A escola que eu quero: atenção psicossocial e intersetorialidade

Desde 2023 a equipe do CAPSi de Araruama em suas reuniões de equipe reflete sobre a potência de utilizar o espaço escolar para promoção de saúde e possibilitar espaços de circulação de experiências junto a rede para que sejam considerados os aspectos afetivos, sociais e vulnerabilidades para além dos aspectos cognitivos, comumente utilizado para medir habilidades e o desenvolvimento dos usuários da rede.
Em março de 2024 após situações de violência, racismo e bullying em uma escola da zona rural da cidade de Araruama a equipe do CAPSi foi convocada pela educação para auxiliar profissionais da escola e pensar em ações para equipe da instituição e para os alunos.
No primeiro momento foram realizados encontros com a equipe diretiva – direção, orientadores educacionais e pedagógicos para compreender as questões mais urgentes.
A ação buscou, sobretudo, possibilitar uma resposta mais eficaz e sustentável a questões sociais, geradas pelas desigualdades da sociedade, sendo assim, a realidade mostra que esses valores (respeito, inclusão e tolerância) estão sendo constantemente desafiados por comportamentos violentos, discriminatórios e excludentes.
Neste sentido, foi proposto um trabalho para aproximar a escola e a rede de serviços públicos que atende o território, considerou-se a escola, como espaço precípuo de formação e socialização, além do seu papel fundamental na promoção de valores como respeito, inclusão e tolerância.
Em maio foram iniciadas atividades com a equipe do colégio, apresentou-se o conceito de saúde e intersetorialidade, reflexões acerca da corresponsabilização e compartilhamento do cuidado aos usuários, além de pontuar a história das políticas de saúde mental e da infância e adolescência. Pontuado também o fluxo e perfil de usuários do CAPSi e dos demais componentes da RAPS.
Em junho a rede foi convocada e organizamos ações para os alunos com temas sinalizados pela escola. Quinzenalmente um equipamento fez atividades com os alunos. Foram trabalhados temas como saúde mental, bullying, saúde sexual e reprodutiva, prevenção à violências.
Objetivos gerais:
Identificar e mapear as necessidades específicas da comunidade escolar;
Utilizar o espaço escolar para promoção de saúde;
Fomentar a reflexão sobre o impacto do racismo na saúde mental da população preta.
Fortalecer a capacidade da escola e demais serviços para lidar com os desafios da complementaridade das políticas públicas no cuidado ao usuário;
Promover a inclusão, a diversidade e a equidade de oportunidades para todos os estudantes.
Objetivos específicos:
Possibilitar espaços de circulação de experiências junto a rede para que sejam considerados os aspectos sociais e emocionais para além dos aspectos cognitivos, comumente utilizado para medir habilidades e o desenvolvimento dos usuários da rede;
Aproximar a escola da rede de serviços públicos que atende o território, considerando a escola, como espaço precípuo de formação e socialização;
Desenvolver ações integradas e coordenadas para prevenir e combater a violência, o bullying e o racismo.

O trabalho foi bem avaliado pela equipe da escola e aproximou as instituições, além de fortalecer o papel do Capsi como ordenador da rede.
Encontramos alguns desafios de comunicação com a equipe diretiva, para adequar as ações ao calendário escolar, além das agendas dos equipamentos participantes, no entanto as equipes se organizaram e foi possível desenvolver ações e idealizar possíveis projetos permanentes junto a rede de serviços na escola.

Cabe ressaltar como principal resultado a aproximação da comunidade escolar com a rede de serviços que atende a infância e adolescência.
Também notabilizado o reconhecimento dos fluxos para saúde mental, para mais evidenciado a importância de desenvolver a discussão acerca da diversidade, do racismo entre os profissionais da educação, pois as dificuldades observadas fragilizam as ações de promoção de saúde.

As ações de matriciamento do CAPSi facilitaram a elaboração de estratégias junto a rede e evidenciam como este instrumento é importante no trabalho da atenção psicossocial.
Fortalecer essa ação dentro do CAPSi é primordial, o cotidiano dos dispositivos não pode ser barreira para pensar essas estratégias, pois o matriciamento é a ação que fortalece a rede, e consequentemente garante que os usuários mais graves, perfil do atendimento de um CAPSi, cheguem ao serviço.

Principal

Ana Clara Aló Rodrigues Araujo da Silva

anaclara.alo@gmail.com

Coordenadora técnica

Coautores

Ana Clara Aló Rodrigues Araujo da Silva, Alan Quintanilha e Sarah Hobaik

A prática foi aplicada em

Araruama

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

R. Ronald de Carvalho - Centro, Araruama - RJ, 28970-000, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Ana Clara Aló Rodrigues Araujo da Silva

Conta vinculada

24 mar 2025

CADASTRO

24 mar 2025

ATUALIZAÇÃO

04 mar 2024

inicio

29 nov 2024

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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TAGS

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