CUIDADO COMPARTILHADO: IMPLEMENTAÇÃO DA FICHA DE ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE COM SÍFILIS NA 14ª RS

Os programas de residência no Brasil, se caracterizam como modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos e às categorias profissionais que integram a área de saúde, que funcionam sob a responsabilidade de instituições de saúde, universitárias ou não, com duração mínima de 2 anos (Brasil, 1981; Brasil, 2005). Durante esse período, na residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC), espera-se que os residentes/profissionais desenvolvam competências e habilidades específicas, necessárias à resolução de problemas no âmbito do exercício de sua profissão junto à Atenção Primária à Saúde (APS).
Os profissionais vinculados ao Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) de Mamanguape – PB, com foco nos atributos da APS, identificaram lacunas na comunicação com a atenção terciária, especificamente no cuidado à gestante previamente diagnosticada com sífilis e tratada adequadamente na APS, tendo como consequência a realização de condutas desnecessárias. De modo que, a partir do monitoramento das notificações de sífilis em gestantes e de sífilis congênita registradas pelo Hospital Geral de Mamanguape (HGM) e do controle e acompanhamento realizado na APS, observaram a necessidade de fortalecer a comunicação entre os pontos da Rede de Atenção à Saúde local e regional, através da implementação da ficha de acompanhamento para sífilis na APS, instrumento que contribui para o compartilhamento do cuidado do binômio mãe e filho.

OBJETIVOS:

Objetivo Geral:
Relatar o processo de elaboração e implementação da nova ficha de acompanhamento para sífilis;

Objetivos Específicos:
Fortalecer a comunicação em rede;
Proporcionar cuidado integral e adequado às gestantes;
Coordenar o cuidado, oferecendo ao usuário informações e serviços necessários ao cuidado integral, em diversos pontos da RAS.

Elaboração e implementação de um instrumento que visa facilitar a comunicação entre os pontos de atenção na 14ª Região de Saúde da Paraíba, referente aos casos de sífilis gestacional identificadas e tratadas na APS. O instrumento possui informações pertinentes que somadas aos elementos clínicos e laboratoriais, contribuem para adequada classificação das crianças expostas à sífilis ou sífilis congênita após o parto, evitando iatrogenias e super notificações de casos.

visando qualificar as informações, de maneira que possam refletir na qualidade da assistência prestada e no cuidado integral e longitudinal desses usuários, a ficha foi atualizada para uma nova versão, tomando como base o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT-IST).
Após a atualização, a ficha passou a conter na página inicial, dados sobre o diagnóstico (teste rápido ou VDRL) e o tratamento realizado na APS; no verso, as informações sobre o monitoramento pós-parto em âmbito hospitalar, da puérpera e recém-nascido. Informações necessárias para a classificação adequada dos casos de crianças expostas à sífilis e sífilis congênita.
Como avanço importante, destacamos a inclusão da ficha de acompanhamento para sífilis na Nota Técnica 01-2024 da Secretaria de Estado da Saúde, que refere-se à Organização da Assistência à Gestante na Rede de Atenção à Saúde na 14ª Região de Saúde da Paraíba. Tal medida reconhece a importância do instrumento como ferramenta de qualidade para o cuidado durante o pré-natal e determinante para o acompanhamento adequado do recém-nascido. Além disso, a respalda e incentiva a utilização do instrumento em toda região.

Concluímos que, os espaços de formação, especialmente aqueles relacionados ao ensino-serviço-comunidade, tem o potencial de refletir sobre a prática dos serviços, identificar barreiras e traçar estratégias inovadoras para a solucionar os problemas encontrados. O PRMFC de Mamanguape, vem contribuindo fortemente com a comunicação intersetorial, com a implementação de novos fluxos e com o fortalecimento da educação permanente local e regional.
A elaboração da ficha de acompanhamento para sífilis, a partir das necessidades identificadas no território, reflete a potência da APS, enquanto coordenadora do cuidado e ponto central de comunicação da RAS. Espera-se, portanto, a adesão do instrumento por parte dos profissionais em toda região, seja na APS, AAE ou Hospital.
Que essa experiência exitosa de colaboração entre os componentes da rede de atenção à saúde possa ser replicada em todas as regiões do estado, aprimorando o cuidado compartilhado centrado nas gestantes, para alcançar a redução da morbimortalidade materno infantil.

autor Principal

MAYSA BARBOSA RODRIGUES TOSCANO

maysa_br83@hotmail.com

Gerente da Atenção Primária à Saúde

Coautores

Maysa Barbosa Rodrigues Toscano, Welington Pedro de Sousa

A prática foi aplicada em

Mamanguape

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Mamanguape - PB

Rua Coronel Luís Inácio, Mamanguape - PB, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Maysa Barbosa Rodrigues Toscano

Conta vinculada

08 abr 2025

CADASTRO

08 abr 2025

ATUALIZAÇÃO

14 abr 2022

inicio

28 fev 2025

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

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