Em março de 2020, o mundo foi surpreendido pela pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), o que ao longo do ano de 2020, até os momentos atuais de pandemia, o mundo vem apresentando crescentes números de casos confirmados e de óbitos, e outra grande quantidade de pessoas se recuperaram e venceram a doença, no entanto, algumas outras, mesmo vencendo a doença apresentaram diversas sequelas. No início da pandemia, como tudo era novo, diversos protocolos e orientações foram divulgados pelas autoridades sanitárias, inclusive, ao apresentar os primeiros sintomas leves, não procurasse as unidades de saúde, o que depois, essas orientações foram modificadas, o que ocasionou entendimentos diversos na população. Com essas orientações iniciais, aquelas pessoas, que seriam classificadas pelas autoridades sanitárias como grupo de risco, deixaram de comparecer aos serviços de saúde para suas consultas e ou tratamentos rotineiros, além da suspensão da realização de cirurgias eletivas nas unidades hospitalares, que foram adaptadas para o atendimento prioritário aos casos de covid-19. Diante desse contexto, os serviços de saúde, precisaram realizar uma reestruturação, para acolher, além de seus usuários habituais, reestruturar para aumentar sua capacidade de atendimento, e adequar-se para prestar atendimento àqueles que vêm apresentando sequelas no pós-covid. Assim, o projeto teve como objetivo organizar a rede de saúde municipal, para prestar a assistência à saúde da população de Cabedelo no enfrentamento da pandemia e dos sequelados pós-covid no ano de 2021. Desta forma, a proposta foi qualificar os profissionais da Atenção Primária à Saúde e Atenção Especializada para o desenvolvimento de ações de monitoramento e acompanhamento dos casos positivos de covid-19, levantamento dos usuários com sequelas da doença e acompanhamento desses pacientes, além de ampliar a oferta ao acesso dos serviços de saúde aos cidadãos cabedelense.
O controle da pandemia ainda é uma incerteza, principalmente pelo surgimento das variantes do vírus e do processo de operacionalização da vacinação contra a covid-19, desenvolvida pelos Países, em especial no Brasil. Os estudos até o momento ainda não são conclusivos em relação às possíveis sequelas, em especial ao tempo de permanecia e quais são essas sequelas, no entanto, em estudos preliminares, mesmo aqueles pacientes que foram acometidos de forma leve e ou moderada da doença, apresentaram algum tipo de sequelas, o que apresenta um desafio para as gestões municipais, estaduais e até mesmo o Ministério da Saúde, a se organizarem para o cenário desconhecido. No entanto, de acordo com o Infectologista e pesquisador da Fiocruz, Júlio Croda, o que lhe surpreende e vêm provocando um grande susto, não são os casos de sequelados que tiveram uma longa permanência de internação na unidade de terapia intensiva (UTI), e sim é a quantidade de casos de pacientes com sequelas em pacientes que apresentaram a forma leve ou moderada da covid-19. Em estudo realizado em 2020 pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) apontou em sua pesquisa que 64% dos pacientes confirmados com o covid-19, apresentam algum sintoma persistente seis meses depois do início dos primeiros sintomas. Os principais sintomas relatados pelos pacientes atendidos pelo ambulatório pós-COVID do Hospital das Clinicas da FMRP, são fadiga, falta de ar, dor de cabeça, perda de força muscular, dificuldade para enxergar ou incômodo nos olhos. Dentro do cenário de pandemia e de necessidade da preparação da assistência à saúde aos grupos prioritários e dos sequelados pós-covid, o Ministério da Saúde (MS) publicou as Portarias GM 731/2021 e 849/2021 com o objetivo de disponibilizar incentivo financeiro aos municípios para desenvolver ações estratégicas de apoio com vistas ao enfrentamento da covid-19.Nesse contexto, a gestão municipal da saúde de Cabedelo, sentiu a necessidade de qualificar os profissionais de toda a rede de atenção à saúde, bem como, reorganizar sua assistência, priorizando os grupos considerados prioritários no enfrentamento da covid e no pós-covid.
Sugere-se continuidade da aplicação da experiência, dando sequência no processo de identificação dos pacientes sequelados, bem como, buscar parcerias com outros seguimentos, a exemplo de Universidades que estejam desenvolvendo algum de tipo de práticas assistencial para os pacientes com sequelas pós covid.
Cabedelo - Jacaré, Cabedelo - PB, Brasil
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