A política nacional de saúde mental, apoiada na lei 10.216/02 e na portaria MS/GM 336/02, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária, que tem como princípios o respeito à dignidade humana e a liberdade. Conhecida como reforma psiquiátrica, esse processo pressupõe uma mudança de paradigma: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade. É um modelo que garante a livre circulação das pessoas com sofrimento psíquico pelos serviços e pela cidade através de cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Portanto, o objetivo é substituir o modelo antigo de internação psiquiátrica (manicômio) e medicalização excessiva que, além de gerar altos custos aos cofres públicos, não garante bons resultados, pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). O município se encontrava, de acordo com a lei, há 13 anos aquém dessa reforma. Considerando essa realidade no início de 2013, iniciaram-se as mudanças com o apoio da gestão municipal, incluindo Secretaria de Saúde e Poder Executivo que compreenderam a necessidade da reforma psiquiátrica no município visando a construção de um modelo de cuidados em saúde mental mais humanizado e sustentado pela garantia de direitos humanos em consonância à RAPS e às políticas públicas de saúde mental propostas pelo Ministério da Saúde desde a década de 1980. Até esse período, o município contava com apenas um Ambulatório de Psiquiatria com 2 médicos psiquiatras e 5 psicólogos, que atendiam toda a demanda do município, com ações isoladas na Atenção Básica. Tínhamos um número muito elevado de internações: em 2012, foram realizadas 289 internações psiquiátricas, o que equivale ao número aproximado de uma internação por dia letivo. Conforme a portaria, a RAPS conta com uma série de serviços e equipamentos variados, são eles: Saúde Mental na Atenção Básica, CAPS II, CAPS i e CAPS AD. A Saúde Mental de Santa Bárbara d’Oeste precisou passar por várias adequações para assim compor uma rede de cuidados. Dinâmica e estratégia dos procedimentos usados: o caminho percorrido no desenvolvimento da vivência cronologicamente: 1ª oficina de saúde mental com o tema Unindo Saberes na Construção da Rede de Atenção Psicossocial, com a participação de 50 profissionais, entre coordenadores, gestores e funcionários da pasta, além da presença do secretário de Saúde. Composição de um grupo de trabalho com diferentes profissionais da Secretaria de Saúde, com reuniões mensais para discussão dos temas de saúde mental, introduzindo esses profissionais no novo modelo de cuidado. Contratação de profissionais da equipe multidisciplinar para implantação do CAPS II e psicólogas para Atenção Básica, ampliando ações de saúde mental no território. Promoção de capacitação dos médicos generalistas, incluindo os do Programa Mais Médicos e clínicos da Atenção Primária em Saúde, com o tema Clínica Médica em Saúde Mental com Foco na Atenção Básica.
Necessidade de: implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no município de Santa Bárbara d’Oeste.
Essa construção iniciou-se com um trabalho visando a mudança de paradigmas dos profissionais da saúde em relação aos cuidados e a atenção à saúde mental até a implantação dos equipamentos que compõem a RAPS. Os resultados obtidos foram a saída de um modelo exclusivamente ambulatorial e manicomial para um modelo preconizado pela reforma psiquiátrica e de acordo com as políticas nacionais em saúde mental. Atualmente temos o CAPS II implantado e os Núcleos AD e Infantil aguardando o credenciamento para CAPS AD e infantojuvenil e estamos em construção de um CAPS AD III.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO