Apresentação:
A delimitação territorial na Atenção Primária à Saúde (APS) é essencial para avaliar as condições de saúde e organizar intervenções estratégicas. A necessidade de territorialização do bairro Itararé, em Campina Grande (PB), surgiu a partir de discussões sobre o processo de trabalho da equipe de Saúde da Família. Nesse contexto, alunos do estágio supervisionado em Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), sob a supervisão da preceptora, desenvolveram a atualização do mapeamento territorial da Unidade Básica de Saúde (UBS) Wilson Furtado II – Itararé, localizada no bairro homônimo. A proposta teve como objetivo otimizar o atendimento à população, permitindo um melhor direcionamento das ações em saúde e uma melhor visualização das microáreas de risco do território. Segundo Paim (1998, in Giovanella, 2021), a vigilância em saúde articula epidemiologia e ciências sociais na análise da situação de saúde, planejamento e organização das práticas em um território. Abrange atividades individuais e coletivas, promoção da saúde, prevenção de riscos e doenças, além do cuidado. O projeto foi desenvolvido entre 19 de agosto e 18 de novembro de 2024, com a participação ativa dos alunos e da equipe da UBSF. O resultado foi um mapa territorial contendo o desenho das áreas e microáreas, e barreiras geográficas que dificultam a acessibilidade dos usuários. A entrega do mapa da área adscrita culminou com um momento de aprendizado e reconhecimento, simbolizando o compromisso acadêmico e profissional de todos os envolvidos.
Objetivos
Objetivo geral:
Atualizar e organizar o mapeamento territorial da UBS Wilson Furtado II Itararé, visando melhorar o planejamento e a eficácia das ações de saúde no referido bairro.
Objetivos específicos:
• Identificar e delimitar as microáreas atendidas pela UBS;
• Quantificar e registrar as famílias atendidas por cada ACS;
• Criar um mapa digital e físico detalhado da região, incluindo serviços essenciais incluindo microáreas de risco e barreiras geográficas;
• Facilitar a localização dos usuários e otimizar as visitas domiciliares.
Metodologia:
O projeto foi desenvolvido por meio de uma abordagem inicial de delineamento das microáreas, com ênfase nos serviços comunitários essenciais para a população. A participação da Agente Comunitária de Saúde (ACS) da microárea 3 foi fundamental na análise territorial, permitindo um conhecimento mais detalhado da área de atuação da UBSF. Foram realizadas caminhadas e visitas com transporte para alcançar as regiões mais distantes, contando com a presença da enfermeira da unidade para identificação de residências, serviços comunitários e pontos estratégicos de relevância social. Com base nas informações coletadas, foi elaborado um mapa digital utilizando uma plataforma online de design gráfico, demarcando ruas, estabelecimentos comerciais e pontos de interesse. As microáreas foram categorizadas por cores e atribuídas a cada ACS: laranja (microárea 1 – 145 famílias), azul (microárea 2 – 247 famílias) e rosa (microárea 3 – 345 famílias). Além do levantamento geográfico, reuniões periódicas foram realizadas para revisar as informações e ajustar o material final. O mapa foi apresentado em um evento com gestores, estudantes e a equipe da UBSF, destacando sua importância para a organização dos serviços e o planejamento das ações em saúde.
Resultados
A experiência possibilitou a organização das microáreas da UBS, facilitando a distribuição das atividades da equipe e aprimorando o monitoramento dos usuários. Com a divisão territorial, otimizou-se as visitas domiciliares, o rastreamento de doenças e o fortalecimento da relação entre profissionais e comunidade. O mapeamento evidenciou desafios, como a necessidade de atualização dos dados e dificuldades de acesso a algumas localidades, impactando a gestão e a organização das visitas domiciliares e intervenções em saúde. Entre os principais resultados, destaca-se a quantificação das famílias atendidas, totalizando cerca de 1366 usuários. Além disso, melhorou-se a localização das residências e o planejamento das visitas pelos ACS, bem como a atualização dos registros dos serviços comunitários. A entrega oficial do mapa simbolizou o esforço conjunto entre alunos, docentes e profissionais da saúde. O material elaborado contemplou diversos elementos fundamentais para o planejamento e organização das ações da equipe. Foram identificados pontos de referência como a UBS, condomínios Sol Nascente, Jardim Botânico e Torres Alphaville, além de empresas, galpões, a Arena Medow, posto de gasolina, faculdade, hotel, madeireira, pontos de ônibus e as principais ruas e avenidas do território. Além disso, foram mapeadas áreas rurais próximas, incluindo as fazendas Santa Cruz e Vera Cruz.
Conclusão:
A construção do mapa territorial da UBS Wilson Furtado II Itararé demonstrou a importância do planejamento espacial na Atenção Primária à Saúde, facilitando a identificação de barreiras geográficas e a organização das microáreas de atendimento. A iniciativa permitiu não apenas a atualização dos dados da unidade, mas também a aproximação dos futuros profissionais de enfermagem com a realidade da saúde pública e a complexidade da gestão territorial.O envolvimento ativo dos alunos e da equipe multiprofissional foi essencial para o sucesso do projeto, promovendo uma experiência enriquecedora e colaborativa. O mapeamento contribuiu para a otimização das visitas domiciliares, melhor distribuição dos ACS e fortalecimento do vínculo entre profissionais e usuários. Além disso, evidenciou desafios como a necessidade de atualizações contínuas e estratégias para superar dificuldades de acesso.Essa ação pode servir de modelo para outras unidades que necessitam de um mapeamento territorial eficiente e atualizado, auxiliando na formulação de estratégias mais assertivas para a assistência à saúde e na qualificação do cuidado prestado à população.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Mapeamento, Gestão
.
A desatualização do mapeamento territorial comprometia a organização das microáreas, dificultando o planejamento das ações e o monitoramento dos usuários. Além de aprimorar a gestão dos serviços, essa iniciativa representou uma oportunidade valiosa para que os alunos vivenciassem, na prática, a elaboração de um mapa de saúde. O projeto reforçou a importância do conhecimento do território para qualificar o atendimento, permitindo compreender melhor as necessidades da população e otimizar a assistência prestada na Atenção Primária.
A prática resultou na organização territorial da UBS, otimizando as visitas domiciliares e a distribuição dos ACS. O mapeamento possibilitou um melhor planejamento das ações de saúde, identificando barreiras geográficas e facilitando o monitoramento dos usuários. Como inovação, a criação de um mapa atualizado fortaleceu a gestão e a integração entre profissionais e comunidade. A experiência evidenciou a importância da territorialização para a Atenção Primária, destacando a necessidade de revisões periódicas para garantir a eficiência do atendimento.
Para implementar uma prática similar, é essencial envolver a equipe multiprofissional e a comunidade desde o início, garantindo participação ativa e coleta de dados precisos. A realização de visitas ao território e o uso de ferramentas digitais para mapeamento facilitam a organização das microáreas. Além disso, reuniões periódicas para revisão das informações e ajustes no planejamento são fundamentais. Recomenda-se ainda a atualização contínua do mapa e a capacitação dos profissionais para melhor aplicação dos dados na Atenção Primária.
Rua Antônio Matias Figueiredo, 163 - Itararé, Campina Grande - PB, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO