- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
A experiência do grupo terapêutico infantil na atenção primária passa-se no território do centro de saúde Santa Rosa, no interior do Estado de São Paulo. Com intuito de absorver a alta procura por atendimento psicológico voltado às crianças e através da identificação de diferentes demandas, entre elas baixa autoestima, hiperatividade, agressividade, desrespeito às regras, falta de interação social e a dificuldade dos pais e da escola em lidar com tal contexto, criou-se o grupo terapêutico infantil. Ao analisar tal incidência, propôs-se a possibilidade de atuar com tais crianças de forma grupal sob um olhar multiprofissional e integral. Teve-se como proposta proporcionar um espaço de convivência ao público infantil para estimular diversos aspectos da convivência com o outro, importância do seguimento de regras e limites, bem como aspectos emocionais intrínsecos a tais vivências através do lúdico.
Proporcionar espaço de convivência lúdico visando observar, avaliar e intervir nas demandas comportamentais proporcionar olhar despatologizante ao comportamento infantil, promover espaço de comunicação e orientação com os pais e gerenciar a alta proc o acesso ao grupo foi realizado através do acolhimento realizado por enfermeiros. Após isso as crianças eram encaminhadas à Triagem Terapêutica, etapa inicial do grupo, contando com a participação da equipe multiprofissional formada por: assistente social, enfermeiro, farmacêutica, terapeuta ocupacional e psicóloga. Era realizada dinâmica com as crianças e seus responsáveis, para que apresentassem sua demanda. Agendava-se o atendimento para as crianças que apresentavam critérios para inserção no grupo de realização quinzenal, caso não fosse inserido, este era encaminhado para atendimento individual ou grupal com a equipe multiprofissional ou para outros serviços, segundo suas necessidades.
A maior parte dos participantes apresentaram interação positiva com as atividades propostas e desenvolvimento em diversos aspectos ao longo da realização dos grupos. Foi possível desconstruir hipóteses de autismo levantadas por outros serviços através da observação do comportamento em grupo, bem como confirmar demandas encaminhadas, auxiliando na elaboração dos objetivos do grupo. Nos casos em que se fizeram necessários, foram realizadas intervenções individuais com os responsáveis visando obter um olhar mais aprofundado do contexto familiar, bem como auxiliar no manejo parental com o intuito de integrar à prática grupal, manter um contato próximo com os responsáveis com o intuito de facilitar a comunicação e absorver as demandas. Houve evolução das crianças nas relações interpessoais, maior aceitação das atividades propostas e desenvolvimento de diversos aspectos emocionais. Foi possível demonstrar aos pais e familiares maneiras de auxiliarem no desenvolvimento das crianças e a terem entendimento de alguns aspectos do comportamento infantil. O grupo se tornou um meio de grande aprendizado para os profissionais participantes, trabalhando como equipe multiprofissional e superando dificuldades que foram surgindo.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO