Trata-se de ações terapêuticas desenvolvidas no âmbito da atenção básica de saúde e direcionadas ao atendimento coletivo de pacientes com dores na coluna encaminhados pelas equipes de saúde da família. As atividades foram desenvolvidas e coordenadas pelo fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, com apoio dos agentes comunitários de saúde. Exercícios terapêuticos demonstram benefícios na redução da dor e melhora funcional em pacientes com dores de coluna, além de apresentarem boa relação custo-benefício. No entanto, a maioria das intervenções ocorre nos centros secundários de reabilitação, prioritariamente com ações individuais de saúde, dificultando o acesso e adesão ao tratamento. Nesta experiência clínica, desenvolvemos atividades terapêuticas e educativas focadas no atendimento resolutivo das queixas dos usuários e também na promoção e prevenção de saúde. Estimulamos a corresponsabilização em saúde, com foco na mudança dos hábitos e comportamento, promovendo o cuidado com a saúde no dia a dia. Avaliamos de forma sistematizada os efeitos da intervenção em termos de parâmetros clínicos extremamente relevantes para monitoramento da saúde. As atividades foram realizadas na comunidade, em locais como salões, igrejas, associações comunitárias, indicados e disponibilizados por diversos atores sociais. Buscou-se a aproximação da prática clínica com a comunidade, facilitando o acesso e favorecendo a adesão e envolvimento dos usuários. O tratamento consistiu na realização de exercícios terapêuticos para coluna e educação em saúde, por período de 10 semanas, com uma sessão por semana.
Dor de coluna é uma condição de saúde muito prevalente e incapacitante na população geral, sendo comum a demanda e procura por atendimento nos serviços primários de saúde. Torna-se então necessário o desenvolvimento e aplicação de intervenções terapêuticas eficazes, resolutivas e de baixo custo.
As medidas de resultados foram avaliadas pré e pós-intervenção, sendo utilizadas: intensidade da dor (escala numérica da dor), incapacidade (Rolland-Morris), qualidade de vida (Perfil da Saúde de Nottingham) e percepção de melhora (Global Perceived Effect). Estatística descritiva e o teste T pareado foram utilizados, com nível de significância de 5%. Participaram 104 pacientes, com média de idade de 54,6 anos, sendo a maioria do sexo feminino (84,6%), casados (60,6%), e com baixa escolaridade (64,4%). Houve diferenças significativas nas medidas pré e pós-intervenção. A intensidade da dor reduziu 41,6% (de 8,1 para 4,7).
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