- Educação, Informação e Comunicação em Saúde
Maria do Socorro Melo Brandão
- 05 nov 2024
O acolhimento é um conceito amplamente debatido no campo da saúde. Neste trabalho o entendemos como uma tecnologia leve que garante ao trabalhador compreender o sujeito em sua integralidade e complexidade. Pensar o acolhimento desta forma é atentarmos à necessidade de estarmos disponíveis para o outro e funcionarmos em parceria com os diferentes modos de vida. Uma das estratégias encontradas para materializarmos essa concepção de acolhimento foi o grupo de conviência.O grupo de convivência foi pensado a partir de reuniões de matriciamento do NASF-AB com a ESF Dr. Mário Branco. Os encontros acontecem com frequência quinzenal/mensal há cerca de três anos, com o apoio dos seguintes profissionais do NASF-AB: Assistente Social, Pisicólogo e Terapeuta Ocupacional. O grupo de convivência ganha um sentido fundamental, qual seja: construir um espaço heterogêneo de usuários e trabalhadores que possam discutir temas variados e que permitam emergir questões do cotidiano das pessoas e de suas relações com os diversos serviços públicos que constituem as políticas sociais. Para fundamentar essa aposta metodológica, a equipe utiliza autores como Victor Valla, Emerson Mehry e Paulo Freire que nos ajuda a refletir sobre o caráter democrático e dialógico da construção do cuidado em saúde. O grupo de convivência, objetiva garantir um espaço de acolhimento que mobilize usuários e profissionais para construção de novas parcerias, garantindo um olhar integral para o usuário e resgatando o caráter público e democrático do SUS.
O grupo de convivência foi pensado como estratégia de acolhimento pelas equipes de apoio e referência tendo como público alvo usuários do território com sofrimento psíquico, já que estes pouco frequentavam a Unidade de Saúde, utilizando o referido serviço basicamente para consultas médicas em casos de agravos de saúde/ doenças. Nesta perspectiva, a referida ferramenta de atividade coletiva foi pensada como um espaço de cuidado na ótica da integralidade, do acolhimento e da educação popular em saúde, que garante a discussão de questões cotidianas, invenção de propostas e estratégias para lidar com as adversidades da vida. Deste modo, o grupo proporciona criação de vínculo entre os trabalhadores e usuários, assim como ampliação da clínica e o fortalecimento da garantia do cuidado integral à saúde.
Pontos importantes a serem considerados no planejamento de um grupo de convivência na Atenção Básica:- Compreender as características do território e da população atendida
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO