Como uma forma de fortalecer o controle desse agravo, a Vigilância Epidemiológica do município de Parnaíba (PI) desenvolve atividades em parceria com o grupo de pesquisa do Laboratório de Biologia e Bioquímica de Micro-organismos e Plantas (Biomic) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), a fim de auxiliar no diagnóstico precoce da dengue, no manejo clínico adequado dos pacientes e na identificação do sorotipo viral circulante no município.
MATERIAIS E MÉTODOS: Entre janeiro e novembro de 2015, foram coletadas amostras de soro de pacientes com suspeita clínica de dengue nos serviços públicos de saúde da cidade e encaminhadas ao Biomic para realização do diagnóstico molecular. Estas foram submetidas à extração do RNA viral conforme o protocolo do fabricante do Kit e depois analisadas pela técnica de Transcrição Reversa da Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR). A primeira etapa consiste na conversão do RNA viral em cDNA através da ação da enzima Transcriptase Reversa e em seguida foram submetidas à ação da enzima Taq DNA polimerase e dos iniciadores D1 e D2 dengue específicos, para amplificação da região do gene C/prM. Para especificação do sorotipo viral foi realizada a Semi-Nested-PCR utilizando o iniciador D1 e iniciadores sorotipo específicos TS1, TS2, TS3 e TS4. No laboratório também são realizadas outras metodologias para amplificação das regiões dos genes NS5 e E, a fim de auxiliar estudos posteriores de caracterização genética demonstrando associação com a gravidade, e monitorar a inserção de outros Flavivirus no estado. Os fragmentos amplificados foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 1,5% corado com GelRed para visualização.
Dengue é a doença sistêmica aguda mais prevalente no mundo, constituindo um sério problema de Saúde Pública. Cerca de 70% dos casos notificados nas Américas ocorrem no Brasil. Por se encontrar em uma região hiperendêmica, o Piauí vivencia um aumento no número de notificações com formas graves e óbitos. O Dengue Virus (DENV) pertence ao gênero Flavivirus, família Flaviviridae e possui extensa diversidade genética expressa na existência de quatro sorotipos distintos, que podem variar de casos assintomáticos ou febres autolimitadas a doenças hemorrágicas severas.
As técnicas moleculares são sensíveis, específicas e confiáveis na identificação precoce do DENV, e devem ser associadas aos testes sorológicos, fortalecendo a vigilância epidemiológica com dados mais fidedignos da circulação do vírus no Estado. Tais informações podem contribuir no desenvolvimento de estratégias precoces e efetivas de prevenção e controle da dengue, a fim de minimizar os impactos causados por este agravo na região.
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