Entre cores e ciclos: polaridades da capital do boi-bumbá e o cuidado do transtorno afetivo bipolar

A experiência “Entre Cores e Ciclos: Polaridades da Capital do Boi-Bumbá e o Cuidado no Transtorno Afetivo Bipolar” foi desenvolvida no município de Parintins (AM), onde a intensa dualidade cultural representada pelos bois Caprichoso e Garantido reflete simbolicamente as polaridades vividas por muitos usuários acompanhados pelo CAPS II local. A proposta surgiu diante da alta prevalência do Transtorno Afetivo Bipolar na região, somada à baixa adesão ao tratamento e aos riscos associados, como suicídio, impulsividade e isolamento.
A escassez de estratégias terapêuticas adaptadas ao território amazônico e às especificidades socioculturais da população atendida justificou a implementação de uma abordagem que integrasse elementos da cultura local à atenção psicossocial. O uso da metáfora das cores e ciclos dos bois-bumbás, enquanto expressão de afetos, intensidades e contrastes, proporcionou um canal de identificação simbólica com os participantes e facilitou o manejo terapêutico.
A experiência buscou de forma geral, fortalecer a adesão ao tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar em Parintins, visando à redução de crises e à prevenção do suicídio. Portanto, de forma articulada buscpu-se criar um espaço de escuta qualificada dentro do CAPS II, a fim de promover estratégias práticas de manejo do transtorno no cotidiano dos usuários, reduzir os índices de abandono do tratamento e sensibilizar tanto os participantes quanto suas redes de apoio sobre os riscos relacionados ao suicídio na bipolaridade.
A proposta foi desenvolvida por meio de encontros quinzenais com abordagem psicoeducativa e terapêutica. As atividades incluíram dinâmicas de grupo, utilização de materiais visuais, compartilhamento de narrativas pessoais e articulação com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A cultura local foi inserida como ferramenta terapêutica e recurso simbólico para facilitar a expressão emocional, reforçar vínculos e promover a construção de sentido sobre o adoecimento e o cuidado em saúde mental.

No município de Parintins (AM), foi identificada alta prevalência de Transtorno Afetivo Bipolar, com baixa adesão ao tratamento, riscos de suicídio e escassez de estratégias terapêuticas sensíveis à realidade local. A partir disso, surgiu a necessidade de criar uma prática que integrasse o cuidado clínico ao contexto cultural, fortalecendo o vínculo dos usuários com o CAPS II e promovendo estabilidade emocional.

A experiência resultou em maior vínculo dos usuários com o acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico, redução nas interrupções do tratamento e, consequentemente, diminuição das crises e das tentativas de suicídio. Houve ainda fortalecimento de redes de apoio e redução do estigma relacionado ao transtorno. Ao respeitar a identidade cultural dos participantes, a iniciativa contribuiu para a estabilidade emocional sem silenciar as singularidades subjetivas. O sucesso da experiência aponta para sua possível ampliação na região do Baixo Amazonas.

Valorize os elementos culturais do território como ferramentas terapêuticas, pois promovem identificação e pertencimento. Estabeleça espaços de escuta qualificada e articulação com a RAPS. A periodicidade dos encontros, o uso de materiais visuais e o envolvimento das redes de apoio são fundamentais para adesão e continuidade. Adapte a linguagem e os recursos às vivências locais e mantenha avaliação contínua da prática.

autor Principal

Rayssa Rodrigues Rocha

rayssarocha.psi@gmail.com

Psicóloga Clínica

Coautores

Rayssa Rodrigues Rocha

A prática foi aplicada em

Parintins

Amazonas

Norte

Esta prática está vinculada a

R. Herbert Azevedo, 985 - Santa Clara, Parintins - AM, 69151-160, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Rayssa Rodrigues Rocha

Conta vinculada

07 ago 2025

CADASTRO

07 ago 2025

ATUALIZAÇÃO

05 fev 2025

inicio

02 jul 2025

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

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