FORMANDO MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NO LITORAL: POTÊNCIAS E LIMITAÇÕES DA RESIDÊNCIA DE CABEDELO.

Contextualização/Apresentação: O Programa de Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) do município de Cabedelo, na Paraíba, foi instituído pela lei n º 2.163 de 23 de dezembro de 2021. Desde o início conta com a parceria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para realização de aulas teóricas para os residentes do primeiro e segundo ano do programa, além da IES também oferecer docentes para a orientação dos Trabalhos de Conclusão de Residência (TCRs). Totalmente financiada pelo Fundo Municipal de Saúde de Cabedelo, a residência de MFC foi um investimento do município na formação dos médicos da Atenção Primária. Apesar de ser um programa de pequeno porte e algumas limitações e fragilidades internas, conta com preceptoria capacitada, ótima infraestrutura, apoio da equipe multidisciplinar e gestão municipal colaborativa. Hoje, com duas turmas de médicos de família formados, podemos discutir sobre as potências e limitações desse programa de residência, a fim de refletir sobre os desafios para sua manutenção e expansão no futuro.
Objetivos: Este trabalho tem como objetivo principal relatar e discutir as potências e limitações do Programa de Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade de Cabedelo, na Paraíba. Como objetivo secundário busca aprimorar a formação dos residentes e fortalecer o programa no contexto da Atenção Primária a Saúde.

Metodologia: A metodologia escolhida foi um relato de experiência descritivo, de abordagem qualitativa, definida por ser mais adequada para expressar, de forma narrativa, o processo de criação do programa em 2021, bem como seus potenciais, fragilidades e limitações até a formação da segunda turma de residentes em 2025. Esta análise do PRMFC foi realizada com base na experiência direta da preceptoria e leitura de documentos oficiais da residência, tais como a Lei nº 2.163 de 23 de dezembro de 2021, o Regimento Interno da COREME e o Projeto Pedagógico do Curso.

Resultados: As principais potências na construção da residência de MFC em Cabedelo incluem: participação da gestão da Atenção Primária nas reuniões da COREME; bom diálogo e articulação com a Secretaria Municipal de Saúde; estrutura física adequada, com equipamentos e consultórios médicos completos; Equipes de Saúde da Família (ESFs) e e-Multi com profissionais capacitados que favorecem o ambiente de aprendizado e colaboração mútua; parcerias com outras instituições da rede, como o CAPS I, o Hospital e a Policlínica Municipal, além do SAE, que atuam como cenário de estágios externos; conteúdo teórico administrado por médicos de família e comunidade da UFPB; reuniões mensais com os preceptores e demais residentes para a discussão de casos; avaliações e feedbacks programados; fixação de dois residentes como preceptores do programa logo após a formação. Dentre as limitações, destaca-se a carga horária reduzida de preceptoria. Além disso, embora alguns campos de prática tenham ótimos resultados de parceria ao longo dos anos, é perceptível que outros restringem o acesso dos residentes – seja por uma percepção equivocada de que os residentes atrasariam o andamento dos serviços ou por um entendimento errôneo sobre a importância da integração ensino-serviço na formação de profissionais para o SUS. Por fim, há necessidade de fortalecer a permanência desses dos residentes como médicos de ESFs no município como estratégia de fixação além da preceptoria.

Conclusões: A residência de MFC em Cabedelo apresenta importantes avanços na formação de profissionais desde a sua criação, porém desafios ainda precisam ser superados. A carga horária reduzida da preceptoria dificulta o acompanhamento integral dos residentes, limitando a supervisão de atividades essenciais como visitas domiciliares, grupos comunitários e reuniões de equipe. Ampliar essa carga horária fortaleceria a formação prática e consequentemente melhoraria o cuidado da população. A fixação de residentes como preceptores é positiva, pois garante continuidade na qualificação e fortalece o vínculo com a comunidade. No entanto, é necessário um incentivo estruturado para que esses profissionais também permaneçam nas ESFs após a residência. Além disso, a restrição de acesso a alguns serviços do município compromete a formação integral dos residentes – o fortalecimento dos vínculos com a atenção secundária e o firmamento de pactos de ensino-serviço são essenciais para uma formação adequada.

autor Principal

Luiza Silva Jobim

jobimsluiza@gmail.com

Preceptor da Residência de Medicina de Família e Comunidade de Cabedelo

Coautores

Luiza Silva Jobim

A prática foi aplicada em

Cabedelo

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Cabedelo - Ponta de Matos, Cabedelo - PB, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Luiza Silva Jobim

Conta vinculada

02 abr 2025

CADASTRO

02 abr 2025

ATUALIZAÇÃO

30 jun 2023

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