- Participação e Controle Social
NEURISMAR DE OLIVEIRA
- 02 out 2024
Amazonas
Objetivos e metas da experiência desenvolvida:
Apenas recentemente a preocupação quanto aos cuidados odontológicos em bebês começou a receber uma atenção maior por parte dos cirurgiões-dentistas, no Brasil e em outras partes do mundo, devido à alta prevalência de cárie observada em crianças de tenra idade. No Levantamento Epidemiológico, o SB Brasil: Condições de Saúde Bucal na População Brasileira em 2003, pode-se verificar que quase 27% das crianças de 18 a 36 meses apresentam pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie dentária, sendo que a proporção chega a quase 60% das crianças de cinco anos de idade. (Silva, 2007). Mais recentementeaPesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB BRASIL- 2010, veio confirmar que aos cinco anos de idadeuma criança brasileira possui, em média, 2,43 dentes com experiência de cárie, com predomínio do componente cariado e que esses dadossão mais elevados nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste em comparação com as regiões Sul e Sudeste. (Brasil,2010) O êxito alcançado pelos programas de atenção precoce à Saúde Bucal, incluindo uma prolongada ausência de cáries em crianças que recebem cuidados desde os primeiros meses de vida, sugere que é possível a organização de programas coletivos de Promoção de Saúde Bucal, ao nível do serviço público. Baseado nessa realidade e seguindo o modelo exitoso da Bebê Clinica da UEL (Universidade Estadual de Londrina-PR) criada para realizar o atendimento de bebês na faixa etária de 0 a 3 anos, a cidade de Pilar- PB, com uma população em torno de 11.620 habitantes com aproximadamente 740 crianças na faixa etária de 1 a 4 anos de acordo com o IBGE(2010),implantou o Programa Cárie Zero em todas as cinco EABs (Estratégia da Atenção Básica) do Município. Segundo um estudo realizado pela Bebê-Clínica da UEL, os melhores resultados ocorrem quando a atenção se inicia por volta dos 6 meses, sendo que o limite de segurança para a atenção precoce é aos 12 meses de idade reduzindo assim ,em média a prevalência de cárie em 85% em quatro anos e também diminuiu a gravidade das lesõescariosas. É importante salientar que prevenir as doenças requer procedimentos de menor complexidade e tornam o custo da prevenção per capta mais barato do que do tratamento restaurador, considerando ainda o enorme benefício para a população. Nossos parceiros nesse Projeto são os profissionais de saúde e principalmente os pais e/ou cuidadores. Usamos como diretriz o lema: Educar prevenindo, Prevenir educando (Walter, 1992).
A proposta é implantar em todas as EABs do Brasil o Projeto Cárie Zero e que ele conste como atividade executada na Tabela de Procedimentos do SUS.Dados epidemiológicos são as maiores comprovações de que há um hiato no Programa de Saúde Bucal do SUS facilitando assim o crescimento das lesões cariosas na idade pré-escolar. Esse Programa Preventivo-Educador, se implantado, ajudaria a ter no Brasil uma geração com porcentagem menor de cárie, diminuindo os gastos que oneram os tratamentos curativos realizados em odontologia coletiva. Porque a necessidade do reconhecimento do SUS como serviço realizado? Os levantamentos epidemiológicos em odontologia são importantes para o conhecimento da prevalência e tipologia das doenças bucais, podendo-se a partir dos dados coletados, planejar, executar e avaliar ações de saúde. (Oliveira,1998). Esse trabalho de atendimento aos bebês já é realizado em alguns PSFs ,no Brasil mas é necessário que ele seja realmente validado pelo SUS porque as estatísticas confirmam que esses dados são relevantes para a odontologia atual.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO