Olá,

Visitante

Reinserção de Paciente Portador de Esquizofrenia, Mantido em Cárcere Privado por Dezoito Anos.

FINALIDADE DA EXPERIÊNCIA: Este projeto tem a finalidade de expor otrabalho realizado pela equipe multiprofissional da saúde com o paciente Jorge Heli Arce. Este trabalho efetivou-se nos anos de 2012 (dois mil e doze) e 2013 (dois mil e treze), trabalhando a reinserção social e familiar, pois este passou 18 (dezoito) anos entre internações nos hospitais Nosso Lar e Santa Casa, em Campo Grande, MS, bem como cárcere privado em sua residência (um quarto com jaulas) nesta fase foi acompanhado em um modelo hospitalocêntrico de atendimento, onde se priorizava a terapia medicamentosa e isolada, evidenciando uma doença e não um ser humano que é portador de um transtorno mental, capaz de receber tratamento humanizado como preconiza a Política Nacional de Humanização. Esta busca trazer o paciente para o convívio social e familiar, para que o mesmo se sinta “humano” e que seja tratado de tal forma. Sabemos que tanto a família como a sociedade devem ser preparados para conviver com tais diferenças, mais sabemos também que a agressividade das internações bem como o tratamento em “cárcere privado” é um retrocesso para qualquer tratamento ou terapia. Desta forma, com o trabalho interdisciplinar ambulatorial desenvolvido, foi possívelpreparar todos os responsáveis para o acolhimento do paciente na família e sociedade. Assim Jorge foireinserido na escola, no convívio social, passando por tratamento psicológico, terapêutico ocupacional, acompanhamento com assistente social, consultas no ambulatório de saúde mental, com psiquiatra, este realizado por agendamento, sendo acompanhando pela família e profissionais, para absorverem a evolução e alterações no quadro do paciente, lembrando que para saber como lidar, devemos conhecer amplamente o “problema”. A Estratégia de Saúde da Família com sua equipe multiprofissional ofertaram todas as ações necessáriascom relação a sua saúde, para que o paciente se sentisse sempre acolhido e respeitado, desta forma este auxiliava assiduamente em seu tratamento tomando as medicações, cuidando de sua higiene corporal, relacionamentos e convívio social. Ressaltando que a saúde não se resume em ausência de doença, mais sim em um bem estar físico, mental e social. Com essa definição que a equipe sempre esteve embasada para acolher o paciente Jorge, bem como todos os pacientes que acompanhamos em nosso Município.DINÂMICA E ESTRATÉGIAS DOS PROCEDIMENTOS USADOS: A equipe multiprofissional sempre esteve embasada em princípios de reinserção social, lembrando que esta foi aprimorando no caso ao decorrer dos atendimentos e situações, pois este foi o primeiro caso do Município, onde o paciente encontrava-se em cárcere privado, visto que este foi considerado o caso de Esquizofrenia de maior complexidade e gravidade do Estado. Sendo assim,a primeira estratégia adotada pela equipe foi conhecer o caso do paciente através do hospital psiquiátrico que estava acompanhando o mesmo. Posterior realizando reuniões familiares em tentativas de mediar con

A esquizofrenia paranóide é a forma da doença referente a perturbação dos afetos, apresentando delírios e alucinações, comportamento irresponsável e imprevisível, pensamento desorganizado e discurso incoerente. Desenvolvem rapidamente sintomas negativos, com características de risos sem motivo, expressões bizarras, condutas tolas, descuido com própria aparência, dificuldade de expressar seus sentimentos.O paciente começou a apresentar a doença citada aos 20 (vinte) anos, SIC “por familiares” demonstrando agressividade física e verbal, sentindo-se rejeitado, cobrando a presença paterna, pelo fato do pai ter abandonado a família, descobrindo-se após exames e internações esta doença, a qual levou sua família interna-lo por diversas vezes, e quando estava em casa ficava aprisionado em um cômodo aos fundos da residência com grades, devido a sua agressividade e intolerância familiar e preconceito da sociedade. Pois o mesmo quando em quadro agudo de sua doença, apresentava heteroagressividade, hostilidade sendoimprevisível, onde ate mesmo familiares encontravam dificuldade em lidar com tal quadro.

Com esta experiência a equipe demonstra claramente a importância da ressocialização e da participação familiar e social no processo saúde/doença. Pois a evolução do paciente foi notória, devido ao direito adquirido a acessibilidade sem nenhuma discriminação. Oferecer atenção integral, assistindo os pacientes não como uma doença e sim como um ser humano que possui sentimentos e necessidades. Buscar a escuta qualificada, atendimento e articulaçãomultiprofissional para envolvimento da equipe em cada caso apresentado.Esta experiência profissional citada através de acompanhamento ampliado nos permitiu a formulação de acordos mínimos entre a justiça e a saúde, buscando, sobretudo uma pratica em consonância com a lei 10.216,que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Sabemos, pela nossa experiências como seres humanos(“loucos” ou não!): nos momentos de grande embaraço e perturbação, quando o sujeito não pode contar com recursos simbólicos para endereçar seu sofrimento e haver-se com ele, a agressividade pode ser uma resposta. A agressividade é uma resposta a ausência de outros recursos, é afeto solto, fora de uma rede de conexões em que possa se engatar. Quandoa rede onde o sujeito estabelece seus laços é rompida, sem que encontre formas de enlaçar-se novamente, uma ação motora pura, agressiva, pode vir a ser a única resposta possível. Em suma, temos por certo que o tratamento em saúde mental, envolve toda a complexidade e individualidade no cuidado que qualquer sujeito exige, a saber, o respeito ao sofrimento humano que reaparece de forma inédita, engendrando soluções múltiplas e singulares, de cada caso. Esta é a tarefa que nos cabe.

Principal

Rosinéia Gomes de Assis

roseassis34@gmail.com

A prática foi aplicada em

Antônio João

Mato Grosso do Sul

Centro-Oeste

Esta prática está vinculada a

Instituição

Rua Urias de Almeida

Uma organização do tipo

Instituição pública

Foi cadastrada por

Rosinéia Gomes de Assis

Conta vinculada

A prática foi cadastrada em

02 jun 2023

e atualizada em

14 set 2023

Início da Execução

Fim da Execução

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

nenhuma

Você pode se interessar também

Práticas
Grupo de saúde mental do homem na APS
São Paulo
Práticas
A prática da terapia cognitivo-comportamental em grupo na APS – intervenção para o manejo da ansiedade
São Paulo