O projeto “FAVELA DELA” propõe-se a prover saúde integral à 150 mulheres nas favelas do Morrinho, Chatuba e Lebret, em Campos dos Goytacazes/RJ, através de oficinas em cuidados com a pele e maquiagem, design de sobrancelhas e estética como forma de promover o bem estar social, atenção básica à saúde e empoderamento feminino. Desenvolvido pela AMUNNF, em atuação com redes sociais que englobam universidades, lideranças comunitárias e instituições sociais, o projeto abraça as áreas temáticas de apoio social, saúde mental, educação, e promoção de territórios sustentáveis.

As oficinas capacitativas serão ofertadas nas favelas atendidas e abordará conteúdo que promove o autocuidado e a estética feminina como fator de prevenção da saúde da mulher. A formação profissional também visa atuar na transformação social de mulheres em situação de vulnerabildade social, propiciando educação popular para o trabalho, reduzindo a desigualdade de gênero e atuando na recuperação de empregos e renda no cenário pós-pandemia.

O projeto prevê, ainda, que as mulheres assistidas sejam incentivadas a empreender negócios próprios nas favelas como forma de colocar em prática o aprendizado e gerar autonomia financeira da mulher. Como efeito colateral, haverá fomento à saúde mental positiva, por meio da elevação da autoestima das mulheres das favelas e empoderamento como forma de prevenção a situações de abusividade no meio doméstico e comunitário.

Campos dos Goytacazes, o maior município do RJ, enfrenta disparidades degênero severas de acordo com o Censo 2022 do IBGE. Apesar de uma população com predominância feminina, as mulheres ainda enfrentam desafios no mercado de trabalho, com taxas de desemprego mais altas. Além disso, a cidade carrega uma herança histórica ligada à exploração de trabalho escravo, impactando as desigualdades atuais. A cidade lidera os resgates de trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão. Entre 1995 e 2022, foram registrados 982 resgates na cidade, mais da metade do total do estado.

A análise do IBGE também revela uma discrepância salarial significativa entre homens e mulheres no mercado de trabalho do Brasil, o que é verificado nas favelas do Morrinho, Chatuba e Lebret. Os dados mais recentes apontam uma diferença de remuneração de 23,5%, indicando uma persistente desigualdade de gênero. Esse cenário limita o acesso das mulheres a oportunidades de emprego condizentes com suas habilidades e experiências, impactando diretamente a estabilidade financeira e a realização profissional.

No contexto pós-pandemia, os números do IBGE apontam para um aumento expressivo nas taxas de desemprego feminino nas favelas. As estatísticas indicam um acréscimo de 18,2% no desemprego entre as mulheres, intensificando as vulnerabilidades socioeconômicas já existentes. A pandemia, ao amplificar o desemprego, evidencia a urgência de intervenções específicas, ressaltando a necessidade de abordagens inclusivas que considerem os impactos desproporcionais sobre a população feminina.

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho, conforme o IBGE, não é apenas uma questão salarial; é também um obstáculo ao pleno desenvolvimento e à realização pessoal das mulheres nas favelas, tendo inclusive impacto em sua saúde mental. A falta de equidade de oportunidades ressoa além dos números, afetando a dinâmica socioeconômica dessas comunidades. O projeto “Favela Dela”, fundamentado em indicadores confiáveis, surge como resposta a esse diagnóstico, buscando não apenas a capacitação profissional, mas também a conscientização sobre a importância do autocuidado e da prevenção em saúde. Diante dos dados que espelham a desigualdade de gênero e os desafios pós-pandemia, a iniciativa aspira a ser um agente de transformação, impulsionando o empoderamento feminino e fomentando à saúde integral por meio do acesso à educação, à renda e ao bem-estar nas favelas de Campos dos Goytacazes/RJ.

1. Capacitação Profissional: Formação de 150 mulheres de favela nas áreas de cuidados com a pele e maquiagem, design de sobrancelhas e estética, evidenciando o desenvolvimento de habilidades específicas para a inserção qualificada no mercado
de trabalho.

2. Empoderamento Econômico: Promoção da autonomia financeira das participantes, com o incentivo a criação de microempreendimentos liderados por mulheres nas favelas, contribuindo para a geração de renda e o fortalecimento econômico nas favelas.

3. Fortalecimento da Saúde Mental: Melhoria do bem-estar emocional das mulheres participantes, refletida em indicadores de redução do estresse, ansiedade e promoção da autoestima, consolidando um ambiente propício para o desenvolvimento pessoal.

4. Prevenção à Violência Doméstica: Implementação de estratégias preventivas e informativas que resultem em índices de redução da violência doméstica, promovendo um ambiente seguro e respeitoso nas favelas atendidas.

5. Disseminação de Conhecimento em Saúde da Mulher: Aumento do conhecimento sobre práticas de autocuidado e prevenção de doenças, evidenciado pela adesão a hábitos saudáveis e pela disseminação de informações sobre saúde nas
comunidades.

6. Redes de Apoio Estabelecidas: Formação de redes sociais entre as participantes, caracterizadas por vínculos de apoio, solidariedade e colaboração mútua, promovendo o compartilhamento de experiências e o enfrentamento conjunto de desafios.

7. Integração às Políticas Públicas: Estabelecimento de parcerias e ações que integrem o projeto às políticas públicas locais, assegurando sua continuidade e alinhamento com as necessidades e prioridades da comunidade.

8. Impacto na Comunidade: Observação de melhorias percebidas pela comunidade, evidenciadas por indicadores como aumento da participação feminina em atividades locais, fortalecimento do senso de pertencimento e melhoria na qualidade de vida.

O modelo do “FAVELA DELA” apresenta características que favorecem a sua reaplicabilidade em outras favelas, oferecendo um guia adaptável para enfrentar desafios semelhantes. A ênfase na capacitação em saúde e estética e na promoção do
bem-estar e empoderamento feminino é transferível, abordando questões universais enfrentadas por mulheres em contextos urbanos vulneráveis. A metodologia participativa, envolvendo lideranças locais e instituições de pesquisa, pode ser replicada em diferentes comunidades, garantindo uma abordagem contextualizada.

Além disso, a integração de temas como educação e empreendedorismo é uma estratégia que pode ser adaptada conforme as necessidades específicas de cada favela. O foco na autonomia financeira e na criação de pequenos empreendimentos
liderados por mulheres oferece uma solução sustentável e replicável para promover o desenvolvimento econômico local.

Principal

Associação de Mulheres do Norte e Noroeste Fluminense - AMUNNF

adm@amunnf.org.br

Presidente

Coautores

Associação de Mulheres do Norte e Noroeste Fluminense - AMUNNF

A prática foi aplicada em

Campos dos Goytacazes

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Rua Cândido Mendes, 23 - Parque Rosario, Campos dos Goytacazes - RJ, Brasil

Uma organização do tipo

Terceiro Setor

Foi cadastrada por

Ana Marina Lacerda

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21 jan 2025

CADASTRO

21 jan 2025

ATUALIZAÇÃO

01 ago 2024

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