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Ampliação da Cobertura Vacinal em Regiões Ribeirinhas: Utilização da Lancha Voadeira como Estratégia de Busca

A ampliação da cobertura vacinal em regiões de difícil acesso tem sido um dos maiores desafios desde a pandemia. A importância de vacinar a população mais vulnerável tornou-se prioridade no munícipio de Santana-AP. Desta maneira, a utilização da lancha voadeira como estratégia de ampliação desta cobertura tem mostrado ser uma ferramenta extremamente eficaz quando nos referimos a população ribeirinha, que na maioria das vezes não realiza a vacinação por conta da longa distância até área urbana. É dever do estado e do município garantir a cobertura vacinal dessas populações, sendo assim, Santana priorizou a Pentavalente e Poliomelite em crianças menores de 1 ano e a vacinação da COVID-19, além de também estender esse trabalho com as vacinas de rotina e também, uma vez que as populações mais afastadas dos centros urbanos são as mais atingidas por determinadas doenças. A lancha voadeira VACINA JÁ, tem se tornado referência nas comunidades ribeirinhas como um instrumento de reconhecimento e importância, a partir do momento que se é desenvolvido uma atividade que o trabalho tem a possibilidade de chegar na ponta, essas populações passam a fazer parte de outros planos de ações e trabalhos, beneficiando assim, a população de maneira geral. O resultado em 5 viagens (localidades) foram 317 doses aplicadas com as vacinas de rotina e Covid-19. Apesar das dificuldades o importante também é ganhar a credibilidade e confiança da equipe com a comunidade, pois assim cria-se um vínculo entre equipe de imunização e a comunidade ribeirinha.

Quando falamos de áreas ribeirinhas, precisamos levar em consideração o custo de deslocamento até a área urbana, que na maioria das vezes torna-se inviável para uma família de 6 a 8 pessoas. Outros percalços encontrados, são relacionados a dificuldade do acesso dessas pessoas a informação, que na maioria dos casos é limitadíssimo, eles não acompanham as campanhas vacinais, e logo não reconhecem a importância, o que faz com que não venham realizar a vacinação em outra localidade. Também é importante ressaltar, o quão é necessário que a localidade se sinta assistida e inserida nas atividades do município, pois quando ofertamos para aquela comunidade, vacinação apenas na área urbana, acabamos tornando aquela população apagada dos nossos indicadores, e deixamos também de dar o devido reconhecimento aquela comunidade, pois quando levamos até eles, a mensagem que é repassada é de que ali é um local assistindo pela saúde do município. Outro ponto importante, é garantir que a vacina chegue até a localidade bem conservada, para que o devido efeito possa surtir. Isso é garantir que o trabalho seja realizado de maneira eficaz. A equipe de imunização encontrou diversas dificuldades sendo uma dela a distância, pois a localidade mais longínqua chega até 5 horas de tempo de viajem com a lancha voadeira. Outra dificuldade são os rios muito estreito com troncos de madeiras e galhos, mata muito fechada e, assim dificultando acesso da lancha. Como é típico da nossa região o fenômeno da maré baixa (é a época em que o mar registra sua menor altura. O estado oposto à maré baixa é a maré alta (ou preamar). E com a maré baixa o acesso da lancha fica dificultoso a essas localidades. Observou-se também que ao chegar as residências muitos encontravam-se “doentes” ou com alguma síndrome gripal, tornando assim a não aplicação da vacina a este usuário. Além disso, algumas residências foram encontradas vazias, pois muitos são pescadores, trabalhadores da roça ou campo, e sendo assim a vacina não era ofertada.

O deslocamento da equipe até a área ribeirinha não garante apenas a ampliação da cobertura vacinal, como também a melhora dos indicadores vacinais do município. Importante destacar que quando a equipe chega até a comunidade, o objetivo principal é conscientizar a população a respeito da importância da vacinação, pois na maioria das vezes, por se tratar de comunidades mais isoladas, muitos possuem a ideia de que a vacinação não é necessária por não conviverem na área urbana. Ressalta-se que a visita da equipe reforça a atividade de imunização, pois quando o paciente vê a equipe completa, que um dia da semana foi reservado apenas para aquela comunidade, isso cria uma ponte de confiança com aquela população, tornando o processo totalmente orgânico e fazendo com que eles já aguardem as próximas campanhas vacinais e tenham a preocupação de sempre estar com o caderno de vacinação atualizado. Garantir o deslocamento seguro da equipe de saúde até essas populações reforça todos os princípios encabeçados pelo SUS, onde paciente precisa ser assistido em todos os aspectos, onde quer que esteja.

O município de Santana-AP tem buscado cada vez mais obter excelentes resultados nas campanhas de vacinação, após ampliação das coberturas, especialmente para as áreas ribeirinhas, onde os indicadores apresentavam-se defasados. A importância do monitoramento dessas áreas, garantiu que o município pudesse identificar quais populações estavam mais descobertas, e garantiu assim, que a equipe de saúde levasse os serviços de saúde até essas localidades. O resultado em 5 viagens (localidades) foram 317 doses aplicadas com as vacinas de rotina e Covid-19. Apesar das dificuldades o importante também é ganhar a credibilidade e confiança da equipe com a comunidade, pois assim cria-se um vínculo entre equipe de imunização e a comunidade ribeirinha.

Principal

JANAINA ANDREZA PEREIRA BRAGA

Coautores

SIMONE SALAZAR CORRÊA, JULIANA VITÓRIA ROCHA LEITE CHAVES, RICARDO SOUZA LIMA

A prática foi aplicada em

Região

Esta prática está vinculada a

Instituição

Endereço

Uma organização do tipo

Instituição Privada

Foi cadastrada por

Conta vinculada

ideiasus@gmail.com

A prática foi cadastrada em

23 dez 2023

e atualizada em

23 dez 2023

Início da Execução

Fim da Execução

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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