Uso de ovitrampas como estratégia de monitoramento do Aedes aegypti em Macapá(AP)

O Aedes aegypti é o principal vetor de arboviroses como dengue, zika, chikungunya e febre amarela, representando um desafio para a saúde pública. Embora a febre amarela ocorra com menor frequência em áreas urbanas, sua proliferação nestes locais está vinculada também ao A. aegypti, exigindo maior ação de vigilância e cobertura vacinal adequadas.
Em 2025, o Brasil registrou queda de aproximadamente 60% nos casos prováveis de dengue nas seis primeiras semanas do ano (281.049 casos), em comparação com o mesmo período de 2024 (698.482). No Amapá, a redução foi de 79,8%, com 295 casos em 2025 frente a 1.465 no ano anterior.
Quanto à febre amarela, a OPAS/OMS notificou 81 casos confirmados no país em 2025, com 31 óbitos (letalidade de 38,3%). Do total, 41 casos ocorreram no estado do Pará, tendo alguns casos importados para Macapá. Todos apresentavam histórico de exposição em áreas silvestres e foram confirmados por diagnóstico laboratorial.

OBJETIVOS:
 Monitorar a presença do Aedes aegypti em Macapá por meio da coleta de ovos em ovitrampas;
 Identificar áreas de maior proliferação do vetor para orientar medidas de controle;
 Avaliar a eficácia das ovitrampas na detecção do mosquito.

Em Macapá, a vigilância entomológica foi intensificada por meio da instalação de ovitrampas em 19 bairros entre as semanas epidemiológicas 17 e 52 de 2024. Na primeira semana, 41 das 42 ovitrampas estavam positivas, com 2.227 ovos coletados (IPO de 61%). Na semana seguinte, foram registrados 2.012 ovos e IPO de 80%. Os dados subsidiaram a definição de áreas prioritárias para ações de controle.
A manutenção e ampliação das ovitrampas, aliadas ao LIRA/LIA, são estratégias para mitigar o risco de surtos em Macapá e demais áreas vulneráveis.

Durante 10 semanas epidemiológicas (SE) de 2024, 15.391 ovos de A. aegypti foram coletados em 602 ovitrampas, permitindo a caracterização da dinâmica populacional do vetor. O bairro Marabaixo II apresentou os maiores índices, com 3.948 ovos, além do IPO de 58,3% e IDO de 65,8 ovos/armadilha, indicando elevada infestação. Outros bairros com significativa densidade ovipositiva incluíram Fazendinha (2.251 ovos) e Marabaixo III (2.212 ovos), enquanto o Bioparque não registrou atividade vetorial no período. O IPO médio foi de 43,2% e o IDO médio, de 25,6 ovos/armadilha.
A análise temporal revelou oscilações na oviposição, com picos nas semanas 17, 21 e 25, destacando-se Marabaixo II, Marabaixo III e Jardim América. O maior volume foi registrado na semana 17, superando 2.200 ovos. A partir da semana 27, verificou-se redução, possivelmente associada a fatores climáticos e estratégias de controle vetorial. A atividade permaneceu baixa entre as semanas 27 e 40, com leve aumento na semana 52, impulsionado por Fazendinha e Marabaixo I.
A distribuição espacial também variou. Marabaixo II e Jardim América registraram elevada infestação inicial, seguida de declínio, enquanto Cabralzinho manteve estabilidade. A análise considerou a variação na quantidade de armadilhas instaladas e na frequência do monitoramento. A tendência geral de redução na densidade ovipositiva reforça a necessidade de vigilância entomológica contínua e controle vetorial direcionado às áreas de maior risco epidemiológico.

A vigilância entomológica com ovitrampas em 19 bairros de Macapá, durante dez SE de 2024, gerou dados sobre a dinâmica populacional do A. aegypti. Marabaixo II, Jardim Marco Zero e Fazendinha apresentaram alta atividade vetorial, configurando-se como áreas prioritárias para controle.
A inovação deste monitoramento reside na integração da plataforma Conta Ovos, que permitiu aprimorar a vigilância entomológica por meio da geração de mapas de calor, facilitando a identificação de áreas críticas com elevada densidade ovipositiva. Essa abordagem geoespacial proporcionou uma análise mais detalhada da distribuição do vetor, otimizando as estratégias de controle vetorial e subsidiando a avaliação das intervenções implementadas.
A continuidade do monitoramento entomológico ao longo do ano é essencial para identificar padrões sazonais de infestação, avaliar a eficácia das estratégias de controle e embasar ações integradas, como manejo ambiental e educação em saúde. Recomenda-se a expansão dessa metodologia para outras áreas do município, com foco na articulação intersetorial e no engajamento comunitário, visando à detecção precoce do vetor, ao controle sustentável e à mitigação do risco de surtos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

autor Principal

LANA PATRICIA DE OLIVEIRA BARROS PINTO DE OLIVEIRA

lanaoliveira2013@gmail.com

BIÓLOGA

Coautores

LANA PATRICIA DE OLIVEIRA BARROS PINTO DE OLIVEIRA, DANIEL PANDILHA DE LIMA, DAYSE SWELEN DA SILVA FERREIRA, KEROLEN CAMILA ESPIRITO SANTO SOUZA, DANILO PELAES DE ALMEIDA, ENGELS HARMET CARVALHO PINTO, JACIGUARA CARVALHO ALENCAR, JOSIELSON FREIRE SANTOS

A prática foi aplicada em

Macapá

Amapá

Norte

Esta prática está vinculada a

Avenida Henrique Galucio, 1991 - Central, Macapá - AP, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

DANIEL PANDILHA DE LIMA

Conta vinculada

08 abr 2025

CADASTRO

08 abr 2025

ATUALIZAÇÃO

23 abr 2024

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