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Humanização: Construindo uMA Nova ForMA de Imunizar

Roteiro é um município brasileiro do estado de Alagoas, sua população é estimada em 6.649 habitantes, segundo o IBGE de 2010. O município possui atualmente uma das maiores atrações turísticas de Alagoas: a praia do Gunga, uma enorme costa de areia branca, cheia de coqueiros, que une as águas do Oceano Atlântico com a Lagoa de Roteiro. A cidade é conhecida também pela fartura de sua lagoa que é rica em sururu, maçunim, peixes e ostras, sem falar da prática de esportes náuticos nas suas águas (IBGE, 2010). A vacinação é a principal ferramenta de prevenção primária de doenças e uma das medidas mais bem-sucedidas em saúde pública, com melhor custo-efetividade, a cobertura vacinal é o indicador que estima a proporção da população-alvo vacinada e supostamente protegida para determinadas doenças, tendo como finalidade a prevenção e proteção individual e coletiva. As crianças costumeiramente têm medo de tomar vacina e a experiência costuma ser difícil também para os pais, que têm a missão de acalmar os pequenos e explicar-lhes a importância da imunização, por isso a importância de um profissional preparado para um atendimento humanizado e de excelência, pois, terá a capacidade e oportunidade de fazer da experiência da vacinação um momento melhor. Nesse contexto, a secretaria municipal de saúde do município de Roteiro mobilizou-se para engajar e inovar as estratégias, adquirir e distribuir vacinas e insumos seguros e eficazes e ajudar a garantir o acesso aos imunizantes, bem como formas seguras de conservação dos imunobiológicos – adequando os antigos refrigeradores domésticos em câmaras de conservação – com objetivo de recuperar-se das interrupções causadas pela covid-19 e alcançar ainda mais as coberturas vacinais, não deixando ninguém para trás, em qualquer situação ou em qualquer fase da vida. Para que todas as estratégias tenham sucesso em seus resultados, é primordial que tenhamos uma equipe qualificada e preparada para se ter um acolhimento e atendimento humanizado, sendo necessário a realização de treinamentos e qualificação com as equipes das salas de vacina, garantindo assim o retorno do usuário a sala de vacina, para completar seus esquemas vacinais, pois um atendimento humanizado faz com que se crie um elo de confiança entre profissional e o usuário. A humanização do acolhimento em saúde não deve ser vista como uma prática de bondade, ela vai além de um modismo, trata-se de um princípio, que é o da ética do cuidar. Para que se tenha sucesso nessa abordagem, é necessário o respeito à unicidade de cada pessoa, buscando assim personalizar a assistência de acordo com a peculiaridade de cada indivíduo. Nesse contexto é imprescindível que as equipes das salas de vacinas devem estar informadas e capacitadas para o acolhimento e atendimento da família e da criança, desde a vacina a ser administrada, suas condições de uso, possíveis reações adversas e contraindicações. As crianças preparadas com o brinquedo antes da realização e durante a vacinação apresentaram reações que evidenciam maior aceitação durante o procedimento, permanecendo quietas, colaborando espontaneamente, demonstrando tranquilidade e sorrindo, efetivando uma imunização de excelência.

Ao assumir a coordenação o novo coordenador deparou-se com algumas problemáticas, tais como inconsistência nos sistemas: Sistema de Informação Insumos Estratégicos (SIES), Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI-WEB e SI-PNI CAMPANHAS), e o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC). Além disso, o despreparo, desinformação e desatualização perante a equipe das salas de vacinas foram identificadas. Alguns fatores foram influentes para a subvacinação, tais como a hesitação vacinal e o aumento de fakenews sobre os imunizantes, além do fator preponderante da pandemia da covid-19 que causou a interrupções de ações voltadas a vacinação de rotina trazendo ainda mais dificuldades para se atingir resultados satisfatórios nas coberturas vacinais. A dificuldade no acesso também configura-se como uma barreira, fazendo com que as crianças dependentes dos pais, que trabalham no horário de funcionamento das unidades, fiquem sem receber suas vacinas, outro fator redundante são as crianças que moram em áreas remotas de difícil acesso. O movimento antivacinas, bem como as fakenews, foram ideias contrárias ao uso das vacinas que ganharam forças durante a pandemia covid-19. Os pais evitaram levar seus filhos para receberem as vacinas com receio das reações adversas que estas podem causar, esse movimento muitas vezes era endossado pela falta de informação/orientação de uma triagem eficiente na sala de vacina. No município de Roteiro até o segundo quadrimestre de 2021, a problemática que mais justificava a não cobertura vacinal ideal, eram problemas relacionados ao registro, em contrapartida as doses iam diminuindo no estoque da rede de frio municipal. Com isso, foi adicionado mais uma profissional em cada sala de vacina, a fim de contribuir na melhoria do fluxo de registro, na caderneta vacinal, livro de controle de aplicações e no sistema do prontuário eletrônico do cidadão (PEC). Porém, mesmo com essa adição de profissional, a problemática continuava, as doses não estavam sendo registradas. Em reunião com a equipe foi possível observar que uma das profissionais não se identificava com o setor, assim, ela foi remanejada para outro serviço e foi realocada outra profissional, consequentemente, foi perceptível o aumento das coberturas vacinais perante os sistemas. Outra problemática encontrada foi a não completude do esquema vacinal, onde os feedbacks dos pais e/ou responsáveis eram negativos, alegando que não iriam retornar para realizar as demais doses e/ou vacinas, pois seu filho havia tido reação. As crianças costumeiramente tinham medo de tomar vacina e a experiência costumava ser difícil também para os pais, que têm a missão de acalmar os pequenos e explicar-lhes a importância da imunização, por isso é imprescindível a presença de um profissional preparado para um atendimento de excelência, pois, terá a capacidade e oportunidade de fazer da experiência da vacinação um momento melhor. Além disso, as técnicas das salas de vacinas, rotineiramente passaram a realizar a conscientização dos responsáveis em cada aplicação, a fim de garantir a volta do menor para completar seu calendário vacinal. Diante dessa realidade, objetivou-se analisar e implementar estratégias para ampliar a vacinação, e assim, subsidiar a formulação e tomada de decisão em políticas públicas para mitigar a baixa cobertura vacinal.

Debruçar-se na literatura cientifica em saúde e treinamentos junto com o PNI Estadual foram condutas e tomadas de decisões da nova coordenação do PNI Municipal, para que fossem sanadas as problemáticas encontradas. Sendo necessário realizar um inventario – contagem física de todos os imunobiológicos, materiais e insumos armazenados em estoque. Nesse contexto, a secretaria municipal de saúde do município de Roteiro mobilizou-se insumos seguros e eficazes e ajudar a garantir o acesso aos imunizantes, bem como formas seguras de conservação dos imunobiológicos – adequando os antigos refrigeradores domésticos às câmaras de conservação – com objetivo de recuperar-se das interrupções causadas pela covid-19 e alcançar ainda mais as coberturas vacinais, não deixando ninguém para trás, em qualquer situação ou em qualquer fase da vida. Para se obter êxito na vacinação, o PNI promove ações preventivas que são as campanhas de vacinação, salas de espera, busca ativa, vacinação porta a porta, corujão da vacina, articulação com as escolas e conselho tutelar, onde objetivam incentivar os pais e responsáveis a comparecerem em unidades de saúde para a vacinação, a fim de que o município esteja dentro de uma adequada cobertura vacinal. Todavia, para que todas as estratégias tenham sucesso em seus resultados, é primordial que tenhamos uma equipe qualificada e preparada para se ter um acolhimento e atendimento humanizado, sendo necessário a realização de treinamentos e qualificação com as equipes das salas de vacina, garantindo assim o retorno do usuário a sala de vacina, para completar seus esquemas vacinais, pois um atendimento humanizado faz com que se crie um elo de confiança entre profissional e o usuário. Como fator contribuinte para tais campanhas, têm-se trabalhado e posto em prática a humanização no atendimento, que visa esclarecer dúvidas a respeito da segurança do procedimento e eficácia dos imunobiológicos, desmistificando mitos e incertezas sobre o que é a vacinação (PEREIRA, BARBOSA 2007). A humanização na saúde é um conceito construído por relacionamentos interpessoais de qualidade, questões estruturais e éticas. Ela parte de um olhar diferenciado em direção ao paciente, enxergando-o como um ser humano completo e que necessita de acolhimento para alcançar uma recuperação satisfatória (ZUGE, 2013). Afim de sanar os feedbacks negativos dos pais e/ou responsáveis, foi-se trabalhado com as técnicas e assistentes das salas de vacina sobre um atendimento para além de humanizado, um atendimento lúdico, que compreenda o universo infantil e seja voltado para esse público. Esse serviço humanizado vem mostrando grande fundamentalidade nos atendimentos das unidades, onde reações relacionadas à menor aceitação da vacinação predominam entre as crianças que não recebem o preparo com o brinquedo, como: chorar, empurrar, agitar-se, rigidez muscular, rubor facial e transpiração. A introdução de brinquedos nas salas de vacinas mostra-se eficiente no preparo da criança para a receber a imunização, reforçando, mais uma vez, o valor do brinquedo na assistência à criança, onde essa prática tornou-se rotineira não apenas no ambiente da sala de vacina, mas expandiu nos diferentes contextos de atendimento infantil (MAGNABOSCO; TONELLI; SOUZA; 2008). O atendimento humanizado, a ambiência da sala de atendimento, o uso de brinquedos produzidos com as tampas dos frascos ampolas, são resultados do investimento na formação e treinamento da equipe de enfermagem para que se tenha êxito e fortalecimento no atendimento na sala de vacina, concomitantemente a isso os pais tornam-se melhor preparados, orientados e seguros em relação à administração da vacina, sua finalidade, seus possíveis efeitos adversos e cuidados pós-vacinação. “A informação, orientação e acolhimento é uma forma de facilitar a aderência do serviço de vacinação, pois o usuário sente-se acolhido pelo profissional e seguro em relação ao procedimento que será realizado. Tendo em vista, que a imunização é um meio de prevenção de grande relevância, pois oferece proteção individual contra uma série de doenças, e confere proteção a comunidade minimizando agentes infecciosos”. (FEITOSA; FEITOSA; CORIOLANO, 2010). A humanização no acolhimento em saúde não deve ser vista como uma prática de bondade, ela vai além de um modismo, trata-se de um princípio, que é o da ética do cuidar. Para que se tenha sucesso nessa abordagem, é necessário o respeito à unicidade de cada pessoa, buscando assim personalizar a assistência de acordo com a peculiaridade de cada indivíduo. Outro método eficaz utilizado para capitação de pacientes menores de idade foi a busca ativa no período noturno, pois, alguns pais e/ou responsáveis alegavam que trabalhavam pelo dia e não tinham como irem até a unidade para realizar as vacinações. Dessa forma, além de realizar as avaliações eram feitas também a vacinação de acordo com a situação vacinal encontrada. Abaixo, mostra-se a evolução da cobertura vacinal no município de Roteiro/AL, referente as vacinas de rotina, sendo possível observar a linha evolutiva das coberturas, após as estratégias citadas acima terem sido realizadas e desempenhadas com empatia e dedicação, conseguindo ter um resultado positivo: 2020: BCG= 138,4%; Hepatite B < 1 ano= 97,78%; Rotavirus Humano= 120,7%; Pneumococica <1 ano= 129,63%; Pneumococica 1 ano= 66,67%; Meningococica C= 111,85%; Pentavalente= 97,78%; Triplice viral D2= 80%; Febre amarela= 0,74%; Poliomielite < 1 ano= 121,48%; Poliomielite (VOP/VIP)= 50,37%, Vareicela= 82,96%; Hepatite A= 56,3%. 2021: BCG= 102,2%; Hepatite B < 1 ano= 126,26%; Rotavirus Humano= 134,34%; Pneumococica <1 ano= 126,26%; Pneumococica 1 ano= 122,22%; Meningococica C= 111,11%; Pentavalente= 131,31%; Triplice viral D2= 96,97%; Febre amarela= 70,71%; Poliomielite < 1 ano= 118,18%; Poliomielite (VOP/VIP)= 112,12%, Vareicela= 168,69%; Hepatite A= 117,17%. 2022 (até o mês de junho): BCG= 91,34%; Hepatite B < 1 ano= 108,66%; Rotavirus Humano= 67,22%; Pneumococica <1 ano= 74,01%; Pneumococica 1 ano= 81,89%; Meningococica C= 89,76%; Pentavalente= 108,66%; Triplice viral D2= 70,87%; Febre amarela= 64,57%; Poliomielite < 1 ano= 94,49%; Poliomielite (VOP/VIP)= 70,87%, Vareicela= 100,79%; Hepatite A= 64,57%. Fonte: https://monitoramento.pecsus.com.br/app_menu/. Acesso em: 17 de dezembro de 2022, as 23:57 horas. É possível observar também a evolução da cobertura vacinal através dos resultados obtidos pelos indicadores de desemprenho do previne Brasil, que é o novo modelo de financiamento da Atenção Primária, que traz uma série de novos critérios para que o município garanta o recebimento de recursos federais e tem como objetivo aumentar o acesso das pessoas aos serviços da Atenção Primária e o vínculo entre a população e a equipe de saúde, com base em mecanismos que induzem à responsabilização dos gestores e dos profissionais pelas pessoas que assistem (BRASIL,2021): 2021: Q1= 50%; Q2= 39; Q3= 30% 2022: Q1= 63%; Q2= 98%

Embora o PNI seja um programa que assista a necessidade da população brasileira em termos de cobertura vacinal, o que pode influenciar para a negatividade do mesmo é um atendimento precário e deficiente em informações em todo o processo de imunização, desde a triagem até a aplicação do imunizante, ficando o usuário e/ou seu responsável na incerteza sobre a segurança e eficácia da vacina. Todavia, o aumento na cobertura vacinal é o resultado de um conjunto de ações estratégicas, que perpassam pela melhoria na ambiência das unidades de saúde, maior aporte tecnológico, treinamento de profissionais, educação em saúde para familiares e pacientes, busca ativa de pessoas com doses em atraso, vacinação porta a porta em pacientes impossibilitados e em áreas de difícil acesso e sistemas de lembrete. As tecnologias em saúde foram amplamente utilizadas como ferramentas para as estratégias educacionais e como recordatório sobre as imunizações. Nesse contexto é imprescindível que as equipes das salas de vacinas devem estar informadas e capacitadas para o acolhimento e atendimento da família e da criança, desde a vacina a ser administrada, suas condições de uso, possíveis reações adversas e contraindicações. As crianças preparadas com o brinquedo antes da realização e durante a vacinação apresentaram reações que evidenciam maior aceitação durante o procedimento, permanecendo quietas, colaborando espontaneamente, demonstrando tranquilidade e sorrindo, efetivando uma imunização de excelência. REFERENCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Imunizações 30 anos/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2003. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Manual instrutivo do financiamento da Atenção Primária à Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Saúde da Família. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA – CFM. Movimentos Antivacinas. Londrina, Julho, 2017. Disponível em: . Acesso em 14 de mar. 2023. FEITOSA, Lucas Rodrigues; FEITOSA, Jullyanne Alexandre; CORIOLANO, Maria Wanderleya de Lavor. Conhecimentos e Práticas do Auxiliar de Enfermagem em Sala de Imunização. Cogitare Enfermagem. Várzea, v. 15, n. 4, 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/roteiro/panorama. Magnabosco G, Tonelli AL, Souza SN. Abordagens no cuidado de enfermagem à criança hospitalizada submetida a procedimentos: uma revisão de literatura. Cognitare Enferm. 2008;13(1):103-8. PEREIRA, M. A.D.; BARBOSA, S. R. S. O cuidar de enfermagem na imunização: os mitos e a verdade. Rev Meio Ambiente e Saúde [Internet], p. 76-88, 2007. UNICEF. Immunization: Vaccines are the world’s safest method to protect children from life-threatening diseases. United Nations International Children’s Emergency Fund, p. 1–9, 2022. Disponível em: https://www.unicef.org/immunization. Acesso: em 10 mar. 2023. ZUGE, Emanoeli. A humanização nos serviços de saúde. Porto Alegre, RS 2012.

Principal

JOSE CARLOS PEREIRA DA SILVA

Coautores

Marlon Pan Chacon Di Santos & Medeiros , Ednesia Alves dos Santos , José Rubens Silva Barros, Lyvia Quintela Cavalcante Trajano

A prática foi aplicada em

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Esta prática está vinculada a

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Uma organização do tipo

Instituição Privada

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ideiasus@gmail.com

A prática foi cadastrada em

23 dez 2023

e atualizada em

23 dez 2023

Início da Execução

Fim da Execução

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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