Finalidade da experiência: o grupo socialização tem como objetivo instituir um espaço coletivo de informação e de incentivo à cidadania, lazer e cultura. Orientar os usuários sobre os direitos socioassistenciais, buscando o fortalecimento do empoderamento e do protagonismo social. Dinâmica e estratégia dos procedimentos usados: o grupo é aberto, participam apenas os usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Belas Tardes, Ponta Grossa (PR), conforme conste no seu Projeto Terapêutico Singular (PTS), o qual é elaborado a partir das necessidades e desejos dos usuários em conjunto com a equipe de referência territorial. Acontece todas as segundas-feiras de 13h30 às 15h00 através das atividades: elaboração de cartazes com os temas: cidadania e direitos, incentivo à leitura, reflexões através de letras de música, dinâmicas de grupo, atividades lúdicas e visitas a instituições culturais e de direitos sociais. Indicadores, variáveis e coleta de dados: utiliza-se o grupo socialização como método de coleta de dados. Os relatos acontecem de modo escrito e/ou oral conforme o desenvolvimento das atividades. Buscamos também observar e explorar o conteúdo implícito, mas presente nas entrelinhas da comunicação como gestos, olhares e expressões. Observações, avaliação e monitoramento: durante o desenvolvimento de uma determinada dinâmica, os usuários puderam refletir sobre seus sentimentos e relataram: eles pensam que eu não tenho força de vontade e que sou muito fraca. O segundo usuário comenta que: o morador de rua é considerado lixo do mundo e escória de todos, o terceiro diz: a droga é mais forte que eu, e o quarto: vou morrer e não vou resolver meus problemas. Durante o desenvolvimento do grupo, observou-se através de relatos que o usuário de substância psicoativa possui baixa autoestima, sente-se excluído e frustrado por não conseguir alcançar objetivos propostos por si mesmo, objetivos esses, um tanto quanto difíceis de atingir a curto prazo.

As substâncias psicoativas podem produzir mudanças nas sensações, no grau de consciência, no estado emocional, psicológico e comportamental das pessoas. Essas alterações variam de acordo com as características individuais, psicológicas, físicas e sociais do indivíduo, do tipo da substância utilizada, da quantidade, frequência e da circunstância do uso. O uso abusivo, além dos comprometimentos clínicos pode estar associado ao prejuízo na vida social, levando ao abandono e a rupturas dos laços afetivos e conflitos com sua rede de apoio devido ao preconceito e estigma que sofrem. O processo da reforma psiquiátrica brasileira trouxe a criação dos serviços substitutivos ao modelo hospitalocêntrico. A partir daí, originou-se as leis que garantem os direitos das pessoas com transtorno mental e reorganiza toda a gestão da saúde mental do país: Lei nº 10.216 de abril de 2001, a Portaria/ GM nº 336 de 19 de fevereiro de 2002 que define e estabelece diretrizes para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS têm como característica buscar a reabilitação psicossocial de seus usuários no território onde constrói suas vidas. O CAPS AD oferece atendimento para pessoas com transtorno decorrentes do uso abusivo de crack, álcool e outras drogas. Em Ponta Grossa (PR), o CAPS AD Belas Tardes, iniciou suas atividades em 2 de abril de 2004 e oferece atendimento individual e em grupo, acolhimento diurno, visita domiciliar, acompanhamento familiar e consulta psiquiátrica conforme avaliação da mini-equipe de referência territorial e conste no Projeto Terapêutico Singular (PTS) construído em conjunto com o usuário. A partir da demanda do serviço surgiu a necessidade de implantar um grupo com informações acerca dos direitos socioassistenciais, refletindo sobre o nosso país através da leitura de jornal e de letras de músicas, dinâmicas, atividades culturais e de lazer buscando elevar a autoestima, a cidadania e o empoderamento dos pacientes, denominou-se então, grupo socialização (GS).

Sabe-se que a terapêutica da dependência química é complexa e, conforme a reforma psiquiátrica, o tratamento a partir do isolamento social proporcionado pelas internações, e o uso exclusivo de medicações, não é satisfatório, não havendo, portanto, intervenções prontas. Acredita-se que, na saúde mental seja essencial trabalhos de Socialização que contribua para que o usuário possa se aceitar como pessoa, como cidadão, que tenha uma visão crítica do uso da substância e que seja empoderado para decidir sobre sua vida, e de práticas que combatam os processos de segregação. Portanto, o grupo continuará a desenvolver suas atividades através de dinâmicas, rodas de conversa, jogos, filmes, leituras diversas, discussões sobre os temas autoestima, cidadania, direitos sociais, buscando o empoderamento e autonomia dos usuários, contribuindo para a melhoria de sua qualidade de vida.

Principal

Angelita Aparecida Bornancin, Bastos, Elaine Peclat Cavali, Silvana Cristina –Silva, Joseni Rodrigues

angelbornancin@hotmail.com

Coautores

Angelita Aparecida Bornancin, Bastos, Elaine Peclat Cavali, Silvana Cristina –Silva, Joseni Rodrigues

A prática foi aplicada em

Ponta Grossa

Paraná

Sul

Esta prática está vinculada a

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Angelita Aparecida Bornancin,Bastos, Elaine Peclat Cavali, Silvana Cristina –Silva, Joseni Rodrigues

Conta vinculada

02 jun 2023

CADASTRO

28 jun 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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