da Dimensão Terapêutica À Forma de Resistência: Relatos Sobre uma oficina de Hip Hop no Caps Ad Renascer da Fênix.

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A arte de rua traz, para o nosso cotidiano, a realidade de uma população que sofre com os efeitos da desigualdade social, assim como denuncia uma sociedade excludente e opressora. Neste caso em especial no Caps Ad de Ourinhos percebemos o gosto pela chamada “cultura de Rua” o Hip-Hop. No Brasil, o histórico do movimento Hip-Hop advém da década de 80, primeiramente, se manifestando pela dança com o break. Se desenvolve, posteriormente, em todas as vertentes do hip-hop, como a música, as rimas, o desenho e o Graffiti. Há muitas vertentes dos elementos do Hip-Hop no contexto brasileiro, passando pelo estilo gangster, underground e o contemporâneo lírico. O preconceito em torno deste universo é grande, pois as letras das músicas, em sua maioria, falam do cotidiano de favelas, lutas, crimes e do próprio preconceito. A marginalização da cultura Hip-Hop ocorre, sobretudo, devido à marginalização desta população que constrói sua própria forma de manifestação e de produção simbólica, a identificação dos sujeitos neste contexto é lhano.A oficina tem como objetivo usar as expressões do hip hop como fomento terapêutico e artístico para as pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas. Buscamos, também, o reconhecimento desta cultura enquanto instrumento de transformação e crítica social. As oficinas acontecem em encontros semanais, no CAPS ad. O grupo Crewatividade tem, voluntariamente, ofertado sua envergadura cultural, estimulando as(os) usuárias(os) a desenvolverem tanto suas habilidades para a rima, a música, a dança e o desenho, quanto a capacidade de externar aquilo que o está prejudicando. Dessa maneira, as atividades, acompanhadas também pelas(os) trabalhadoras(es) do serviço, contam com exercícios de rimas, grafite e dança.

Estigma direcionado ao uso de álcool e outras drogas, ainda compreendido a partir de um viés proibicionista e que criminaliza o sujeito. Considerando, portanto, as diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial e compreendendo nosso papel enquanto equipamento que deve favorecer “a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania” (BRASIL, 2011), iniciou-se no CAPS ad, uma oficina de Hip-Hop, construída coletivamente com as(os) usuárias do serviço, bem como com o grupo Crewatividade, do município de Ourinhos. Para além das dimensões artísticas, justifica-se o presente projeto no campo terapêutico, em que as(os) usuárias(os) podem expressar suas vivências construindo a prática da rima, da dança e do grafite, visto que o poder de se expressar em palavras também é utilizado como ferramenta terapêutica, cantando e rimando aquilo está preso dentro de si. A música exerce uma forte influência sobre a expressão, e o Hip Hop se mostra enquanto possibilidade de interrogar o mundo e suas iniquidades.

Entendemos que a atenção ao uso prejudicial de álcool e outras drogas deve priorizar a ampliação do repertório simbólico desses sujeitos, os movimentos de emancipação e as práticas de criação e invenção, orientadas pelo paradigma da Redução de Danos, que considera as questões sociais, morais, culturais, territoriais que perpassam o uso. Dessa maneira, espalhar a cultura do Hip-Hop neste espaço é resistir às diversas exclusões sociais, dar voz àquelas (es) que são, diariamente, silenciados, e lutar por uma sociedade mais justa e menos excludente.

Principal

Mayara Aparecida Bonora Freire

PAULA GRAZIELA BELAVENUTE

A prática foi aplicada em

Ourinhos

São Paulo

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Instituição

Uma organização do tipo

Instituição pública

Foi cadastrada por

N

Conta vinculada

02 jun 2023

CADASTRO

14 set 2023

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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