técnica éelaborada e operacionalizada por uma geógrafa, que por sua vez, após o projeto piloto,trabalha em parceria, sobretudo, com os agentes comunitários de saúde, que vêm sendocapacitados a realizar o trabalho de campo para replicar o modelo para toda a área coberta,nesse sentido, portanto, não há demanda por pessoal extra, já que se trata de pessoal doquadro permanente da instituição.d) Ações que contemplam a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento:Todo o processo de mapeamento é permeado pela intersetorialidade e interdisciplinaridadejá que une a ciência geográfica à saúde (em sentido lato), além de perpassar também pelasdimensões da habitação, urbanística, fundiária. Desse modo, a Coordenação de Informação(nível central) está em permanente contato com as equipes locais, proporcionando uma locuçãobastante rica no que tange à interação entre os diversos profissionais do PMF.e) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento: O acompanhamento do processo é bastante próximo, já que após treinadas, as equipeslocais, além de contarem com material escrito de apoio, são acompanhadas rotineiramente pelaenfermagem e pela supervisão de saúde coletiva, além de revisões periódicas com a equipetécnica (em Geografia). Vale frisar que a atividade de mapeamento tem duração de prazo curto amédio (variando de semanas a poucos meses), cabendo à equipe local atualizar periodicamentesua base cartográfica e direcioná-la para atualizações no nível central.

Delimitação espacial da área atendida pela unidade de Saúde da Família, com recorte de homogeneidade socioeconômica e estudo de mobilidade.

No que se refere ao nosso município, o modelo vem encontrando perfeitas condições dereplicabilidade, como apontado nos itens acima. Para localidades outras, no ?além-Brasil?, épreciso a análise prévia de material disponível sobre a área, como cobertura via satélite em altaresolução e/ou levantamento aerofotogramétrico. De posse desses instrumentos, bastacapacitação do corpo técnico.

Principal

Giselle Mansur Batista

A prática foi aplicada em

Niterói

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Instituição

Endereço

Uma organização do tipo

Outra

Foi cadastrada por

Giselle Mansur Batista

Conta vinculada

ideiasus@gmail.com

A prática foi cadastrada em

04 dez 2015

e atualizada em

14 set 2023

Início da Execução

Fim da Execução

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

nenhuma

Você pode se interessar também

Práticas
Envelhecimento Ativo
São Paulo
Práticas
Relato de Experiência de um dia ” D ” de Imunização com Crianças Indígenas
Todos os Estados (Nordeste)
Práticas
Experiência do preventivo humanizado no SUS
Maranhão
Práticas
Caminhos do Cuidado, levando serviços de saúde para as comunidades rurais no município de Condado (PB)
Paraíba
1 / 1071234Próximo