Contextualização:
A Rede Cegonha foi criada através da Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011 e visa garantir uma assistência à mulher gestante/puérpera e ao recém-nascido até os dois anos de idade, por meio de seus componentes que englobam o pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à criança até os 24 meses de idade, bem como o sistema logístico de transporte sanitário e regulação.
Conforme o Ministério da Saúde, o período puerperal é um momento muito delicado e importante para a mulher, pois envolve o cuidado do bebê, bem como todas as mudanças físicas e emocionais, na estrutura familiar dessa puérpera. Portanto, esta deve ter cuidados redobrados, visto que o período pode ser propício para quadros depressivos (BRASIL, 2016).
Dessa forma, a consulta puerperal consiste no atendimento da puérpera com finalidade de concluir a assistência obstétrica de forma adequada, sendo um período que começa logo após o parto, perdurando até o 42º dia. A visita puerperal deve ser realizada, preferencialmente, até o sétimo dia pós-parto, visando à redução da mortalidade materna e neonatal, assim como demais agravos relacionados ao pré-natal, parto e puerpério (BRASIL, 2020).
Portanto, tomando como base todas essas prerrogativas, observou-se que em Picuí, a consulta puerperal até os sete dias pós-parto, assim como a visita integrada ao Recém-nascido não estavam sendo realizadas, seja em toda a sua rede assistencial ou de forma isolada em Unidades de Saúde.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
• Ampliar a cobertura de visita puerperal nos primeiros 07 (sete) dias pós-parto.
Objetivos Específicos
• Sistematizar o processo de trabalho da visita puerperal junto às Equipes de Saúde;
• Fomentar orientações à puérpera sobre sua saúde e a do seu bebê.
Trata-se de um Projeto de Intervenção , o qual está respaldado no Planejamento Estratégico Situacional (PES), que tem uma metodologia desenvolvida pelo economista Carlos Matus (1993). Tal planejamento é dividido em quatro momentos: explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-operacional.
Teve início em novembro/2023, sendo realizada uma análise situacional com os profissionais de saúde do município, através da leitura de indicadores e interpretação da realidade, com identificação e descrição dos problemas e elaboração da rede de causalidade, através da elaboração da Árvore dos Problemas. Dentre os vários problemas citados, optou-se por fazer uma intervenção na realização da visita puerperal até o sétimo dia, que se destaca como um importante instrumento de avaliação do serviço de saúde na atenção básica.
O Plano de Ação foi realizado respeitando a individualidade e as características de cada Equipe de Saúde, bem como na intersetorialidade. O monitoramento foi realizado mensalmente, através de ficha de consolidado criada pelo município e entregues às equipes para que fosse preenchidas e devolvidas ao setor de epidemiologia, durante os meses de janeiro a dezembro de 2024.
Todos os objetivos e ações pactuados foram elaborados levando em consideração a corresponsabilidade de cada serviço, bem como no aumento e fortalecimento do autocuidado da puérpera para com ela e seu bebê, visando à melhoria da assistência, bem como dos indicadores da saúde materno-infantil.
Baixo percentual de visita puerperal realizada até o sétimo dia pós parto e necessidade de melhorar a atenção materno infantil na Atenção Primária.
O projeto de intervenção impactou positivamente para a saúde materna e infantil do município, visto que todos os profissionais da Atenção Primária à Saúde foram capacitados para o desenvolvimento das ações.
O percentual de visita puerperal realizada até o sétimo dia pós parto aumentou mais de 100% nos primeiros meses do projeto, chegando a ultrapassar os 75% em dezembro/2024.
As reuniões intersetoriais foram fortalecidas e ampliadas, através da efetivação do grupo de gestantes, em parceria com a Secretaria de Assistência Social. Foram disponibilizados folders nas salas de esperas nas Unidades Básicas de Saúde, de forma a informar e orientar a gestante quanto a seus direitos e incentivá-la ao auto cuidado no puerpério.
Além da ampliação do percentual de visita puerperal até o sétimo dia pós parto, em algumas equipes, a visita passou a ser feita de forma multidisciplinar, junto com demais membros da equipe e em parceria com profissionais da E-multi.
As principais dificuldades encontradas foram a falta de transporte, principalmente nas equipes de zona urbana, uma vez que não é todo dia que os profissionais ficam com carro à disposição e as visitas mais distantes precisam ser remarcadas, nesses casos. Há também casos em que algumas puérperas ficam o período do puerpério na casa de parentes, em outros municípios.
Estimular a realização das visitas puerperais até o sétimo dia pós parto, de forma integrada.
Realizar monitoramento constante das visitas puerperais, através da utilização do consolidado municipal;
Realizar orientações para as gestantes durante a sala de espera, nas UBS;
Fortalecer as reuniões integradas do grupo de gestante, em parceria com a Secretaria de Assistência Social
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PICUÍ PB
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO