O aumento da expectativa de vida é uma grande conquista da população brasileira. Viver mais – envelhecer – já é uma realidade nesta década e será ainda mais nos anos vindouros. Contudo, também deve fazer parte dessa conquista a possibilidade de os cidadãos usufruírem desse tempo a mais, com capacidade funcional, saúde e qualidade de vida. É possível reorientar a atenção à saúde da população idosa e construir uma organização no setor que permita melhores resultados assistenciais a um custo menor (Veras, 2024).
O atendimento domiciliar, para alguns casos, pode ser uma alternativa. O home care não deve ser visto como um modismo, apenas uma modalidade mais contemporânea de cuidar (Veras et al., 2020).
No tocante a atenção nos domicílios, um profissional muito importante a ser ressaltado é o agente comunitário de saúde (ACS). A lei 11.350 de 2006, dispõe sobre a atribuições dos ACS, entre essas atribuições estão prevenção e promoção dos usuários que estão em suas áreas de trabalho.
Visando aprimorar a sua assistência domiciliar, uma ACS de Brejo do Cruz acrescentou as suas visitas, um conjunto de práticas terapêuticas, para estimular os usuários com mais de 60 anos, para melhorar sua qualidade de vida.
Objetivo geral: Incitar os idosos, por meio de exercícios psicomotores, objetivando melhorar as capacidades para a adaptação das mudanças corporais e cognitivas, conferindo qualidade de vida aos mesmos.
O ACS por estar casa a casa de sua área de trabalho, identifica problemas que muitas vezes são considerados com normais para a progressão de idade, são elas: a lentidão da marcha, a dificuldade de memorização, dificuldade de buscar ou mesmo segurar objetos. Em alguns casos é notório o prejuízo dessas capacidades físicas, cognitivas e emocionais.
Compreende-se que vários fatores influenciam no processo de envelhecimento. Para que isso decorra de modo saudável, a socialização, independência e autonomia são essenciais para o favorecimento da qualidade de vida. As práticas educativas desenvolvidas de forma dinâmica, auxiliam no desenvolvimento emocional, psicomotor e cognitivo (Pelazza et al, 2019).
Podemos citar, dentre as atividades: jogos de memória, que estimulam a mente para que haja uma maior atenção e agilidade. Pareamento de cores, é um ótimo reforçador para concentração, lateralidade, motricidade e sequência lógica. Jogos de expressões faciais, que ajuda na autopercepção, identificação de sentimentos e emoções. Exercícios com talheres e bola pequena, treina a motricidade fina e paciência. Essas habilidades trabalhadas são necessárias para a realização de tarefas diárias.
E essas informações entram em concordância com os relatos extraídas do questionário, pelas seguintes falas:
F.G.F.G, 75 anos: “Bom para estimular a mente (…)”
G.C.S, 79 anos: “A autoestima melhora (…)”
Sobre a relevância dessas atividades nas tarefas do dia a dia, classificando de 0 a 10, obtivemos quatro repostas 10, duas 9 e uma 8. É importante ressaltar que apenas 7 idosos aceitaram responder o questionário.
Diante disso, a gerontomotricidade busca preservar e recuperar, de maneira funcional as condutas psicomotoras; a efetividade das ações, especialmente das atividades de vida diária (Galon; Cerqueira Neto, 2017).
Portanto, vê-se que essa ideia, a partir das práticas educativas em saúde com abordagens psicomotoras, contribuem de forma positiva na vida desses idosos e da profissional do serviço. Isso porque a utilização dessas atividades que envolvem o lúdico, além de despertar o interesse do idosos, ajudam a melhorar suas capacidades físicas, cognitivas e emocionais. Ademais, as atividades são continuas e possibilitam um despertar aos ACS do município a buscarem novos meios de aprimorar a sua assistência, dentro das suas competências.
Em contrapartida, existe a dificuldade na aceitação de alguns idosos em realizarem essas atividades. Porém, vale ressaltar a potencialidade desse projeto, no quesito saúde pública. Essa intervenção é capaz de mudar o cenário da sua área e provoca uma visão diferenciada para os ACS’s e gestão.
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