Com o conhecimento da origem dos problemas, deu-se início a um forte trabalho de sensibilização dos profissionais e os conscientizarmos que era insustentável o modelo utilizado. Aproveitamos as oficinas de formação e qualificação da atenção Primária do Programa APSUS oferecido pelo estado do Paraná e contratamos empresa para realização de qualificação específica para médicos e enfermagem. Dentro do processo de educação continuada dos referidos, foi revisando o processo de trabalho da equipe e capacitando todos com um alto padrão de resolutividade e estabelecido protocolo de atendimento padronizado. Reestruturamos a equipe médica e de enfermagem com exigência do cumprimento da jornada de trabalho de 40 horas para todos os membros da equipe de saúde da família. Iniciamos a utilização do princípio da suficiência que implica no modelo de rede de atenção à saúde que só se completa com a união de todos os serviços presentes: Atenção Primária à Saúde, Média e Alta Complexidade e agentes comunitários. Deixamos de utilizar o modelo centrado na Gerencia que é isolado e passamos a praticar governança, a busca por resultados e cuidados longitudinais e completos, com mais acolhimento e satisfação dos usuários.
Todos os profissionais foram estimulados à utilização de ferramenta de informática para auxiliar na conduta e no princípio de economicidade evitando a redundância ou retrabalho. Implantamos a dinâmica sistemática de discussão de casos complexos e regulação do ambulatório especializado. Os encaminhamentos para especialidades no Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) passam a ter início com base na necessidade real bem fundamentada e não mais pela pressão da demanda espontânea. A implantação do Prontuário Eletrônico e o protocolo clínico passa a ser rotina dos médicos e a colaborar na decisão e estratificação de risco do paciente antes do encaminhamento à Atenção Ambulatorial Especializada (AEE). No momento de realizar um encaminhamento para AAE no CISA, os médicos passam a ter três opções: agendamento normal, que vai para um banco de dados (lista de acesso) com tempo de espera médio de 25 dias para agendamento e realização. A segunda opção é Urgência que vai para um banco de dados de regulação e tem média de espera de 5 dias de acordo com a avaliação do risco.
A terceira opção que é o paciente de Emergência que não é caso de leito mas precisa de apoio de um especialista da rede imediato. Este também vai para a regulação imediata e o município disponibiliza a vaga em um serviço contratualizado e emergencial para completar a assistência. Isto posto, ainda existe muito a avançar, mas chegamos a um patamar muito importante de redução de gastos no CISA com consultas e exames da AAE. Em 2014 já foi possível obter um resultado excelente no percentual de encaminhamentos para especialidades que foi de 9,16% do total de consultas e 17,86% de economia financeira no CISA. Outro ponto forte foi a agilidade no atendimento sem filas para 98% das especialidades.
O município de Icaraíma (PR), com 8.723 habitantes, 4 ESF, 3 ESB, 1 NASF e 1 UPA 24h, localizado no extremo noroeste do Paraná, faixa de fronteira com o Mato Grosso do Sul, iniciou um processo de revisão das diretrizes de Planejamento em saúde em 2013 em ação de enfrentamento das filas da Assistência Ambulatorial Especializada. A partir do relatório de gestão foi possível detectar um custeio muito elevado com o Consórcio Intermunicipal de Saúde CISA o qual realiza 95% das consultas e exames especializados. Por meio de uma criteriosa avaliação dos dados de produção de serviços oferecidos por meio dos relatórios e gráficos do sistema de informações municipal foi possível identificar o problema. No ano de 2012 foram realizadas 4.363 consultas e 5.283 exames especializados no CISA para a população de Icaraíma com um custo total de R$ 581.091,36. A cada 100 consultas agendadas para a população no período de 12 meses, 25,40 foram realizadas no CISA. Com demanda excessiva para o nível secundário da rede de atenção à saúde, além do excesso de despesa, o tempo médio de espera para uma consulta ou exame especializado chegou a 60 dias. Analisamos também o processo de trabalho das Unidades Básicas de Saúde e detectamos que médicos encaminhavam cada um dá sua forma: sem regulação.
A utilização de sistema de informação para levantamento de dados e para regulação da assistência.
Av. Genercy Delfino Coelho - Icaraíma, PR, Brasil
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