No município de Petrópolis, a população de pessoas na chamada terceira idade contempla cerca de 44 mil pessoas. Dentre esse total, mais da metade é usuário do SUS.
Após uma formação oferecida pelo município aos funcionários da atenção básica, vimos a necessidade de implantar a Terapia Comunitária Integrativa para este público-alvo.
Tudo começou na Igreja Nossa Senhora de Fátima situada no bairro Madame Machado, um local fortemente atingido pelo desastre natural que provocou deslizamentos e enchentes no ano de 2011. Pelos frutos colhidos nesse local após 2 anos de trabalho, iniciamos a Terapia Comunitária Integrativa na Igreja Sagrada Família, no bairro Sargento Boening, igualmente atingido pelas chuvas de 2022. Ambos os locais, afora a distância geográfica, apresentavam um rastro de tristezas e traumas emocionais causados pelos desastres naturais.
Foi ofertado um espaço de promoção de encontros interpessoais e intercomunitários, em periodicidade mensal, a um grupo regular de convivência e bem-estar, constituído prioritariamente por pessoas idosas, adscritos ao posto de saúde da família correspondente, onde, em média, 30 pessoas por mês vêm participando ativamente, de forma periódica e ininterrupta.
Nosso objetivo é acolher e incluir os idosos, trazendo para as conversas temas comuns ao conjunto como luto, ansiedade, solidão, tristeza, raiva e medo através da troca de experiências, ampliando a compreensão de sua aflição, mostrando novos caminhos e valorizando conhecimentos, substituindo, dessa forma, carência por competência em busca do bem-estar emocional e físico.
Nosso objetivo é acolher e incluir os idosos, trazendo para as conversas temas comuns ao conjunto como luto, ansiedade, solidão, tristeza, raiva e medo através da troca de experiências, ampliando a compreensão de sua aflição, mostrando novos caminhos e valorizando conhecimentos, substituindo, dessa forma, carência por competência em busca do bem-estar emocional e físico. A roda de terapia comunitária tem uma metodologia aberta que inicia na celebração das importâncias do cotidiano, uma prática lúdica para trazer a emoção. Em seguida vem a partilha das inquietações no qual o grupo se identifica, escolhe o que mais lhe toca por uma votação e tem como trazer seu olhar pessoal e seu recurso do assunto escolhido, com a finalização da leitura de tudo que é dito, possibilitando que cada um carregue o que lhe for mais precioso daquele momento, formando uma rede de apoio como grupo.
Ao observarmos os grupos, concluímos que a rede afetiva criada pela convivência durante as sessões de terapia comunitária Integrativa, ao convidar esses indivíduos a partilhar seus sentimentos buscando compreender a causa de sua aflição, gera autonomia na resolução das questões cotidianas, reforça os vínculos entre as pessoas e constrói uma rede social de proteção e inserção. A partir da escuta das histórias de vida ali apresentadas, sobrevêm a identificação dos sentimentos e o entendimento que possibilita a tomada de consciência do problema, ensejando a busca por soluções e superação dos desafios.
A cada sessão novas pessoas são convidadas por esse grupo de sujeitos a participar das rodas de terapia comunitária integrativa e aumentam os relatos de melhoria da qualidade de vida gerada pela diminuição da sensação da ansiedade que anteriormente motivou dores e insônia, assim como da angústia gerada pela solidão imposta pela ausência dos entes queridos, além de ser importante instrumento para o autoconhecimento, o amor próprio e fortalecimento pessoal, condições que libertam os sujeitos de suas próprias prisões mentais, emocionais e comportamentais, buscando soluções e superação das dificuldades conhecidas desse coletivo, colaborando para a conquista do almejado bem-estar físico e emocional.
Rua Figueira de Melo, 106 - Centro, Petrópolis - RJ, Brasil
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