Finalidade da experiência: demonstrar a importância dos meios de comunicação como ferramentas de difusão de conceitos básicos em saúde, com vistas à prevenção.
Reza a sabedoria popular que, para defendermos algo, precisamos amá-lo. E para amá-lo, precisamos conhecê-lo. Então, pergunta-se: a população conhece o SUS em sua essência? A resposta, infelizmente, ainda é um retumbante não. Assim, esse sistema tão arduamente conquistado está sempre na berlinda. Prova disso são as manchetes distorcidas e superficiais em nossa imprensa diária. Ou a noção equivocada das pessoas de que o sistema de saúde resume-se ao atendimento hospitalar. E por que isso acontece? Simples: porque a comunicação dos profissionais e serviços de saúde é falha ou inexistente. Uma crítica muito comum entre os profissionais de saúde é que os olhos da imprensa estão voltados para as falhas do Sistema Único de Saúde. Como a fiscalização das políticas públicas é uma das tarefas precípuas da imprensa, o mal estaria na superficialidade do tratamento que a mídia dá às causas dos problemas, passando à população imagens embaçadas do que seja o SUS e não atribuindo ao sistema a sua verdadeira dimensão e importância. É nessa hora que precisamos aproveitar as oportunidades e utilizar a imprensa (falada ou escrita), elaborando e disseminando informação de qualidade, com vínculos com a vida cotidiana, com a saúde e com as doenças do indivíduo e da coletividade. Informações simples, claras e objetivas para os nossos usuários. Sadala (2008) complementa que a prática da comunicação na saúde permitiria exercer o papel de agentes da manutenção ou transformação da realidade, e que todos os profissionais devem se conscientizar da atuação como comunicador, papel visto como fundamental na prática da assistência à saúde. Através dos meios de comunicação em massa, podemos construir uma sociedade onde conceitos básicos de saúde não sejam um desafio, usando-os como fortes aliados na melhoria da informação sobre doenças e sobre o meio de evitá-las.
A ideia pode ser replicada em municípios de qualquer porte populacional, especialmente em cidades pequenas, que não possuem Assessoria de Imprensa (em função dos custos) e tenha-se a necessidade de divulgar as ações, serviços e campanhas da área de saúde pública. O projeto possui baixo custo, tratando-se basicamente de organização do serviço para tal objetivo. No município de Palotina, a experiência de utilizar a mídia escrita como ferramenta de educação em saúde mudou a visão da sociedade sobre as ações, serviços e trabalhadores em saúde, quebrando antigos tabus, onde o SUS e os serviços públicos eram vistos como inoperantes ou passivos, sem brilho e glórias. Além disso, proporcionou a organização das atividades preventivas e educativas, dividindo responsabilidades entre os diferentes setores, oportunizando a todos um espaço ao sol, para que possam mostrar suas potencialidades e também serem conhecidos e valorizados pelos usuários. De um início tímido e receoso, o grupo foi ganhando confiança, demonstrando qualidade em suas matérias, sentindo a mudança positiva. Hoje a própria mídia escrita solicita cada vez mais matérias e assuntos. Vendo o sucesso da mídia escrita, abriu-se também espaço na mídia falada (rádios locais) e mais recentemente nas redes sociais. É a recompensa de um trabalho inovador que mostra uma das novas facetas do SUS. O SUS que dá certo.
Rua Getúlio Vargas, 739 - Centro, Palotina - PR, Brasil
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