Brincar para eliminar: integração vigilância ambiental e atenção básica na prevenção da malária nas escolas

O município de Mazagão, localizado na região sul do estado do Amapá, possui um histórico significativo de casos de malária, sendo considerado prioritário pelo Ministério da Saúde no que tange às estratégias de combate visando à eliminação da doença. Em 2019, foram registrados 1.860 casos de malária, dos quais 576 ocorreram na população infantil, com idades entre 1 e 14 anos, representando 40% dos casos no município. A maioria desses casos foi registrada na zona rural. A malária em crianças vai além do sofrimento causado pelos sintomas clínicos, impactando também no baixo rendimento escolar, evasão escolar e declínio na interação social, pois a criança com malária é impedida de brincar e participar plenamente de suas atividades diárias.
Diante desse cenário, o Departamento de Vigilância Ambiental tem adotado uma abordagem multidisciplinar, estabelecendo parcerias e trabalhando de forma integrada com outros níveis de atenção à saúde. Uma das principais ferramentas utilizadas para fortalecer essa rede de comunicação e prevenção foi o Programa Saúde na Escola (PSE). O município de Mazagão conta com 56 escolas, 3.906 alunos e 336 professores. Ao analisar esse corpo pedagógico, identificou-se um grande potencial educativo para o combate à malária. Considerar a criança como multiplicadora de informações a serem disseminadas em sua comunidade é uma estratégia educativa que, além de promover a saúde, também incentiva uma educação autônoma.

OBJETIVOS:
• Implementar ações educativas sobre a prevenção e cuidados com a malária nas escolas rurais;
• Inserir elementos lúdicos nas atividades educativas de prevenção à malária nas escolas, tornando o processo de aprendizagem mais prazeroso e dinâmico;
• Desenvolver, em conjunto, material didático adequado à realidade territorial das escolas;
• Integrar o Programa Saúde na Escola (PSE) com a Vigilância Ambiental para realizar treinamentos que promovam a autonomia dos professores na abordagem da temática da malária nas escolas;
• Introduzir a proposta de atividades sobre malária nas semanas pedagógicas e nos projetos político-pedagógicos das escolas, garantindo a continuidade legal dos trabalhos;
• Capacitar os professores para a criação de jogos, poesias e atividades relacionadas ao tema da malária;
• Estimular a participação da comunidade escolar, incluindo pais, profissionais administrativos e moradores da comunidade, durante as atividades

RESULTADOS:
• Treinamento de 7 enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) sobre abordagens pedagógicas e ludicidade nas ações de educação em saúde do Programa Saúde na Escola (PSE);
• Capacitação de 11 técnicos de saúde escolar da Secretaria de Educação sobre a abordagem da temática da malária para crianças;
• Criação de um fluxo de trabalho integrado entre a Vigilância Ambiental e o PSE;
• Inserção da temática da malária nas discussões das semanas pedagógicas das escolas do município;
• Pactuação local entre o grupo de trabalho e o gestor do PSE, estabelecendo a malária como temática prioritária no município;
• Maior adesão por parte das crianças e da comunidade nas atividades educativas;
• Aquisição de material educativo pelo município para abordar o tema da malária nas escolas;
• Garantia de que todas as escolas do município possuem material educativo para trabalhar a temática da malária.

CONCLUSÃO:
A experiência “BRINCAR PARA ELIMINAR” traz em sua essência a superação de barreiras de comunicação com o público infantil, buscando, de forma equânime, tornar as questões relacionadas à prevenção e ao combate à malária mais acessíveis e metodologicamente fluidas. A informação deve ser compreensível para o receptor, e como meio para isso, utilizamos a educação popular em saúde e práticas pedagógicas. A intersetorialidade tem se mostrado um grande aliado na continuidade do projeto, pois a divisão de responsabilidades entre a Vigilância Ambiental e a Atenção Básica, por intermédio do PSE, garante que ambos se sintam comprometidos com o processo educativo das crianças.
Em suma, nossa missão principal é fazer com que as crianças aprendam brincando, pois essas atividades atendem a uma necessidade básica assegurada pela Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1959. No artigo 7º, está descrito: “Toda criança terá direito a brincar e se divertir, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desses direitos.”

Principal

Tiago José de Souza

tiagopse@outlook.com

Apoiador Municipal De Combate À Malária

Coautores

Tiago José de Souza- Aline Cristina Texeira

A prática foi aplicada em

Mazagão

Amapá

Norte

Esta prática está vinculada a

: Fiocruz

Vara Única da Comarca de Mazagão - Avenida Intendente Alfredo Pinto - União, Mazagão - AP, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Monique Melo Gomes

Conta vinculada

03 set 2024

CADASTRO

20 set 2024

ATUALIZAÇÃO

17 ago 2019

inicio

01 ago 2023

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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