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Integração dos Níveis de Atenção À Saúde para Detecção Precoce do Câncer de Mama

O câncer de mama (CM), no Brasil, é o mais freqüente entre as mulheres, com a mais alta incidência (29,7%) em 2020 e maior mortalidade (16,4%) em 2019 (MS, 2021). O país encontra desafios como fatores comportamentais, barreiras socioculturais e dificuldades de acesso a serviços de saúde para detecção precoce, elucidação diagnóstica e tratamento. Dentre as referências do combate ao CM, preconizam-se ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos integrados e continuados pelos serviços da rede primária de saúde. Serviços estes que podem ser exemplos da assistência na Atenção Primária à Saúde (APS) pelas equipes de Saúde da Família (eSF). Na tentativa de driblar estes desafios, o município de Quissamã/RJ, que tem cobertura de Saúde da Família (SF) de 95,93% da população, criou a estratégia de estreitamento da APS à atenção secundária (AS) especializada da mastologia a fim de garantir um olhar mais atento dos riscos do CM e viabilizar o acesso às mulheres em situação de vulnerabilidade para o CM. Trata-se de um relato de experiência dividido em dois momentos para educação permanente com teoria e prática. O primeiro momento iniciou com a prática das enfermeiras das eSFs divididas por escala acompanhando a mastologista em consultas no Centro de Especialidades (CE) aos sábados em período integral. Nestas consultas, a especialista relembrou a técnica correta do exame clínico das mamas a fim de se ter um olhar mais atento para os sinais e sintomas relatados pelas mulheres que são atendidas. Após todas as enfermeiras terem participado deste ciclo, foi estabelecido um encontro para explanação teórica do rastreio e controle do câncer de mama. Nesta segunda etapa, houve participação também de representantes da central de marcação de exames. Foi possível ampliar a discussão para a navegação das pacientes em risco de CM a fim de garantir o acesso organizado, hierarquizado e integral. Estabeleceu-se que as mulheres atendidas na APS fossem encaminhadas com a guia de referência classificada com cores “vermelha, amarela ou verde” para que na central de marcação de exames fosse compreendido o grau de gravidade do encaminhamento. Com isto, a agenda da mastologista pôde ser organizada de acordo com esta classificação e aumentar o acesso a quem mais necessita em menor tempo de espera. Os exames de imagens seguiram a mesma lógica e a partir de então, aqueles que necessitam de maior agilidade são classificadas como vermelho ou amarelo e são agendados com tempo hábil.

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A estratégia de prestar um cuidado mais coordenado e minimizar barreiras de acesso entre os níveis assistenciais no município de Quissamã tem sido possível através da integração entre os níveis de atenção e a gestão do cuidado das eSFs. Além disso, a proposta estabelecida contribuiu para que a APS assumisse a responsabilidade de coordenar o cuidado e o percurso terapêutico do usuário, visto que as enfermeiras e os médicos que atuam nas eSFs do município solicitam os exames de rotina para o rastreamento do CM e foram sensibilizados através da proposta de educação permanente. Com a garantia de acesso do público-alvo a APS, atendimento qualificado dos profissionais, solicitação e realização de exames, navegação do usuário de forma responsável na rede de saúde através de uma classificação por gravidade o município pode se organizar para garantir o diagnóstico precoce do CM. Para isto, é condição sine qua non que o trabalho em saúde seja avaliado continuamente.

Principal

Suzana Almeida Pinheiro da Silva

suzana.esfquissama@gmail.com

A prática foi aplicada em

Quissamã

Rio de Janeiro

Sudeste

Instituição

Rua Conde de Araruama, 425

Uma organização do tipo

Instituição pública

Foi cadastrada por

Suzana Almeida Pinheiro da Silva

Conta vinculada

A prática foi cadastrada em

02 jun 2023

e atualizada em

08 abr 2024

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

Palavras-chave

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