Finalidade da experiência

A epidemia mundial de obesidade infantil já chegou no Brasil. Em nosso país, uma a cada três crianças está acima do peso, e dessas, 80% permanecerão obesas na vida adulta. Atualmente mais da metade da população adulta (52,5%) está acima do peso, sendo que 17,9% são obesos, de acordo com pesquisas recentes. O sobrepeso está diretamente ligado às principais doenças presentes na população: diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia. Estas comorbidades são as principais causadoras de morte no mundo, já que, direta ou indiretamente levam à doença cardiovascular. Além de serem as causadoras de quase toda a demanda de atendimentos médicos e consumo de medicações nas UBSs, problemas cardiovasculares acabam incapacitando o paciente cada vez em maior número, causando uma sobrecarga na Previdência do país. Portanto, com o número de criança com sobrepeso aumentando, a quantidade de adultos obesos também será cada vez maior. Em um futuro próximo, teremos um impacto financeiro importante no sistema de saúde, que já é deficiente. O tema obesidade infantil tem sido negligenciado e, com isso, a qualidade e o tempo de vida estão diminuindo. Assim que iniciei meus trabalhos no ESF de Maringá, comecei a notar uma quantidade excessiva de crianças acima do peso. Nas consultas de puericultura, quando perguntava aos pais se havia alguma coisa errada com a criança, eles nunca questionavam o peso. Quando eu abordava o excesso de peso eles falavam abertamente que estavam preocupados. Mais uma confirmação de que o tema é ainda um tabu em nossa sociedade. Os pais sempre questionavam o que deveriam fazer para que seus filhos fossem saudáveis, diminuíssem o peso e deixassem de sofrer bulling, atitude responsável por um sofrimento enorme por parte da criança, que acarretava, muitas vezes, diminuição do rendimento escolar. Este último fator foi também observado por nosso psicólogo da UBS, que notou a presença de vários casos de crianças estigmatizadas pelo seu excesso de peso. Está comprovado cientificamente que crianças obesas apresentam maior impacto psicológico, é um risco grande para depressão em crianças, adolescentes e também na fase adulta. Decidimos, portanto, nos dedicar mais a esse grupo, traçamos um projeto de conscientização problemática, reeducação alimentar com a participação da nutricionista do NASF, acompanhamento psicológico e introdução à atividades físicas, feitas pela educadora física de forma beneficente. As atividades envolvem não só a criança, mas toda a família. Os pais e a criança são atendidos tanto junto como em grupos separados (grupo de pais e crianças, só os pais, só as crianças). Exames físicos e laboratoriais são realizados periodicamente para acompanhar o impacto dos novos hábitos na crianças e para o rastreio de doenças ou alterações que poderiam estar atuando concomitantemente com a obesidade ou já fossem resultado dela. Em todas as reuniões medimos a circunferência abdominal, pressão arterial, peso e altura das crianças e estas medidas são registradas em curvas de acordo com o sexo e a idade referenciadas pelo Ministério da Saúde. Tentamos modificar seus estilos de vida e nos esforçamos para que esta transformação seja feita de maneira divertida e envolvente, a fim de manter estes hábitos saudáveis para o resto da vida. Um futuro saudável depende de hábitos adotados desde o início da vida e esta transformação trará uma maior qualidade na trajetória não só do indivíduo como também de toda a sociedade, em todos os seus aspectos.

Principal

Ana Gláucia Kerber

anagkerber@hotmail.com

A prática foi aplicada em

Maringá

Paraná

Sul

Esta prática está vinculada a

Instituição

Uma organização do tipo

Instituição pública

Foi cadastrada por

Ana Gláucia Kerber

Conta vinculada

02 jun 2023

CADASTRO

14 set 2023

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

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