O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Procurou-se com este projeto disponibilizar um espaço onde as famílias e os próprios pacientes pudessem conhecer a patologia a qual são portadores e estratégias de intervenção para lidar com o problema, possibilitando melhor qualidade de vida em todos os âmbitos; escolar, familiar e social. A construção do projeto em Campo Verde aconteceu em Julho de 2017, devido à demanda de pais que buscaram o serviço dos profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) incentivados pelas escolas. Após diagnóstico, descobriu-se que necessitavam de um programa específico que abarcasse a resolutividade do quadro. Como tratamento proposto, foi desenvolvido o Grupo Terapêutico para crianças com queixas de TDAH, e como uma forma de tratamento complementar, foi oferecido a inserção da auriculoterapia.
Obter melhora no rendimento escolar, na socialização, no controle da impulsividade e da agitação, ou seja, a remissão dos sintomas e diminuição do uso da medicação cloridrato de metilfenidato, prescrita para crianças portadoras de TDAH. Foram realizadas intervenções coletivas semanais de 1 hora e meia de duração a cada encontro, durante 03 meses. No primeiro encontro, participam os pais objetivando o conhecimento do transtorno. Após, as crianças são recebidas para o tratamento fonoaudiológico através do qual são realizadas atividades de estimulação cognitiva, controle da agitação e impulsividade e, ao final da sessão, colocação dos pontos auriculares referentes ao transtorno, utilizando sementes de mostarda fixadas na orelha com esparadrapo. Ao final do terceiro mês, convocamos os pais para a sessão de devolutiva quando analisamos os benefícios obtidos para cada criança, a necessidade de encaminhamento para novo grupo, para serviços especializados ou a possibilidade da alta terapêutica.
Dos 42 encaminhamentos recebidos, 36 participaram efetivamente do tratamento. Desses, 67% receberam alta observada, 28% continuaram no programa e 5% foram encaminhados para serviço especializado. O tratamento deve ser uma combinação de terapia, orientação aos pais e professores e medicamentos em alguns casos. O Brasil se tornou o 2º mercado mundial no consumo do cloridrato de metilfenidato, nome comercial da Ritalina ou Concerta. O tratamento medicamentoso não pode ser a única ferramenta disponível para tratar crianças com TDAH. A junção do tratamento convencional com auriculoterapia é uma combinação eficaz que pode contribuir para a remissão dos sintomas e diminuição da prescrição excessiva do medicamento. A auriculoterapia tem sido uma alternativa de abordagem complementar ao tratamento convencional do TDAH. Dentre os benefícios, podemos observar melhora no desenvolvimento escolar, diminuição de sintomas, menor necessidade de medicalização e menos tempo em terapia sem danos colaterais, baixo custo e elevada efetividade. Com a inserção no SUS, poderá haver, em médio prazo, diminuição do tempo de espera por atendimento, redução de gastos com técnicas invasivas e consumo de medicamentos alopáticos.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO