Essa prática deu-se em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) do município de Resende (RJ), com objetivo de proporcionar um espaço de acolhimento aos familiares, por meio da fala, escuta e construções para novas maneiras de lidar com as dificuldades frente às questões trazidas. Através de grupos semanais noturnos com duração média de 60 minutos, como forma de disponibilizar maior acessibilidade, em consonância com a Portaria nº 336/2002 do Ministério da Saúde. Desenvolvido com metodologia participativa, de forma horizontalizada, na qual se procurou preservar a singularidade dos sujeitos bem como a identidade social e cultural dos componentes, sendo levantados temas de interesse dos familiares para serem trabalhados no decorrer dos encontros. Posteriormente, pensou-se na possibilidade de abrir à participação de outras pessoas em articulação com a atenção básica, educação e assistência social, a fim de trabalhar a prevenção dos processos de patologização e medicalização das etapas do desenvolvimento infantojuvenil que por vezes ocorrem nesses contextos socioculturais, em consonância com Aberastury e Knobel (1981) ao nos afirmar sobre algumas crises serem consideradas “normais” no desenvolvimento.
Surge a partir das inquietações entre os profissionais sobre a necessidade de uma maior aproximação dos familiares com serviço e a constante demanda dos responsáveis a respeito do processo de tratamento das crianças e adolescentes. Como possibilitar que este dispositivo de saúde possa ser um espaço constante de acolhimento aos familiares? O que fazer para que eles também possam ser agentes do cuidado?
O desenvolvimento deste trabalho com o grupo de familiares permitiu um espaço de acolhimento e escuta de familiares.
Compreende-se este espaço como um recurso terapêutico, capaz de trazer efeitos positivos em sujeitos com sofrimento psíquico decorrentes das questões familiares e suas intercessões com o transtorno mental. Tais como: minimizar a angústia, sentimentos de culpa e solidão.
Ressalta-se ainda a possibilidade de se trabalhar a prevenção dos processos de patologização e medicalização das etapas do desenvolvimento infantojuvenil. Além de algumas demandas endereçadas ao Capsi, que ao serem trabalhadas no Grupo de Família, poderá evitar assim o agravamento do caso.
A implementação do Grupo de Família e adesão dos familiares, deu-se de forma gradativa, constantemente fazíamos um trabalho de divulgação entre os pacientes, escolas, mídias sociais da prefeitura com objetivo de fomentar esse espaço. Outro ponto relevante foi o horário pensado para os encontros (período noturno), de forma a proporcionar aos responsáveis que tralhavam a possibilidade de estarem mais próximos do Capsi.
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