O projeto denominado pré-natal seguro: diagnóstico e tratamento das mães ou gestantes e dos casos de sífilis congênita tem como proponente a Secretaria Municipal de Saúde de Breves. Criado em 2018, atende mulheres em pré-natal, trata da investigação, diagnóstico e tratamento das mães gestantes e, posteriormente, dos casos de sífilis congênita. Justifica-se pela sífilis ser uma infecção sistêmica crônica, podendo ser transmitida pelas vias sexual ou congênita, e com agravantes à saúde como parto prematuro, óbito fetal ou neonatal e infecção congênita do recém-nascido. Além disso, se justifica por ser uma infecção com maior incidência entre as mulheres gestantes do município de Breves.
Este projeto visa descrever a ocorrência de sífilis congênita no município de Breves e reconhecer hipóteses quanto aos fatores associados, além de proporcionar diagnóstico e tratamento às mães ou gestantes e aos recém-nascidos com sífilis congênita. Inicialmente, foi realizado um estudo descritivo das mães e gestantes dos casos confirmados de sífilis congênita em residentes de Breves, entre 2013 e 2017, o resultado apontou para incidência anual de sífilis congênita em menores de um ano. A partir desses dados, foram realizadas várias conversas com a gestão a fim de subsidiar o projeto por meio de exames laboratoriais, para tanto, foram realizadas capacitações para a equipe multiprofissional das unidades de saúde. As mães e gestantes são atendidas no pré-natal e recebem as orientações necessárias ao tratamento.
Durante o estudo, foram confirmados 49 casos de sífilis congênita em Breves entre 2013 e 2017, com 39% deles apenas no último ano. A maioria dos casos foi de mães ou gestantes entre 20 e 34 anos (67%), com menos de oito anos de estudo (69%), pardas (90%), com pré-natal (84%), porém diagnosticadas durante (50%) ou após (20%) o parto ou curetagem, e cujos parceiros não realizaram tratamento (59%). Diante dos dados, buscamos traçar metas anuais de baixa de 40% dos casos, bem como a melhora na qualidade e acesso ao pré-natal. Durante o ano de 2018, foram diagnósticas 10 mães e gestantes com sífilis e dessas 90% receberam tratamento adequado em tempo oportuno, evitando, assim, o aumento da incidência anual de sífilis congênita.
A sífilis congênita apresentou importante aumento no período de cinco anos devido à ausência ou possível baixa qualidade do pré-natal. O diagnóstico inoportuno e não tratamento de parceiros pode ter contribuído negativamente na prevenção dos casos e na manutenção da cadeia de transmissão. Diante disso, o projeto veio no sentido de reorganizar a rede de protocolos voltados ao diagnóstico e tratamento da infecção, e para dar destaque à saúde sexual, em especial a dos adolescentes.
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