A estratégia de vacinação, principalmente da população infanto-juvenil é, com certeza, uma das ações em saúde pública mais bem-sucedidas e de maior relevância, principalmente na prevenção de doenças imunopreveníveis. As vacinas têm sido responsáveis por substanciais reduções na mortalidade infantil e se colocam entre as intervenções de maior custo-benefício da área da saúde. Entretanto, uma significativa e preocupante redução na cobertura vacinal tem sido observada no Brasil, antes e após os primeiros anos da pandemia de Covid-19. O Programa Nacional de Imunização brasileiro (PNI), criado em 1975, é referência mundial e pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é dos poucos países que ofertam de maneira universal um rol extenso e abrangente de imunobiológicos. Atualmente são 48 imunobiológicos ofertados pelo SUS destinados aos seguintes públicos-alvos: crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. A proteção vacinal da Poliomielite, causada pelos poliovírus 1, 2 e 3, tem sido ofertada aos brasileiros por meio de um esquema preconizado composto por três doses de VIP, administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade (esquema primário), mais dois reforços de VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A queda da cobertura vacinal, ao longo dos anos, tende a impactar no aumento de algumas doenças infantis no futuro. Estudos apontam que toda vez que um grupo de pessoas fica sem se imunizar, surgem bolsões susceptíveis e vulneráveis na população. Logo, vacina é uma ação de saúde pública, pois, além de se proteger protegem-se as pessoas no entorno e contribui para diminuir ou até mesmo erradicar a circulação de graves doenças. Embora tenha havido uma queda de cobertura vacinal em nível nacional, a baixa cobertura vacinal contra a Poliomielite em 2021 – possivelmente agravado também pelo efeito pós-pandemia – ocorrida no Município de Itabira levou a equipe de Vigilância em Saúde a desenvolver um esforço de mobilização integrada a partir do início de 2022. O objetivo inicial era de interromper o declínio da cobertura vacinal que tem ocorrido sequencialmente e culminado em 2021 com a menor taxa registrada na história do município. Hoje há um risco iminente da entrada da “pólio” no Brasil se medidas de controle contundentes não forem tomadas para aumentar as coberturas vacinais. Dessa forma, foi necessária uma atenção singular e planejamento estratégico condizente com a capacidade estrutural, financeira e geográfica do município para conscientizar a população sobre os riscos da não-vacinação e os benefícios da vacinação e aumentar o índice de cobertura contra a Poliomielite em nível de município.
PDF em anexo com o nome: Identificação e priorização dos problemas e desafios
PDF em anexo com o nome: Estratégias de fortalecimento
PDF em anexo com o nome: Considerações finais
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