A Dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que nos últimos anos vem se espalhando por todas as regiões do Brasil. Até 8 de março de 2024, em Volta Redonda haviam sido notificados 2062 casos suspeitos de Dengue no município. Apesar de não apresentar uma alta letalidade, sabe-se que pacientes com doenças crônicas, como Diabetes e Hipertensão arterial, idosos acima de 65 anos, lactentes, crianças abaixo de 2 anos e gestantes encontram-se no grupo de desenvolver a forma mais grave de Dengue. A falta de manejo adequado entre os grupos pode levar ao aparecimento das formas graves da doença ou evoluir para desfechos desfavoráveis. Baseado nessa problemática, a equipe de matriciamento de Cardiologia e endocrinologia escreveu um fluxograma próprio para a condução de Dengue nos grupos com comorbidades.
A presente experiencia tem como objetivo descrever a atuação da equipe de matriciamento em cardiologia e endocrinologia no auxílio para o manejo adequado de Dengue em pacientes cardiopatas e endocrinopatas.
Com a crescente de casos nas unidades de saúde de família no município de Volta Redonda, a equipe de matriciamento de doenças crônicas, se reuniu para avaliar quais eram os nós críticos no atendimento a pacientes com doenças cardíacas, vasculares e endocrinológicas. Fez-se um levantamento de pontos como: quando suspender anticoagulantes, como realizar a hidratação venosa de pacientes com insuficiência cardíaca, como realizar o controle de hiperglicemia. Decidiu-se então realizar a escrita de um protocolo adequada a realidade municipal a partir das principais dificuldades do manejo. Com o protocolo em mãos a equipe se colocou em um round dentro dos polos de hidratação para a dengue no município.
Como resultado observado, houve uma redução dos encaminhamentos aos serviços de urgência e emergência do município com um melhor manejo do paciente dentro da APS, garantido uma maior fidelização do paciente a sua unidade de origem. A permanência do usuário dentre da APS, há uma maior organização do cuidado do paciente no território onde o paciente está inserido. Houve ainda a publicação de um protocolo municipal no manejo da hiperglicemia e manejo de dengue em cardiopatas, empoderando a atenção primária no cuidado mais especializado e resolutivo ao paciente.
Entende-se que o sucesso na batalha contra a Dengue é a educação ambiental e uma vez que o diagnóstico previamente estabelecido, o correto manejo da doença evita as formas graves e os desfechos desfavoráveis. O correto manejo dessas condições na APS evita a sobrecarga dos hospitais possibilitando o acesso dos pacientes graves aos serviços de emergência O correto manejo da Dengue na APS, favorece um cuidado territorial, articula melhor as ações regionais no combate ao vetor da doença e evita a progressão de formas graves da doença. O matriciamento é uma maneira fácil e de baixo custo para o empoderamento e melhoria do atendimento ao paciente com arbovirose.
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