Desde a constituição do SUS em 1988, o sistema utiliza várias estratégias para fortalecer e garantir seus princípios, como a universalidade, equidade e integralidade dos serviços. E como estratégia devo reportar as equipes de Agentes Comunitários de Saúde, que em 1994 vem somar forças ao SUS, trazendo o elo entre o território/comunidade e os serviços de saúde.
E neste contexto nos perguntamos quais as dimensões e habilidades do processo de trabalho deste agente? Que assume a dimensão tecnológica, a dimensão solidária e social, todavia muitos agentes sem a formação adequada ou apoiamento adequando irrompem os territórios munidos apenas do senso comum, o que pode comprometer o elo comunicativo do cuidado e adoção de práticas de promoção e prevenção em saúde. Onde suas competências estão relacionadas a capacidade de acompanhamento de um território através do monitoramento e identificação precoce de agravos. Daí a necessidade de tecnologias capazes de garantir esse papel ao ACS.
Em 2019 o Ministério da Saúde incluiu na Estratégia e-SUS aplicativos móveis para registro das ações realizadas pelos profissionais de saúde em locais de difícil manejo de computadores ou notebooks. O aplicativo é integrado ao sistema SISAB e permite ampliar a capacidade de captação de informações. No ano de 2020 o município adquiriu 380 tablets e iniciou o processo de informatização da APS. Tornando a informação de saúde mais precisa e o cadastramento dos usuários mais seguro, operacional e técnico.
Iniciar o processo de informatização da Atenção primária em Abaetetuba.
• Realizar formação de Manejo e Registro no Aplicativo E-sus Território, em 100% dos Agentes comunitários de Saúde;
• Aumentar a cobertura de cadastramento de usuários na captação ponderada em 70% conforme meta municipal;
• Prestar assessoria digital, quanto as dúvidas existentes e erros de validação dos registros realizados;
• Manter formação digital a cada 4 meses com as equipes de ACS’s;
• Melhorar os indicadores do Previne Brasil.
• Aumentar para 80% a cobertura de acompanhamento do Programa Auxílio Brasil.
• Fortalecer a política de atenção básica municipal;
Garantir o adequado cadastramento dos usuários ao sistema de informação da atenção básica, garantindo diagnóstico situacional dos territórios para melhor planejamento dos serviços e atendimento as necessidades da população.
Em janeiro de 2020 a Colônia Velha, unidade piloto, possuía 1.514 usuários cadastrados, e após a intensificação fomos para 2.985 usuários cadastrados. Ao todo o município contava com 53.217 usuários cadastrados, em janeiro de 2020. Em dezembro de 2021, encerramos o ano com 120.049 usuários cadastrados, (FONTE: SISAB/2022) seja, um incremento de 55,67% no cadastramento total do município.
Além disso, podemos avaliar o sistema de informação Bolsa Família, agora chamado de Auxílio Brasil nos anos de 2018, 2019 e 2020 ficarão na média de 70% e no ano de 2021 fechamos em 81,68% de registros de acompanhamentos, ganhando um aumento do número de pessoas acompanhadas, diminuindo o risco de perda de benefício por parte das famílias por dificuldade de acesso aos serviços de saúde e garantindo direito.
Quando ao custeio da APS diretamente relacionado a qualidade de cadastramento que é a Captação Ponderada e Desempenho, tivemos na primeira um incremento de quase 200% de recurso e no desempenho o aumento chegou a 106%, além disso o município recebeu qualificadores de informação através do recurso adicional de populações quilombolas e cadastro de adolescentes. Validando a eficácia do processo de qualificação da informação através da informatização da saúde, marco da saúde digital e o ACS como agente difusor de boas práticas.
O desenvolvimento de soluções computacionais em formato de aplicativo para dispositivos móveis representa um meio eficaz de disponibilizar conteúdos e atingir o público-alvo. E isso requer adequada coleta de dados, pois a informação é o principal elemento da tomada de decisão, como ferramenta para a qualidade da assistência e gestão.
A informação em saúde tem sua necessidade apontada para suprir o atraso tecnológico, baixa conectividade, baixa qualificação profissional, desigualdade e desorganização do SUS. Por isso, ela precisa acontecer como importante, porém não única, ferramenta de construção de práticas de saúde resolutivas e oportunas. O processo de informatização da saúde deve ser entendido por todos como um instrumento de qualificação da informação em saúde e com isso a possibilidade de oferta de serviços mais qualificados.
Conclui-se desta forma que o uso do Aplicativo Esus-Território como ferramenta de qualificação do ACS de Abaetetuba-Pará trouxe acesso a informações coerentes e oportunas para mudar e otimizar práticas do sistema buscando ganhos reais e melhorias de qualidade, estimulando o processo de planejamento como o exercício de uma prática gerencial pautada no alcance da melhoria da qualidade de vida das pessoas.
MUNICIPIO DE ABAETETUBA