O Brasil ultrapassou os 2,5 milhões de casos de dengue no 1º dia de abril. Nos primeiros três meses do ano, o número de mortes chegou a 923 e ameaça bater o recorde de 2022, que teve 1.016 mortes confirmadas ao longo do ano inteiro. Até o momento, são 2.573.293. casos suspeitos de dengue Além das mortes confirmadas, 1.456 óbitos estão em investigação. Apesar dos números impactantes, estados das regiões Norte, Sudestes, a exemplo do Espírito Santo e de Minas Gerais, e praticamente todo o Centro-Oeste, com exceção do Mato Grosso Sul, apresentam sinais de desaceleração de novos casos de dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, são estados que chegaram ao pico e estão, no momento, em fase de diminuição.
As ações de combate à dengue, porém, não se encerram apesar do declínio. Afinal, Minas Gerais é a unidade da federação com maior número de casos prováveis (832.393). Já o Distrito Federal tem o maior coeficiente de incidência (número de casos a cada 100 mil habitantes), com 6.751,4. Isso equivale a quase seis vezes mais que a média nacional, de 1.267,2. O DF registra, ainda, o maior número de pessoas mortas (187), o equivalente a 20% do total de mortes confirmadas no país neste ano. Hoje (1º/4), conforme anunciou a pasta da Saúde, 154 municípios recém-incluídos na lista do MS para receber vacinas contra a dengue, começaram a receber as doses do imunizante.
Compilado de práticas sobre dengue e outras arboviroses
Em apoio às ações de combate ao Aedes aegypti e suas arboviroses, especialmente à dengue, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, que atualmente abriga mais de 3,1 mil práticas do SUS, dá destaque a experiências bem sucedidas neste assunto, reunindo em um só espaço quase 110 iniciativas sobre a temática. São soluções que podem ser replicadas em todo o país, como as práticas do SUS de Várzea do Poço, na Bahia, e de Esperança, na Paraíba, que fazem uso do peixe piaba na eliminação de larvas do mosquito em caixas d’água, cisternas e tantos outros depósitos de água. Conhecido como barrigudinho, esse peixe se alimenta das larvas depositadas na água pelo vetor dos vírus, impedindo sua proliferação. Já, em Agrestina, Pernambuco, o controle do Aedes é feito com ovitrampas, ou seja, armadilhas de oviposição que determinam a dispersão vetorial, permitindo identificar as regiões mais vulneráveis para a proliferação da doença e avaliar as ações de controle do mosquito. A tecnologia também é usada pelo SUS de Jucurutu, no Rio Grande do Norte.
As iniciativas apresentam soluções quanto ao controle do vetor, ao mapeamento de caixas d’água e cisternas, com o apoio de drones, à prevenção das doenças transmitidas pelo mosquito, a exemplo da simples produção de um repelente natural à base de cravo-da-índia, planta medicinal com propriedades inseticidas, bem como à formação dos agentes comunitários de saúde, à qualificação de profissionais de saúde quanto ao manejo clínico da doença, à comunicação em saúde, à integração entre as vigilâncias ambiental, epidemiológica e sanitária, ao Programa Saúde nas Escolas, entre outras.
Acesse Especial Dengue da Plataforma IdeiaSUS e saiba como o SUS está agindo em diferentes frentes contra as arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti.
Por Katia Machado (Plataforma IdeiaSUS Fiocruz)