Inicialmente foi adequado a estrutura física do ônibus para realizar a vacinação itinerante. A parte externa foi plotada com imagens de um super herói, o Pedrinho Campeão, criado pela Fundação Municipal de Saúde de Tubarão, o Zé Gotinha e outras imagens coloridas que atraíssem a atenção por onde passasse. Posteriormente, foi selecionado os membros da equipe, sendo composta por 2 vacinadores e 2 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), organizado um cronograma com datas, horários e locais que o ônibus estaria durante o mês, dando prioridade para os bairros de periferia e proximidades de creches e escolas, o qual foi amplamente divulgado nas mídias sociais, sites oficiais, e os meios de comunicação da comunidade, como igrejas, informes aos alunos, grupos sociais, e trabalho dos ACS. Estavam disponíveis todas as vacinas do calendário nacional de vacinação e campanhas contemplando todas as faixas etárias. No fim do expediente diário era realizado o consolidado das doses administradas e entregue os registros individualizados do vacinado a coordenação do Setor de Imunização, que organizou uma equipe de digitadores para inserir esses dados no sistema de informação do MS para que tivessem efeito na cobertura vacinal.
O município de Tubarão (TB) está localizado no litoral sul catarinense, com extensão territorial de aproximadamente 305.755 km², com uma população estimada de 107.143 habitantes, 100% de cobertura de Atenção Primária à Saúde (APS) efetivada nas 32 Estratégias de Saúde da Família (ESF) e com 24 salas de vacina ativa. Por ser um município predominantemente horizontal em relação aos domicílios, com extensão territorial significativa e também em virtude dos horários restritos de funcionamento das Salas de Vacinas dos bairros, de 40 horas semanais, o acesso acaba sendo insuficiente. No tocante, é imprescindível inovar em estratégias com efeito na prática, em especial nas ações descentralizadas. Destaca-se também o atual cenário epidemiológico, marcado por insegurança, negacionismo e grupos dedicados a propagar fake news proliferam-se na internet e alcançam cada vez mais seguidores no Brasil. Divulgam-se notícias sem respaldo científico, cuja origem é copiada de blogs que sugerem tratamentos de saúde sem a intervenção de químicos ou relatos de famílias sobre os efeitos colaterais das vacinas. Por consequência, frisa-se a realidade nacional, com queda considerável nas coberturas de todas as vacinas. Partindo desse contexto, a proposta dessa experiência foi implantar a vacinação itinerante, utilizando um ônibus com estrutura adequada e equipe treinada para vacinação nos bairros, dando prioridade para os de periferia e proximidades de creches e escolas, ampliando o acesso nas comunidades.
Mesmo o Programa Nacional de Imunização (PNI) sendo composto por ações de saúde pública bem-conceituadas e custo-efetivas, muitos indivíduos ainda têm seus esquemas vacinais incompletos. Mesmo com a ampliação da oferta do número de vacinas e das faixas etárias, os ganhos foram acompanhados por resultados pífios no país, em que muitos municípios não alcançaram as coberturas vacinais. Tal contexto, fez com que os gestores dos serviços de Imunização e APS atentassem para as lacunas que estavam surgindo, aprimorando o serviço antes da queda considerável das metas preconizadas, evitando que doenças controladas, eliminadas e até mesmo erradicadas ressurjam. Caso mantivéssemos ofertando somente o convencional, que é manter as portas das Salas de Vacinas existentes no município abertas, dificilmente vamos alcançar a cobertura vacinal homogênea em todos os bairros do município.
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